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Preto: Entra aí- abre uma porta que dá para uma sala pequena

Marrom: Aí? Mas...eu achei que era pelo menos um lugar mais espaçoso...

Preto: A gente podia ter te jogado fora, tá reclamando demais pro meu gosto.

Marrom: Certo, certo...desculpa...- entra na sala.

Preto: Tá se desculpando? Então você assume o que fez.

Marrom: O que?! Não! Eu tô pedindo desculpas por ter reclamado!

Preto: Certo- ele fecha a porta e a tranca, em seguida se escora na mesma. - por mim já tinha sido jogado fora...

De volta á enfermaria, realizaram o mesmo processo que fizeram com o Rosa para não terem que jogar o corpo da Amarela fora. Ainda assim, o Laranja ficou pensativo sobre o que a Verde disse...um manicômio? Isso não fazia dela um perigo para os que estavam ali? Era isso que martelava em sua mente...mas provavelmente os outros teriam cometido erros tão ruins quanto ela, e não podia se esquecer do que ele próprio fez também.

A Azul ficou vigiando as câmeras, revezando com o Vermelho ela acabou pegando o último turno, mas algo inesperado aconteceu. Tinha sido algo grande o suficiente para fazê-la correr pelos corredores á noite e ir bater no quarto do Vermelho. Cada tripulante tinha seu quarto, apesar de que haviam quartos a mais e deveria ser por isso que não perceberam antes que algo estava errado. De acordo com as regras as portas deveriam ser trancadas para poderem tirar seus capacetes, felizmente não havia nenhum tubo de ventilação então poderiam dormir tranquilos ali.

Azul: Vermelho! Vermelho! Abre isso aqui!

Ele se levantou um pouco zonzo, as batidas na porta eram fortes não se deu ao trabalho de vestir o traje inteiro, apenas pôs o capacete e caminhou cansado até a porta, ele a abriu e antes que pudesse perguntar alguma coisa o corpo da Azul caiu dentro do quarto, apagada.

Vermelho: O que- Não, porcaria...você não!

Ele verificou o corpo dela, não encontrou um ferimento sequer...mas a parte do tecido que ficava no pescoço estava abarrotada...uma luz se acendeu em sua mente. Enforcamento, tentaram enforcá-la, sua respiração estava fraca mas ela ainda estava lá. Ele olhou para os dois lados e fechou a porta de seu quarto. Não iria tirar o capacete dela, mas era uma emergência, ele tirou o capacete, revelando longos cabelos loiros. A colocou na cama e esperou que acordasse pacientemente, assim que acordou ela levantou o tronco desnorteada, seus olhos eram azuis e espelhavam o medo que sua ama sentia.

Azul: Onde...onde ele está?! Ai minha cabeça...

Vermelho: tá falando do impostor? Do lado de fora...

Azul: Hum...espera...meu capacete! Onde ele está?! Por que você tirou?

Vermelho: Você estava desmaiada...sua respiração era fraca, foi o único meio que vi. Fica calma, não conto a ninguém quem você é...

Azul: Certo...mas quem me garante que não foi você quem me desmaiou? quem garante que você estava aqui dentro e não tentou me sufocar?

Vermelho: Na verdade...ninguém garante. Fique a vontade para dizer ou não o que você veio falar.

A frieza nas palavras dele e a falta de emoções dele fazia seu estômago se revirar em repulsa àquela atitude e medo. Mas era a única opção que lhe restava.

Azul: Certo...- ela deu um suspiro e se sentou na cama -eu estive nas câmeras...há um total de 8 registros. Mas como o impostor está aqui isso quer dizer que...

Vermelho: Ele tem um cartão, mas como isso é possível? Cada pessoa tem um cartão...com um código diferente gravado em seu interior.

Azul: Foi nisso que pensei, mas me recordando agora...hoje mais cedo as luzes se apagaram mas ninguém morreu.

Vermelho: Você tá falando que...ele roubou um cartão?!

Azul: Gostaria que não fosse verdade mas- ela faz que sim com a cabeça.

Vermelho: Não temos como verificar cada uma das credenciais?

Azul: Os cartões não identificam quem passou, apenas SE passou.

Vermelha: Merda...lá se vai o plano.

Azul: Pois é...- ela se levantou da cama e pegou seu capacete - amanhã continuaremos atrás do culpado.

Ela saiu de lá, foi descansar embora sua cabeça estivesse a mil por hora.

O dia chegou, não era bem "o dia" já que estavam no espaço, mas na nave os horários de dormir eram demarcados para que os tripulantes tivessem o tempo necessário para descansar seus corpos e mentes.

Mas para surpresa deles o botão de emergência foi apertado pela manhã, pela Verde. Todos se dirigiram até a cafeteria, ainda cansados.

Verde: Quem estava de olho no Marrom ontem?!

Preto: Fui eu, mas assim que deu a hora eu fui dormir...

Verde: Você é maluco?!- ela o puxou pela roupa - Você não podia ter deixado ele sozinho! Não podia! Você é suspeito Preto, sempre achei isso.

Roxa: Espera...ele fugiu?!

Branca: Como pôde deixar ele fugir seu...- ela da um tapa no capacete, que faz com que a cabeça dele bata lá dentro.

Preto: Olha como você fala comigo- ele a puxa e a ergue pela roupa com as duas mãos.

Laranja: Idiota, só a Idiotice pode justificar isso, solta ela.

Azul: Parem! Parem! Deixem a Verde falar antes.

Verde: Ele não fugiu...me sigam.

Chegaram naquela sala, um cheiro forte no ar, um cheiro metálico que os sufocava mesmo através do capacete.
A Verde abriu a porta e lá estava o Marrom, seu capacete quebrado revelava um rosto de um homem ensanguentado. Os olhos deles foram direto para o cadáver, que já estava lá há um bom tempo.

Verde: Não foi isso que me assustou mais...- ela apontou para a parede atrás dele.

Lá estavam em letras grandes, escritas com o próprio sangue do passageiro antes resgatado:

"Parece que vocês erraram, Tentem de novo."

Laranja: O que é essa porcaria? Um jogo?!

Branca: Ele era...ele era o motivo pra termos vindo, o resgate dele ia nos ajudar-

Azul: É com isso que você se preocupa?! O genocida que tá aqui dentro sequer se importa de matar alguém que carregaria a culpa e livraria a barra dele.

Roxa: Eu não deveria, eu não deveria ter aceitado vir aqui mesmo que fosse pra diminuir minha pena- sua voz foi ficando chorosa á medida que falava.

Vermelho: Preto...por que não nos conta exatamente o que aconteceu?

Preto: Eu dormi! Simples! Eu estava cansado e não era obrigado a ser babá de ninguém!

Branca: Querendo ou não você é o principal suspeito, você foi o último a vê-lo vivo Preto.

Preto: Que se dane isso! Me acorrentem e me prendam aqui, me façam morrer como fizeram com esse panaca- ele apontou para o corpo.

Laranja: Vocês não acham estranho a Verde ter vindo aqui assim que acordou...ela parecia saber o cenário que veria.

Verde: O quê?!- seu tom de voz se tornou mais alto -Caso você não saiba seres humanos também comem, eu ia oferecer comida á ele!

Preto: Vai voltar a fazer isso Laranja?
Sinceramente, você enche meu saco com suas acusações, por que ninguém culpa o cara que acusa tudo e todos? Por que é tomado como verdade o que esse descontrolado fala?

Laranja: VOCÊ tá me chamando de descontrolado?

Vermelho: Verde...dadas as circunstâncias, e o fato de que você já esteve num manicômio... você também é suspeita.

Verde: Claro, claro, é óbvio que não olhariam para si mesmos e sim para o que falei do meu passado. É a tendência do ser humano observar mais o erro dos outros, somos todos criminosos Vermelho, meu crime não anula o de ninguém.

Among Us: a história por trás das telasOnde histórias criam vida. Descubra agora