A aventura

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Thorin e Ballin estavam sentados juntos no corredor. Conversando. eles viram Bilbo saindo da sala.

- Parece que perdemos o nosso ladrão - Disse Ballin - Talvez seja melhor assim. Afinal o que somos? Com certeza nada demais.

- Existem alguns guerreiros entre nós - respondeu Thorin com um pequeno sorriso.

- Guerreiros velhos - Disse Ballin, agora, também sorrindo para o amigo.

- Eu preferiria cada um desses anões, a um exército das colinas de ferro. Pois quando eu os perguntei, eles responderam lealdade. Honra. Um coração disposto. Eu não preciso de mais nada.

- Você está certo, acho. Cumpriremos a missão.

- Você acha que tomei a decisão certa ao confiar na elfa?

Ballin hesitou.

- Sim. Ela parece uma boa lutadora.

- Não é isso que estou questionando - Thorin sorriu, mas sem humor.

- Thorin, sei que se sente traído pelos elfos. E têm motivos. Graças a eles seu povo sofreu. Mas talvez possa reservar esse ódio à Thranduil.

- Talvez. - respondeu Thorin - Mas se ela nos trair...

- Não acho que ela fará isso, apesar de que um pouco de cuidado não faria mal. Gandalf confia nela.

- Gandalf tem seu próprio modo de enxergar as coisas. Ele não é um anão. Entre o povo dele não existem problemas com os elfos.

- Bom, agora não podemos mudar nada. Permitimos que ele trouxesse um novo membro, e francamente, não acho que Aerin tivesse algum motivo para nos trair. Ela é de Valfenda afinal.

- Valfenda... Isso não me diz nada.

- Por isso mesmo deve lhe dar uma chance de se provar à você.

- Você está certo Ballin, como de costume - ele sorriu, mas dessa vez, era sincero - vou dar uma chance à elfa.

                                                                                                  ...

Os anões estavam reunidos na sala escura, iluminada apenas pela lareira, o fogo com sua luz alaranjada. Os anões fumavam seus cachimbos.

Eu estava sentada próxima a Gandalf, que também fumava. Estávamos num corredor próximo, onde não podíamos ver muito bem, mas sim ouvir. Não sabia onde Bilbo estava, embora ele estivesse perto. Provavelmente em algum daqueles corredores.

Os anões começaram a cantar. A letra era triste, e relembrava de seus dolorosos momentos, perdidos num passado distante. A sombra do medo, ainda pairava por seu lar, e eu agora podia entender isso mais do que em qualquer outro momento. A tristeza. O medo de falhar. A esperança. E a saudade. Ao mesmo tempo a determinação de ir até o fim. Estava claro como a água. Eles retomariam sua terra natal, ou morreriam tentando.

Para além das montanhas nebulosas, frias

Adentrando cavernas

Calabouços perdidos

Devemos partir

Antes do sol surgir

Buscando tesouros

A muito esquecidos

Zumbiram pinheiros

Sobre a montanha

Uivaram os ventos

Em noites azuis

O fogo vermelho

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