P r ó l o g o

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✥ A chuva forte tomava o céu, o som estremecia as enormes vidraças. Pensamentos fluídos preenchiam todo o vazio do aposento que o silêncio deixara. Lembranças insistiam em rasgar-la por dentro, traziam sentimentos que apertavam seu coração, e apressava seus pulmões, pressonados, forçavam-se como se não houvesse ar, perguntas sem respostas, questionamentos internos O QUE É O CERTO?

O silêncio voltara.

Após uma longa inspiração observa-se um relaxamento de seus músculos, logo percebe-se que encontrares o ar.
Sentada numa cadeira estofada revestida de tons dourados - que possivelmente fossem ouro -, a jovem enfrente a penteadeira, se olhara no espelho destacando minuciosamente cada detalhe do teu belo rosto. Olhos verdes como folha secas, enchiam se de lágrimas que persistiram em tocar o chão, uma, duas, três... quando menos percebesse já estava aos prantos.

" Amo-te eternamente!..." Um conjunto de dezesseis letras formavam a frase mais dolorosa que jamais seria esquecida.

- Catherine minha querida ainda estás sem se arrumar! - A senhora de cabelos pretos que revelava alguns meros fios grisalhos, entrou se no quarto apressadamente atrapalhando a cena melodramática no qual a jovem Catherine se encontrava.

- Estou um pouco indisposta mamãe. - As palavras da jovem surgiam quase como um sussurro.

- Não temos tempo para indisposição, o Rei Teodoro II. está a tua espera, e se me lembro bem tínhamos combinado que você não iria me contrariar.

- Eu sei o quanto tudo o que está acontecendo, é importante para ti mamãe, mas tente me compreender, eu não nasci pra ser conhecida como amante do Rei. - a jovem permanecia cabisbaixa.

- Você não será amante de ninguém! Foi feita uma cerimônia no qual selecionou a esposa e subsequente rainha...

Catherine deixou-a falar, observava-a sem o menor indício de contrariedade. Sabia que a senhora sua mãe conversava sobre o baile e como o Rei a viu diante de tantas e tantas outras moças, mas não acompanhava sua fala.

De repente, Antes que pudera terminar interrompeu-a.

- Eu não estava presente nessa seleção.

Diz a jovem se levantando bruscamente de modo que pudesse encarar, o duro olhar que carregava a senhora sua mãe.

- Tudo foi um plano falho arquitetado pela senhora, sem ao menos permitir que eu pudesse fazer a minha escolha. - Catherine continua sem ao menos aumentar o tom de voz. - Um rostinho lindo é capaz de comprar um casamento, mas a minha essência nunca será subornada.

A mãe aproximando se da garota estralou lhe um beijo na face, fazendo com que a mesma permanecesse intacta e concluiu dizendo.

- Você há de me agradecer minha querida, as vezes temos que ter alguém que faça as escolhas por nós, pois quando somos jovens o mundo é visto cheio de seguranças e possibilidades...um mundo ideal, mas ao ganhares experiências esta visão fantástica se transformará numa tremenda facínora.

- Não sei como consegues manter a calma diante de tudo mamãe. Já está mais que na hora de entender que nós não fazemos mais parte da realeza, o seu reino se foi. Não persista em vão, eles não irão aceitar um sobrenome falido.

- Não se preocupes querida, eu farei tudo o que estiver ao meu alcance para que tu sejas a Rainha de Alarcour, queiram ou não.

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