Capítulo Um.

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Talvez eu não teria passado por tudo o que passei se não tivesse me mudado, mas com o tempo eu percebi que minha mudança não havia sido uma má idéia, conheci pessoas incríveis, quais quero contato para sempre, chorei, sorri, me apaixonei, odiei e todas as outras emoções que uma pessoa nornal possa sentir, embora eu sempre falasse que eu nunca seria uma pessoa normal, afinal, tudo isso começou muito cedo.

Era dia vinte e nove de dois mil e oito, eu participava de uma audição infatil para entrar em uma empresa de entreterimento sul coreana, uma das maiores no ramo, JYP. No começo, especificamente naquele ano e pelos próximos cinco talvez, eu não queria me tornar idol, isso tudo foi apenas pura pressão da parte de meus familiares. Eu acabei passando na audição, uma gringa que não sabia nem um hangul se quer no meio de muitos coreanos que não falavam sua língua e ainda por cima te odiavam. Foram dias duros e dolorosos, eu era uma trainee, que não tinha amigos, não comia bem, era constatemente xingada e até agredida pelos outros, eu chorei muito naquela época, eu sofri muito e tudo o que eu queria era voltar para minha casa, para os braços da minha mãe, sentia falta das brincadeiras bobas do meu pai e do abraço aconchegante da minha avó, essa que era contra tudo isso que ocorreu comigo.

E assim foram dois longos messes, eu chegava a desmaiar de fome em sala de aula, passava noites em claro ou chorando ou treinando, eu me esforçava mesmo não querendo aquilo, mas tudo isso mudou. Park Jisso, era esse seu nome, ela era incrível, uma ótima cantora, uma ótima pessoa, dançava bem, ela era perfeita para os palcos sul coreanos. Ela havia sido a primeira a falar comigo, uma garota tímida que falava alto demais, mas que tinha uma sorriso gengival lindo. Me ajudou a passar por tudo e no final das contas, ser idol se tornou um sonho, pois eu queria debutar com aquela amiga forte ao meu lado. Sete anos se passaram e nada, treinavamos mas nunca fomos reconhecidas, passamos por formação de grupo, reality e nada, pelo menos para mim. Em dois mil e quinze, a agora Jihyo, participou de um reality de sobrevivência, Jihyo mais que ninguém sofreu naquele programa, ainda mais por seu peso, que havia aumentando por conta de sua ansiedade, ela comia quando estava com medo. Lembro - me de acolher ela todas as vezes que aparecia em meu dormitório de madrugada, com lágrimas em seus olhos, me acordava e me abraçava, só conseguia dormir com minhe pessoa ao seu lado, segundo ela, se sentia segura em meus braços e para mim, não era diferente.

No final das contas, deu tudo certo, Jihyo debutou em um grupo, virou até lider do mesmo, por conta do tempo que havia treinado, eu nunca estive tão feliz, Jihyo era louca para debutar e quando isso ocorreu ela não hesitou em correr para me abraçar assim que me virá.

- Eu consegui (S/a), eu vou debutar! - Seus olhos brilhavam como linda estrelas brilhantes, eu nunca havia visto aquela garota tão feliz. Atrás de si, oito garotas confusas olhando nossa interação. - Eu me esqueci. Meninas essa é a (S/n) minha melhor amiga, (S/a) essas são as garotas do meu grupo.

- Nossa! São muitas. - Falei em inglês, por mais que eu tenha ficado por oito anos na Coreia, o inglês ainda era mais acessível para mim, eu não fala muito mas ainda sim era mais fácil, coreano é uma língua difícil e mesmo em oito anos, eu ainda não sou fluente. - Parabéns, meninas.

Algumas delas me olharam com certo desgosto, sendo mais específica, Jeongyeon e Tzuyu, ambas não gostavam muito de mim e eu nunca entendi o motivo, as outras apenas sorriam, enquanto Sana, uma japonesa muito simpática que pagou um café para mim dias atrás, acenava em minha direção eufórica, ela parecia tee gostado de mim, o que me deixou encantada, de fato. Pouco tempo depois o MV delas saiu "Twice - Like Ooh Ahh" era bem chiclete, os vocais não eram tão bons, pois havia muiro efeito nas vozes, relevando isso, estava perfeito.

- Bom dia garotas! - A professora de dança entrou na sala, carregava um belo sorriso e olhava para mim de modo estranho? Não sei bem explicar. - (S/n) o pd-min quer falar com você na sala dele.

Meu corpo gelou e minha cabeça rodou, o próprio ceo queria falar comigo? Eu havia feito algo errado? Mil alternativas negativas passavam pela minha cabeça, enquanto eu seguia até a sala do meu superior. Dei três batidas sincronizadas na porta, até a voz grossa ecoar me mandando entrar na sala, meio tímida eu entrei, fechei a porta e me sentei de frente ao ceo, meu coração não ficava quieto e minhas mãos suavam.

- Deve estar estranhando de eu ter te chamado aqui, mas infelizmente as notícias não são boas - Meus olhos arderam. - Eu sempre penso no melhor para todos que trabalham aqui e (S/n) infelizmente, você não irá debutar. Não por falta de talento, você é uma trainee muito talentosa, mas sim por sua aparência latina, isso poderá trazer muito hate para você e não é isso que eu quero.

- Entendo.. - Meu mundo caiu, eu investi anos naquilo, não posso voltar para casa por agora, nem ao menos tenho um emprego, como eu iria viver por ali?. - Mas..

- Jihyo me contou da sua situação, ela chorou diante de mim falando que eu não poderia simplesmente te colocar para fora da empresa, ela destacou várias vezes que vocês não poderiam ficar separadas. E eu pensei bem em tudo isso. - Ele sorriu de modo amigável - Se você estiver de acordo, eu quero lhe oferecer um emprego aqui.

- Pode me explicar melhor?

- Eu pensei bem e quero te colocar como coreógrafa e staff do Twice, logico terá o auxílio que profissionais, porém você terá um bom emprego, com um bom salário, aproveitará seus talentos e de quebra não irá se separar de sua melhor amiga, aceita?

Eu pensei muito naqueles míseros segundos, pensei em tudo e todos que me apoiaram e ai eu caí na real, ser idol nunca foi meu sonho, eu só queria estar próxima de Jihyo, no final das contas.


Continua...
 

Como (não) ter uma ideia ruim. - Imagine Twice.Onde histórias criam vida. Descubra agora