Fúria

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"Qualquer um que ameaçar minha raça, se tornará uma carne apodrecida pendurada por minha lança. Terei o prazer de fazê- los sofrer, assim como fizeram sofrer o meu povo!"

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- Os dias estão lentos... a guerra deu uma trégua temporária, sinto que algo vai acontecer... - Disse para a mãe Maktwa.

- Minha filha... Você passou anos lutando. Já faz muito tempo que não há paz na floresta, eu entendo que esteja estranhando. Mas nem tudo que se é estranho, é ruim, não é? - Ela passou a mão em meu rosto, enquanto me servia para beber, o líquido extraído de uma flor branca que cultivava em seu Jardim. Em suas mãos haviam marcas do tempo, que pareciam raízes de uma árvore. Sua voz era levemente rasgada, e mesmo assim era gostosa de ser escutada.

- É como a mamãe diz né... Quando está tudo bem demais, algo não está certo...

- Sua mãe é uma cabeça dura minha filha... - Ela ficou em silêncio, olhou em meus olhos, e soltou uma leve gargalhada - Você realmente tem a quem puxar, querida.

- Tsc! .... - fiquei em silêncio, não era timidez! Era só... desconforto.

- Beba a Lirukan querida.

Sorri. Eu amava aquela tal de Lirukan.

✥ ✥ ✥ ✥

Depois de sair da casa da Mãe Maktwa, decidi dar um passeio pela floresta. Eu gostava particularmente do bosque Sükĕ. Depois de tomar a Lirukan, me senti melhor, mais alegre, e o ambiente estava propício para aquele sentimento de euforia, então ir ao bosque me pareceu uma ótima ideia.
No bosque havia um misto de energias, conseguia sentir cada uma delas, e de onde vinham. Minha mãe disse que é um dom de família, todas as mulheres podiam sentir energias distintas, vindas de todos os seres, e de todos os lugares. No começo foi difícil controlar esse dom, mas com a ajuda da magia natural, consegui controlar não só os meus dons, como também pude tornar- me dona de mim mesma.
As energias estavam muito aleatórias naquela noite, tive que me esforçar para organizar toda aquela bagunça.
Quando consegui finalmente concentrar minha mente a não pensar em absolutamente nada, pude por um momento sentir uma paz genuína. Aquilo acabou alguns instantes depois, quando pude sentí-lo entrar. Aquele cheiro de enxofre que vinha dele me dava nos nervos! Kai estava ali, acabara de chegar, e trouxe junto com ele uma energia não comum, estava forte demais, todo o ambiente pareceu escurecer com a chegada dele ali. Algo não estava certo, e eu ia descobrir o que era.

✥ ✥ ✥ ✥

Kai estava indo na direção do lago mágico, eu o segui cautelosamente, e pude vê-lo se aproximar de Kato. Me aproximei devagar, enquanto eu escutava a conversa dos dois. Meus nervos me dominaram quando ouvi a palavra "HUMANOS"

- SE É HUMANA, NÃO É BEM-VINDA AQUI! - gritei. Me lembro de ter visto Kato sair, Kai ainda estava em minha frente, mas minha fúria era tanta, que não estava nem prestando atenção no que ele dizia.

- Eles são todos iguais, Kai! Não irei permitir que esses monstros tomem nossas terras de novo! Ela vai embora, por bem, ou por mal.

- Talvez estivesse na hora de você aceitar que as coisas mudaram, e tente manter a paz entre....

- Cale a boca Kai! A paz que eu mantenho, está na ponta da minha lança! Ela não entra na floresta! - Minha raiva estava me dominando, pude sentir meus punhos latejando, loucos para sentir o poder e a força que minha arma dava à eles.

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