Helena's PovEra no mínimo surpreendente estar segurando o garoto que salvei mais cedo. Nunca iria pensar na possibilidade de reencontra-lo tão cedo. Mas no momento que senti alguém puxando meu vestido e dei de cara com Ravi, que tinha um sorriso tão grande no rosto que deixava os olhos apertadinhos, achei que fosse derreter com tamanha fofura.
Eu era uma trouxa com criança.
Ignorei totalmente a existência do meu irmão, e puxei o garoto, que já iniciava o diálogo, para meu colo.
— Moça da praça! O que você tá fazendo na casa da nonna?
— Acho que eu que devia perguntar o que você está fazendo na casa da nonna, ragazzo. — Falei, sorrindo.
— Ah, eu vim comer, tia.
A sinceridade infantil é encantadora... eu e meu irmão, que prestava atenção na conversa, rimos com sua resposta.
— Acho que veio para o lugar certo então. Mas posso saber se você veio dirigindo até aqui?
Ravi me olhou com uma feição de deboche que me surpreendeu.
— Como eu vou dirigir, mulher? Eu só tenho quatro anos. — Ele disse mostrando quatro dedinhos para mim.
— Ora, então como chegou até aqui? — Perguntei fingindo uma cara confusa para manter o diálogo como se fosse sério.
— Dãã! Minha mãe me trouxe né. Olha ela ali!
Segui a direção que sua mão apontava e travei.
Era ela!
Eu não queria, mas não pude evitar de deixar meus olhos passarem por cada parte de seu corpo, até pararem em seu rosto, notando que ela me olhava também. A mulher usava uma blusa preta com mangas que pareciam aquecer e uma calça jeans escura, mas o que realmente chamava atenção era seu rosto. Literalmente digno de apreciação. Parecia ter sido esculpido a mão pelo artista mais talentoso da história. Ela era mais bonita do que eu lembrava...
Puxei uma respiração pesada quando vi a mulher começar a caminhar lentamente em nossa direção e chegar do lado do meu irmão, cumprimentando-o rapidamente. Logo ela voltou seus olhos para mim, como se me analisasse minunciosamente.
Ravi balançou as pernas, acenando que queria ir para o chão. Quando o soltei, ele rapidamente pegou a mão da mãe, fazendo-a desviar a atenção de mim e voltar os belos olhos para o filho.
— Mamãe, mamãe, mamãe!!! Olha! É a Mulher Maravilha! — Ele disse, apontando para mim enquanto dava pulinhos. Sorri para a animação dele.
— Mulher Maravilha? A moça que te ajudou hoje na praça? — A mulher perguntou rápido, vendo-o assentir com um sorriso.
Quando ela finalmente olhou em meus olhos, um incrível desejo de manter sua atenção em mim surgiu, seu olhar ne mostrou todo o agradecimento que talvez suas palavras não pudessem expressar. E vendo sua angustia tão clara em sua feição, eu entendi.
— Está tudo bem com ele agora, não se martirize tanto... — Ela parecia não saber formar uma frase que dissesse tudo, então simplesmente se aproximou e me envolveu em um abraço tão quente e confortável que eu não ousaria sair dele.
— Obrigada. De verdade, obrigada. — Ela sussurrou em meu ouvido, me apertando mais no abraço. — Passei o dia pensando no que diria para a pessoa que salvou meu filho quando eu a encontrasse. — Ela me encarou. — E agora que posso fazer isso, só consigo dizer que nunca poderei achar uma maneira de te agradecer o suficiente...
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Quando Encontrei Ela
RomanceCertos traumas possuem a capacidade de desestabilizar por completo a vida de alguém e fugir torna-se uma possibilidade tentadora demais. Samantha não aguentava mais reviver as dolorosas lembranças de seu passado que estavam tão vividas naquele luga...