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Lɪʟɪ Rᴇɪɴʜᴀʀᴛ ᴘᴏᴠ's - Fʟᴀsʜʙᴀᴄᴋ ON

ㅡ Mãe? William? Papai? -Eu gritava incansavelmente.
O salão da minha casa estava uma bagunça. Muitos vultos, barulhos de sapatos aleatórios batendo desesperadamente no piso e vários outros gritos fora os meus.

Em baixo de mim, chegando até os meus saltos beges, havia uma poça de sangue, que me fez paralisar e tremer de medo. Eu não estou achando meu irmão e os meus pais.
Eu estava vendo gente morrer na minha frente. Estava vendo sangue jorrar e corpos mortos serem pisoteados por quem queria salvar sua vida. O meu dia estava sendo arruínado.

Olhei para o lado e ali minha alma escapou do corpo. Um buraco dentro de mim se formou e eu consegui chorar, saindo do transe, mas ainda assim não conseguindo mexer os meus pés. Solucei e me encolhi.

ㅡ Corra, garota! Se mexa! -Uma mulher passou por mim, gritando a seguinte frase.
Eu simplesmente não conseguia caminhar.
Meus olhos estavam vidrados no meu pai, totalmente ensanguentado e debruçado sobre o seu piano.

Minha vista estava embaçada por conta das lágrimas, e uma abrupta dor insuportável se instalou no meu abdômen.
Olhei para baixo e vi uma lâmina fincada contra o mesmo. Meu vestido rosa aos poucos foi manchado pelo líquido escuro que escorreu pela minha pele.
Quando levantei minha cabeça novamente, percebi o homem de preto na minha frente. Ele sorriu vagamente e retirou a faca fincada em mim, para logo depois sair correndo.

Com as mãos trêmulas, eu tentei fazer parar de sangrar, apertando a área. Mas foi em vão.
Caí de joelhos no chão e senti a dificuldade para respirar.
Exausto, meu corpo involuntariamente deitou no chão.
E ali, no meio daquela poça de sangue, que só aumentava, eu tive certeza que era o fim.
...

Fʟᴀsʜʙᴀᴄᴋ Oғғ

ㅡ Puta merda. -Cole sussurrou totalmente pasmo.
Me encolhi ainda mais, lembrando de tudo como se fosse ontem.

ㅡ Eu ainda tenho pesadelos até hoje. Às vezes acordo assustada, com o corpo suado. Ou então eu vejo meu pai morto. Às vezes os gritos e o barulho dos passos rápidos que lembro de ter escutado naquele dia martelam sem parar na minha cabeça. E eu tenho crises. Meu corpo começa a tremer e eu choro sem parar... -Revelei, olhando para minhas mãos trêmulas em cima dos meus joelhos.
Senti os braços do moreno me rodearem e eu suspirei, relaxando. Ele me faz sentir segura, me faz sentir que posso sempre contar com ele para poder desabar.
Sim. Não é contar com ele para não me sentir confortável para chorar, mas sim para poder contar tudo o que me faz mal.

ㅡ Está tudo bem. Pode chorar. Eu sei como isso dói. Sinto muito que você tenha passado por tudo isso sozinha. Mas agora você tem a mim... -Sussurrou, beijando meus cabelos.
Meu coração inchou dentro do peito e senti algo crescer dentro de mim. Ele me deixa tão confusa e inebriada.

ㅡ Vamos descer. Tem pessoas lá embaixo esperando por mim. Nem falei com o Will. -Ele assentiu e nós descemos juntos. Estranhei que ninguém estava se divertindo na piscina ainda.

ㅡ Finalmente, Lil! -Meu irmão afirmou, levemente irritado.

ㅡ O que?

ㅡ O William tem algo para você. Ele fez uma carta. -Minha mãe avisou. Sorri sem mostrar os dentes e sentei no sofá.

ㅡ Pode falar. -Pedi. William ficou um pouco tímido, mas apenas limpou a garganta e colocou o papel na frente do seu rosto.

ㅡ Lil... você é minha irmã. E é a mais bonita, a mais engraçada, a mais legal, a mais inteligente e tudo mais. Você é muito importante pra mim. Saiba que eu te amo muito, e que tenho saudade de escutar você tocando, mas eu sei que é difícil para você. -Respirei com dificuldade e senti a umidade por debaixo das minhas pálpebras. ㅡ Com amor, Will. -Levantei do sofá e me abaixei para abraçá-lo.

ㅡ Eu te amo, pirralho. Te amo mais que tudo nesse mundo. -Sussurrei, bagunçando seus cabelos.

ㅡ Toma. Eu que fiz. -Estendeu um papel na minha direção.

ㅡ Eu ajudei, filhota. -Minha mãe ergueu sua mão.
Olhei para o papel e sorri largo ao ver o desenho.
Will me desenhou tocando piano. Oh, Deus. Ele gostava tanto assim de me escutar tocando? ㅡ Ok, galerinha. Agora podemos ir para a piscina!

Cᴏʟᴇ Sᴘʀᴏᴜsᴇ ᴘᴏᴠ's

ㅡ Caralho hein? Lili não falou que é ricassa. Olha essa casa. -Jhon murmurou impressionado, admirando a piscina.
Eu não conseguia parar de encarar a loira.
Ela estava bebendo e conversando com suas amigas. Dava alguns sorrisos, mas os mesmos não chegavam até os seus olhos, que de vez em quando brilhavam e ficavam avermelhados.
Está sendo uma tortura para ela tentar se divertir no dia de hoje.

ㅡ E esse moleque é doideira! -KJ apontou para Will, que deu um mortal e caiu na água.
Ri baixinho.

ㅡ Ele é.

ㅡ Lil, vem brincar comigo! -O irmão mais novo pediu a irmã.
Lili assentiu e passou o seu vestido pelos braços, o tirando e deixando a mostra o seu belo corpo.
Ela caminhou até o irmão e entrou na água com ele. Os dois começaram uma guerra de água e então vi Lili rir de verdade.
Will a faz bem. Esse é o poder de um irmão.
Dylan e eu brigamos muito, mas nos amamos na mesma intensidade. Morreríamos um pelo outro.

ㅡ Garotos, o Will conseguiu! -A mãe da Lili apareceu na nossa frente com o seu grande chapéu de praia.

ㅡ Conseguiu o quê? -Perguntei.

ㅡ Ela vai tocar! A Lil vai tocar piano! -Franzi o cenho.
Sei que o pai da Lili tocava e que ela amava o escutar. Mas não sabia que ela toca.

ㅡ Eu sempre quis ver alguém tocar piano pessoalmente. -KJ falou animado.

ㅡ Então vamos! Ela vai se secar para ir. -A mulher avisou.
Encarei Lili de longe, ela parecia tensa, mas o seu irmão estava com ela. Decidi apenas acompanhar a mãe dela.
Ela sabe o que faz. Sabe muito bem o que é capaz de suportar.
Lili é alguém forte.

...

Lᴏᴠᴇ ɴᴏᴛᴇꜱ ➳ Sprσuѕєhαrt (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora