O baile

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Abbey Mount School, 29 de janeiro, 11h16am.

EMMA

Ainda sinto meu corpo todo grudento, mesmo após o banho da noite passada e o de hoje logo pela manhã.

Essa garota, essa tal Regina Mills... Ela não tem noção do que eu sou capaz. Ela vai me pagar pela brincadeirinha que fez, e pretendo não demorar em dar o troco.

Será hoje mesmo.

No baile.

Na verdade, todas elas irão ter o troco. Garotas insuportáveis. Se acham as intocáveis desse museu... Mas brevemente irão perder toda essa pose. Todas elas, ou quase todas... Zelena foi a única que pareceu não querer participar disso, e também me ofereceu ajuda, mas ainda assim não sei se posso confiar totalmente.

Decido ir dar uma volta. Pego meu diário e uma caneta e os coloco dentro da mochila, a pendurando em um obro em seguida.

Talvez eu tenha uma inspiração e consiga escrever algo.

Ao chegar no último lance de escadas vejo Mills no pé da escada, e ela me observa a cada passo que dou ao descer os degraus restante. Não sei o que tanto olha... Inveja, talvez?! Não mesmo.

Na verdade, ela é bem bonita apenas precisar arrumar aqueles cabelos de vez em quando.

Sorrio ao pensar em quantos dias esses cabelos não vê um pente.

Passo por ela e nem me atrevo a olha-la, mas sinto que ela continua a me observar. Doida!

Procuro por um lugar que seja tão perfeito quanto minha varanda, em Nova York.

Nova York... que saudades eu já estou sentindo!

Avisto um banquinho embaixo de uma árvore que fica próximo a um lago com uma ponte de madeira, bem velha por sinal. Caminho a passos lentos, aproveitando a brisa fresca que bate em meu rosto.

Com as pernas esticadas no banco fecho os olhos e começo a pensar em quão longe estou da minha mãe, e meus amigos também... Sinto meu peito apertar de saudade.

Parece que aqui vai ser difícil fazer alguma amizade, não que eu faça questão, é claro.

Automaticamente me vem à mente aquela britânica insuportável, que não sei ainda o porquê está tentando fazer da minha vida um inferno desde que cheguei.

Sinto, finalmente, uma inspiração chegar e me apresso a pegar meu diário e começo a deslizar a ponta da caneta pelas folhas em branco.

"Você só precisa de luz quando está no escuro. Só sente falta do sol quando começa a nevar.
Olha para o fundo do seu copo esperando que um dia o sonho possa durar. Mas sonhos chegam devagar e passam rápido."

Paro para refletir um pouco sobre o verso, e percebo que acabei de encontrar meu "lugar quase perfeito", e já sei onde vir sempre que quiser alguma inspiração.

Volto a preencher os espaços em branco, enquanto minha mente borbulha de pensamentos.

Amo escrever, é o que faço de melhor. Amo escrever esses versos, mesmo que eles não façam sentindo algum... Escrever é meu jeito de colocar tudo para fora, tudo o que meu interior quer gritar e como não faço muito sentindo às vezes, meus versos também não precisam fazer.

Gosto de cartas também, principalmente as escritas à mão...

Pensando bem, acho que até combino um pouco com esse lugar.

Balanço minha cabeça para espantar esse pensamento, mas não adianta muito.

Observo com calma o lugar onde estou.

Medo da AlturaOnde histórias criam vida. Descubra agora