Medo da Altura

Solo inglês

Nova York, 26 de Janeiro - quinta-feira, 22pm.

EMMA

Sinto um nó na garganta em pensar em tudo que minha mãe me contara ontem à noite. Não sabia que meu pai fazia tanta questão que eu fosse para aquele internato. É claro, que agora tudo fazia mais sentido. Apesar, dessa ideia ter surgido porque aprontei muito no último ano.

Minha mãe estava enlouquecendo, e eu sabia que não era justo com ela. Também a filhinha que ela conhecia tão bem, já não existia mais. Não sei porque ainda penso sobre isso. Estou bem melhor com esse 'eu' de agora, gosto bem mais dessa Emma Swan.

Além do mais eu ganhei amigos tão incríveis; Lily e Graham são meus melhores amigos, mas às vezes sinto falta de Archie e August, sim, eles sempre serão meus nerds favoritos. Mas infelizmente o colegial não é justo, é tudo tão mais intenso e cada um tem que se virar como pode.

As pessoas mudam e eu não podia ficar para trás, definitivamente não está no meu sangue.

Sou pega de surpresa pela minha mãe que deposita um beijo na minha testa como de costume.

- Vou sentir saudades desses beijos. – Olho para ela sinceramente saudosa.

Meu voo seria na manhã seguinte.

- Eu também sentirei, querida. – Ela passa a mão na minha cabeça e senta ao meu lado. – Filha, você está bem? É só um ano, vai passar tão rápido que você não vai nem perceber.

Eu sorrio para ela e sinto que estou com o semblante mais calmo, mais disposto a aceitar aquilo que me foi imposto.

- Está tudo bem, Sra. Swan. – Acaricio suas costas. – Relaxa. Não vou desistir agora. Já conversamos e já entendi.

- Que bom, fico feliz por isso. – Ela levanta agora e vai em direção a cozinha. – Quer algo? –Pergunta toda prestativa.

- Não, já comi. – Passo a mão na barriga indicando que estou cheia. – Mãe?

- Oi.

- Victor vai ao aeroporto com a senhora? – Pergunto curiosa, pois eu não via meu padrasto há alguns dias.

- Sim! Ele está para chegar, querida – Ela pausa para degustar o vinho tinto que acabara de despejar em uma taça. – Ele te adora e quer se despedir.

- Hm... Eu sei que ele me adora. – Sorrio para ela e ela sorri de volta balançando a cabeça em modo positivo.

Eu não me atrevia a perguntar nada sobre o que poderia estar acontecendo entre Victor e minha mãe. Só sei que ele não costumava dormir fora de casa. Não sou tão boba de não perceber que ele não vinha para casa esses dias. Havia, com certeza, algo errado.

Cada um com seus problemas...

E o meu, no momento, é Berkshire. Mas, felizmente, já criei um bom plano.

Passarei tanto tempo falando com meus amigos na internet, irei ler todas as notícias diárias, assistirei vídeos da Times Square; isso fará esse longo ano passar mais rápido. Quando der por conta já estarei de novo, de volta ao meu mundo.

Olhando para o teto, rio de mim mesma, e tento acreditar que será tão fácil assim.

Nova York, 27 de Janeiro - sexta-feira, 7am.

Acordo com a cabeça do Spock gritando ao meu lado. Sim, era meu despertador antigo, que na noite anterior achei debaixo da minha cama. Bato-o afundando sua cabeça para que ele pare de gritar no meu ouvido, por fim logo aquele som para.