Capítulo 47

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Chapter 47

Eles estavam próximos o suficiente para eu realizar o ataque. Por favor que não tenham civis por perto. Fechei meus olhos e concentrei-me em um único ponto dentro de mim, um que saía do centro do meu coração e se expandia a cada esforço que eu realizava. Ele cresceu mais, continuamente, até que estava pronto para ser liberado.

Abri meus olhos.

-Shinra Tensei||E a grande explosão invisível aconteceu, tendo-me como seu epicentro.

Os corpos dos shinobis foram lançados a quilômetros de distância, levando com eles, tijolos, rochas, portas, tábuas de madeira e diversos outros escombros. Precisava me preparar para os próximos ataques, a repulsão celestial acaba comigo, ainda não sou capaz de realizar vários de uma vez só, e temo que isso jamais será possível, pela quantidade de energia que ele absorve de mim.

Escutei um choro fino e baixo, meu coração gelou quando me dei conta de que se tratava de uma criança. O choro foi diminuindo a medida que eu me aproximava de seu emissor, até que ficou apenas soluçando, e eu não o encontrava, poderia supor que estava abaixo dos restos de alguma das casas.

-Ei, eu não vou te machucar||Avisei, mantendo a voz calma||Estou derrotando os caras maus para salvar vocês...

Ninguém respondeu, não consegui ver 1 sinal de movimentação debaixo da terra.

-Se você estiver machucado, eu preciso que me fale, posso curá-lo||Continuei, me calando a cada final de frase para tentar escutar qualquer mínimo ruído||Onde estão seus pais? Você sabe se eles já foram para um lugar seguro?

Eu supunha que não, mas precisava interagir com aquela criança para tentar achá-la.

-Olha, eu vou remover algumas pedras, preciso que você seja forte e me ajude a empurrá-las||Orientei, liberando espaço de uma rua que estava completamente destruída e esmagada entre as pequenas rochas.

Escutei um gemido de esforço, alguém tentava empurrar algo mais pesado que o próprio corpo, quanto mais ele se esforçava, mais eu podia detectar de onde vinham os gemidos. Me afastei da rua e apontei minha mão para a mesma, erguendo meu braço para levitar as pedras maiores de cima das menores. Não podia correr o risco de alguma delas cair em cima da pequena criança. Meus braços começaram a queimar, minhas pernas tremiam com o peso de todos aqueles entulhos, mas no fim, consegui ver a criança, e ela escapou por pouco. Outro prédio caiu em cima do lugar onde estava soterrada. Era uma menininha, cabelos loiríssimos e olhos cor de mel, com duas trilhas nítidas no rosto,onde as lágrimas haviam lavado a sujeira e o pó.

Me agachei e abri os braços para recebê-la, e ela correu até mim, chorando violentamente. Passei minha mão pelo seu cabelo e a abracei do melhor jeito possível, estava ali para consolá-la, mostrar-lhe que estava segura comigo.

-Shh...Está tudo bem...tá tudo bem agora||Assegurei, ainda passando minha mão pelo seu cabelo. Seu choro parou, foi quando eu percebi que era hora de perguntar onde estavam seus pais e se ela estava machucada||Meu nome é Kyara, qual o seu?

Ela me olhou, estava com um olhar vazio, dava para notar todos os fantasmas em seus olhos, não conseguia digerir que uma menininha daquela idade sofreu tudo aquilo que eu estava vendo. A simples visão daquilo tornava tudo pior. Agora, em vez de pensar na morte coletiva, nós tínhamos rostos, imagens. Ela jamais se esqueceria do sangue, do cheiro. 

Comings and goings ||Kakashi HatakeOnde histórias criam vida. Descubra agora