Pequena bola de borracha

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Berkshire (Inglaterra), 28 de janeiro - sábado, 9am

REGINA

Um sábado não chuvoso, dou graças a isso. Pelo menos eu e as meninas podemos jogar.

Segunda será o primeiro dia de aulas desse ano. Espero que 2017 tenha reservado surpresas para mim. Surpresas boas, é lógico. Porque ano passado não foi nada bom. Só dei cano. Mas, tudo bem.

Ano novo, vida nova. Definitivamente.

O fim do meu relacionamento é uma prova disso.

No começo fiquei meio ressentida, afinal levei um pé na bunda. Mas após tantas brigas, fico aliviada em saber que a melhor decisão era essa.

As coisas mudaram e agora não quero ninguém. Gosto de ficar no meu canto, sossegada, mas não por algum trauma que ela poderia ter me causado e sim porque é mais fácil para mim ou para qualquer outra pessoa desse jeito.

Desço do beliche e só vejo Ruby, deitada. Olho para cada canto do quarto em busca de Kristin, Zelena e Vitória, mas logo percebo que não estão, e bem... É meio óbvio. Sorrio por esse momento de lentidão em meu cérebro.

Vejo que Ruby se remexe e vira para mim.

- Bom dia! Vamos acordar?! – Falo como se eu estivesse realmente entusiasmada em o fazer.

- Regina, por favor! Preguiça. – Ela se espreguiça e se emaranha novamente dentro de seu cobertor.

- Ok, você quem sabe. – Olho-a rápido. – Sabe que a Bella está aí hoje. – Ela se sobressalta na cama – Pois é, ela prometeu que esse ano como monitora iria fazer nossas vidas um inferno, principalmente aos fins de semana. – Assusto minha companheira de quarto mais ainda.

- Não tem graça! – Retruca Ruby, bocejando. – Tudo bem! – Ela resmunga ao sentar na cama. - Vamos logo com isso. Estou morrendo de fome.

Fizemos nossa higiene e seguimos para fora do quarto. Mas, no caminho, passando pela porta da inspetora, vimos malas encostadas próximo a sua porta e vozes de dentro do escritório.

- Aluna nova! – Ruby e eu dissemos em uníssono.

Provavelmente a pobre coitada estava passando pelo interrogatório.

Nos aproximamos mais da porta – que estava entreaberta – e tentamos 'espiar' para saber quem era a nova menina que faria parte de nossa pequena prisão. E, bem, normalmente não gostamos de forasteiros.

O som de uma voz um tanto melódica ressoa na parte de dentro do escritório.

- ... Então Sra. Mills. Obrigada mais uma vez. Espero me adaptar o mais breve possível a este horário.

- Srta. Swan, é só uma questão de tempo, acredite.

- É de fora. – Afirmo para Ruby. – Agora, vamos!

- Que os jogos comecem! – Ela me provoca, rindo.

Odiamos forasteiros. Claro que já tivemos nossos primeiros dias aqui. Mas, hoje somos as 'donas da casa', então nós que colocamos a ordem por aqui.

Ao chegarmos no refeitório, Ruby me puxa pela mão e vamos em direção a mesa que estão nossas companheiras de quarto.

- Temos uma forasteira! – Ruby anuncia empolgada, e Kristin é a primeira a se animar.

- Quando vamos começar? – Ela questiona e balança suas sobrancelhas para mim.

- Breve. – Dou de ombros e pego uma maçã. Observo todo o refeitório em busca de um rosto desconhecido.

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