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 A casa de Liam estava me deixando mórbido, os moveis e paredes eram todos na cor cinza, tudo parecia sem vida e estava me incomodando, estar naquele cômodo me deixando mal. A única cor viva existente no cômodo em que estávamos era as roupas de Elisa.

- Qual o problema John?

- O que? – Virei-me para Liam, que mantinha seu rosto neutro.

- Está com a mesma cara que eu, você está desesperado.

- Não estou.

- Está sim, conte-nos John. – Sorriu amigavelmente, eu nunca havia visto-o daquele modo.

- Não tem nada acontecendo.

- Johnny Harding você não sabe mentir. – Elisa relembrou rindo.

- Estamos aqui para ajudar o Liam.

- Agora eu quero ajudar você.

- Não tenho o que dizer gente.

- É a garota? – Elisa perguntou segurando para não sorrir.

- Que garota? – Liam perguntou surpreso.

- A ruiva que apareceu no café. – Elisa o respondeu.

- A que brigou com uma mulher mais velha?

- Ela mesmo.

- Conte tudo Johnny Harding.

- Ela está ficando na casa do John.

- Está apaixonado por ela? – Liam perguntou direto, olhei-o surpreso.

- Não.

- Certeza?

- Tenho.

Deixei o silêncio dominar a casa. Não estava mentindo para eles, não estava apaixonado por Dália, talvez – talvez mesmo – eu sentisse uma atração por ela, afinal, a moça era bela, porém nada além disso. O que estava a me incomodar – além das cores daquele lugar – era o homem estranho na porta da minha casa as onze da noite com Dália.

- Ela é bonita, só isso.

- Bonita? – Elisa perguntou sorrindo. – Quando contei para ele que a ruiva conseguiu um emprego, John passou o resto do dia com um sorriso no rosto.

- Claro, estava feliz por ela.

Ambos me olharam por um bom tempo, o silêncio se tornou desconfortável para mim. Bufei, estávamos ali para ajudar Liam, não a mim. Eu nem precisava de ajuda, ou precisava? Revirei os olhos, é claro que não precisava.

- Quanto tempo ela ficará da sua casa?

- Não sei.

- Não sabe?

- Não Liam, eu não sei. – Suspirei. – Dália ficará em casa até conseguir um lugar para ir.

- Enquanto isso vocês iram transar. – Sorriu maliciosamente o rapaz.

- Não, obvio que não. – Revirei os olhos – Podemos voltar para o foco principal aqui? Preciso voltar para casa antes do almoço.

Sem mais discussão ou enrolação Liam começou a contar sobre o homem misterioso que ele saiu, infelizmente não escapamos de todos – TODOS – detalhes. Quando adentrei minha casa o relógio na parede marcava duas e trinta e oito da tarde, Elin estava no sofá tricotando e Dália a observava do sofá.

- Já almoçou? – Elin perguntou sem desviar o olhar do que fazia.

- Sim, vocês?

- Sim. – Suspirou, observei-a forçar a vista para enxergar melhor. – Como Elisa está?

Um amor de outonoOnde histórias criam vida. Descubra agora