Capítulo VI

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Reymond Reddington pegava seu copo de café da máquina de expresso em sua frente - o que para muitos os deixariam agitados, café estranhamente deixava Red mais tranquilo -. Um de seus colegas surgiu com um homem bem vestido ao seu lado.

- Senhor, Mark Miller, psicólogo. - Seu colega apresentou o doutor que Red havia mandado chamar.

- É um prazer, detetive. - Mark estendeu a mão sendo retribuído por Reymond.

- Por favor, vamos até a minha sala. - Ambos seguiram para seu escritório.

O detetive se acomodou em sua cadeira de couro e pediu para que Mark fizesse o mesmo à sua frente.

Reymond não acreditava nesses estudos de explorar a mente humana e tentar descobrir sobre ela. Achava puro besteirol, mas alguns de seus colegas policiais sugeriram isso ao homem. Talvez não estivesse lidando com um homem são.

Mark recebeu das mãos do detetive a pasta do caso com dezenas de fotos dos crimes. Analisou cada uma atentamente e então ajeitou seus óculos redondos sobre seu rosto pálido.

- Bom, detetive, o assassino age de forma sutil e meticulosa, não me parece um cara que apenas gosta de tirar a vida de alguém.

A mente de Reymond tentava compreender tudo enquanto sua caneta batia de forma compassada na mesa.

- Eu diria que há um cuidado, um sentimento dele para com as vítimas. - Mark ergueu as mangas de seu suéter demonstrando. - As fitas vermelhas nos pulsos. Por que ele se daria o trabalho de fazer toda essa cena de teatro?

- Então estamos lidando com um maníaco ou algo assim? - O detetive questionou.

Mark negou com a cabeça. - Um maníaco nessa situação agiria de forma bruta e sem piedade. - Inclinou seus ombros para trás e cruzou os braços. - Posso estar errado mas...acho que ele está devolvendo algo que fizeram a ele.

Certo, um homem com seu interior ferido... talvez seja algo de se pensar.

A reunião foi interrompida pelo investigador Cooper com uma notícia que deixaria Red esperançoso.

- Licença, senhor. - Cooper ditou com metade do corpo entre a brecha da porta. - Temos um suspeito.

Sem nem pensar o detetive Reymond se pôs de pé e seguiu Cooper até sua mesa juntamente com Mark atrás de si.

O investigador apresentou em seu computador a foto do homem denominado suspeito.

- Esse é *Edward Gein, 35 anos. - O rosto de Ben foi mostrado. - Ele é como um camaleão, tem se escondido de hotel em hotel, sem cartões ou nada que o faça ser encontrado.

- E como acharam ele? - Red perguntou sem tirar seus olhos do retrato.

- Seu nome estava no sistema. Ele foi acusado há 17 anos de matar a mãe enforcada na cidade vizinha, mas foi solto por falta de provas. - Constatou.

- As marcas no pescoço das vítimas... - Sussurrou Mark notando a semelhança dos casos.

- As câmeras pegaram ele entrando e saindo várias vezes desse hotel. - Mostrou as filmagens. - Deve ser onde tem se escondido.

- E estamos esperando o que? - O detetive ditou logo dando as ordens. - Não acho que vamos precisar de vários homens. Cooper, você vem comigo. Chame a Ella e o Lucas também, depressa.

Miller também se ofereceu por estar muito intrigado com o caso.

Logo todos estavam em seus carros partindo para o hotel. O detetive estava tão sedento que batia repetidamente na porta do quarto sem obter resposta, até perder seu controle e chutá-la.

Ben não estava lá, reviraram tudo que podiam e no banheiro encontraram diversos vidros de remédios, alguns até já vazios. Procuraram embaixo da cama e acharam uma pequena caixa vermelha. - Bingo - Objetos como colares, brincos e até mesmo peças íntimas eram bem guardados ali. Red sorriu satisfeito, era questão de tempo até provarem que os objetos pertenciam às suas vítimas.

- Chefe, recebemos uma ligação. - Ella guardou o telefone. - Avisaram da delegacia que o suspeito foi visto em uma sorveteria hoje com uma mulher.

- Por favor, peça para que chequem a identidade dela e o endereço, pode ser a próxima vítima.

O psicólogo Mark analisava os cantos da casa de uma forma diferente, era cauteloso. Ora ou outra ajustava seus óculos pensativo, essas coisas o deixava estigado, procurava sempre o que era invisível aos olhos. E a energia do quarto, a tristeza e o desespero que preponderava ali era algo arrepiante para ele.

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*Edward Gein (1906-1984) - Mais conhecido como Ed Gein, foi um psicopata famoso que inspirou os filmes O Massacre da Serra Elétrica e Psicose, também foi a grande inspiração para a série Motel Bates.

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