Capítulo 31.

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BANGKOK 120 DIAS ANTES...

Assim que acordei, verifiquei como Bright estava. Ainda quente.

Eu o havia trago de volta ao seu apartamento, e dormido ao seu lado novamente para que ele não sofresse nada do que pudesse o deixar pior do que estava. Quando me levantei, fui na pia do banheiro em seguida, peguei algum pano e uma vasilha com água, me voltei ao quarto enquanto ele ainda não deu sinal algum de que estava consciente, mas ainda respirava. 

Passei o pano molhado sobre sua testa me lembrando de tudo o que ocorreu na noite passada: a explosão, o estrondo, os vidros se partindo, a fumaça. Respirei fundo. Passei o pano molhado sobre o pescoço de Bright enquanto lembrei do quanto sua veia saltou pelo grito que deu, foi horrível vê-lo cair no solo daquele jeito como se tivesse perdido toda a sanidade. 

E quando faço menção para passar o pano molhado em seu peito, ele segurou minha mão, seus olhos captavam o mínimo de luz que conseguiam, cerrados, seus lábios rachados, a respiração lenta. Não consigo mirá-lo por muito tempo, até que ele diz:

— Você voltou por mim. 

Não posso negar que é verdade. Sim, eu havia voltado por ele, mas não pelo motivo no qual ele esperava.

Bright me encara por alguns segundos, o silêncio mútuo que se segue dentro do quarto enquanto ele segura minha mão e olha em meus olhos é o suficiente para me revogar todas as memórias de sentimentos que jurei ignorar. 

Logo, coloquei o pano dentro da vasilha de água, me assentando na beirada da cama. 

— Win, você está bem? — ele perguntou.

— Não sei. Você está? — retruquei.

Ele não respondeu.

— Bright... O que foi aquilo ontem? Você tem noção do que fez? Destruiu a universidade! Como foi capaz disso?

— Eu... Eu só queria sua atenção, Win... Pra você acreditar em mim — ele respondeu, revirei os olhos. — Que bom que consegui fazer com que você voltasse a falar comigo. 

— Da pior maneira possível — respondi, irritado. — Tem noção do quão difícil será reconstruir a Universidade até a data da formatura? Ah, não precisa responder, você não se importa. Não estuda lá mais, não é?

— Não estudo por culpa sua, você quem assinou aquele documento para me expulsarem — ele falou, se escorando na cabeceira da cama. — Não quis acreditar que não foi eu quem fez aquilo contra você, que, aliás, tenho provas de que foram Krist e Arm que pincharam o banheiro e subornaram o diretor para que me expulsasse, colocando a culpa em mim.

— Você não pode negar que foi melhor assim, você só teria feito o pior. Aliás, você fez — eu disse, respirando fundo. — Eu... Preciso ir... Agora que sei que está bem, se cuida, Bright.

Quando fiz menção de ir, Bright me abraçou, me fazendo voltar a assentar na cama. Senti seu rosto grudado em minhas costas enquanto ouvia um pequeno choro se formando de sua parte. Bright me apertou em seus braços. Os soluços foram indescritíveis. E quanto mais chorava mais me apertava. 

— Fica aqui, por favor.

Meu coração palpitou por alguns instantes. Enquanto ainda escutava Bright chorar me abraçando, tudo o que senti anteriormente foi automaticamente denegrido, foi então que me largou e fez virar-me à ele.

— Não vai, por favor — disse. — Eu não consigo mais ficar longe de você. 

Senti os lábios de Bright tocarem os meus enquanto os fachos de luz entravam por entre as cortinas. Suas mãos me trouxeram mais para perto e quando percebi já estava em seus braços. Senti a onda de êxtase cobrir meu corpo mais uma vez, me acalmando por quanto passo minha mão sobre suas costas nuas. Bright coloca as suas em meu rosto, e sinto o toque delicado de seus dedos gelados em meu rosto enquanto, em contraste, seus lábios quentes me fazem estremecer. Nossos corpos se encontram mais uma vez.

— Eu te amo, Win. 


𝑻𝒉𝒆 𝑩𝒓𝒊𝒈𝒉𝒕 𝑺𝒊𝒅𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora