Félix, Martin, Julie e Bia estavam na sala de estar, sentados nos sofás.
– Ontem a minha baqueta quebrou - constatou Félix.
– E eu estou há mais de uma semana tocando sem a corda sol - disse Martin.
Daniel entrou na sala nesse momento, e como se estivessem em uma competição, soltou mais uma má notícia:
– E o botão da minha guitarra acabou de sair - sentou no sofá ao lado de Félix.
– Caramba, gente - disse Bia, triste.
– Cada dia quebra uma coisa - reclamou Daniel - A gente precisa trocar os instrumentos.
– É, comprar uns novos - disse Martin.
– Como assim? - Julie se desesperou - Você sabe quanto custa um baixo novo?
– É - concordou Bia - Como que a gente vai arranjar dinheiro para comprar?
– Não - pensou Félix - Na verdade vocês não precisam arranjar dinheiro.
– Não? - Bia se surpreendeu.
– Não - respondeu Félix - Vocês precisam arranjar outra coisa pra gente.
– Outra coisa? - preocupou-se Julie - Que outra coisa?
Os fantasmas se olharam.
– Emprego - disse Daniel.
Julie e Bia se olharam e caíram na gargalhada. Nunca haviam escutado tamanho absurdo.
– Ué - Félix não entendia qual era a graça.
– Como assim? Vocês vão trabalhar onde? - perguntou Julie ainda rindo - Num trem fantasma?
– É - Martin disse, considerando a ideia.
– Você não estão falando sério - disse Bia, rindo mas vendo que os fantasmas não tinham achado graça - Estão?
– É claro que estamos - disse Daniel, sério.
– Tá, então tá - disse Julie, disposta a resolver a situação - Como é que a gente vai arranjar emprego para três fantasmas dos anos 80?
– É - concordou Bia - Como?
– Usem a imaginação - debochou Daniel - Façam alguma coisa. A gente tem que pensar em tudo?
Daniel saiu, deixando Félix, Martin, Julie e Bia pensativos.
***
Mais tarde foram até um shopping, onde havia (acreditem se quiserem) um trem fantasma.
Vestidos com seus figurinos da banda, foram até a recepção para encontrarem a mulher responsável pelo local.
Chegando lá, ela os olhou de cima para baixo e fez uma careta.
– Por que estão vestidos assim? - questionou ela.
– É assim que a gente toca - rebateu Daniel.
– Tá, né? - ela deu de ombros - Quem são vocês?
– Somos os fantasmas - disse Martin, empolgado.
Félix deu uma cotovelada nele.
– Ai! - reclamou Martin.
– Cala a boca, Martin - disse entre dentes.
– O que ele quis dizer... - tentou contornar Daniel - É que gostaríamos de ser os fantasmas.
– Hum... Vocês deram sorte - disse ela - Temos vaga para vocês.
Suspiraram de alívio. Por um momento acharam que haviam estragado tudo.
– Não saiam daí - mandou ela - Vou pegar seus figurinos.
Os meninos se olharam e fizeram um "bate aqui" em comemoração.
Logo, ela voltava com algo branco em mãos.
– Aqui - disse, entregando a eles - A gente só abre daqui a meia hora, mas se quiserem já podem ir se preparando.
Daniel olhou para o que tinha em mãos e não pôde acreditar no que seus olhos viam.
***
Estavam na edícula quando Bia e Julie chegaram da escola.
– Vocês não deviam estar trabalhando? - perguntou Bia.
– Na verdade, a gente pediu demissão - disse Martin.
– A gente não, o Daniel - disse Félix.
– Demissão? - surpreendeu-se Julie.
– É - disse Daniel - Eu já falei que não uso lençol.
Julie e Bia caíram na gargalhada pela ironia da situação. Lembravam muito bem de uma cena parecida quando foram gravar o primeiro clipe da banda.
– Vocês estão rindo, mas a gente ainda não tem emprego - disse Félix.
– Na verdade, eu acho que vocês podiam ajudar o meu tio com a loja dele - disse Bia.
– Podemos tentar, né? - disse Martin.
– É, contanto que ele não faça a gente usar lençóis... - disse Félix - O Daniel aceita.
Daniel dá um sorriso de lado.
– Mas, e aí? - sorriu Julie - Vamos fazer um som?
– Claro! - respondeu Daniel.
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E se...?
FanficInspirada na série brasileira Julie e os Fantasmas, "E se...?" é uma série de One Shots que busca amarrar algumas pontas soltas deixadas na série, além de brincar com vários finais alternativos e possibilidades. Sempre em favor de Juliel, é claro 😌...