Harriet Sant'clair , filha única do General de Gênova, está prometida em casamento para o seu melhor amigo de infância Finn Hudberg, herdeiro do condato de Chersterville.
Ela havia se acostumado tanto com a ideia desse matrimônio, que fora impost...
"A pior sensação que já presenciei foi de quase morte, onde não se enxerga saídas, não existem alternativas e só lhe resta o pavor substituindo o brilho nos olhos onde antes residia a esperança. "
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Maio de 1802
Harriet correu de tal forma que seus pulmões suplicavam por ar, suas pernas clamavam por descanso, e seu suor pingava e embebia o vestido. Mesmo assim ela não parou.
O pânico ainda a perseguia, assim como os sons de passos cada vez mais próximos como se realmente estivessem a sua procura, para num ato final e triunfante lhe deceparem a cabeça e levarem ao Rei como ameaça para abdicar do poder. Sentia o sangue pulsar, mas suas mãos estavam frias e sua visão turva e embaçada, já não conseguia visualizar mais os galhos finos a sua frente, e agora eles lhe ricocheteavam a face causando pequenos arranhões doloridos. As esperanças se esvairam, suas pernas estavam trêmulas e ainda não avistava nenhuma saída na mata fechada e escura. Nada além de galhos, árvores altas, cipós e terra úmida com folhagem morta.
- Deus, por favor, me ajude! Não sei a quem recorrer...- suplicou aos céus em sôfrego.
Esperava que um anjo descesse em gloria reluzente para livrar-lhe daquela adversidade, com um couro de vozes magníficas cantando em uníssono uma canção divina.
Ao invés disso escutou um ruído estranho, ainda mais alto. Sentiu o corpo se arrepiar inteiro quando um estalo de galho rachando foi ouvido atrás de si, e junto a ele a frase:
- Não se atreva a dar um passo se quer, do contrário solto a flecha. - era uma voz aguda, feminina, mas não impediu Harriet de sentir medo da cabeça aos pés.
- Por favor, eu suplico, tenha misericórdia! Estou perdida, não tenho para onde ir. - a essa altura as lágrimas escorriam na face de Harriet, jamais teve de pedir piedade dessa maneira, jamais havia passado por algo tão humilhante.
- Quem és? Por que andas aqui? Diga logo! - a mulher bradou fazendo a menina se encolher e tremer ainda mais.
Harriet só conseguia pensar em duas coisas : A primeira é que o fim da sua vida estava dolorosamente próximo e que não tinha aproveitado ao menos sua juventude, e a segunda era a promessa que fez a sua mãe de não revelar suas origens.
- M-Me chamo Angeline, Angeline Vanszchöllen. Fugi da província, pois rebeldes atacaram minha família e estão me perseguindo para me assassinar! Você pertence a eles? - que pergunta tola! Pensou em seguida.
Um silêncio momentâneo se instalou, Harriet começou a pensar que a pessoa atrás de si ponderava poupar sua vida ou tentava mirar melhor no alvo para a elidir.