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O horário de descanso enfim chegou, mais e mais problemas surgiam na nave a cada dia, para que eles tivessem que se movimentar mais e consequentemente, sentirem medo.

Mas uma pessoa em específico não queria ficar quieta esperando que mais pessoas morressem. O Preto saiu de seu quarto com uma lanterna em mãos, não iria despreparado pois passaria na cafeteria para pegar uma faca. Era aquela noite em que ele faria o impostor pagar pelas vidas tiradas ali, o venceria em seu próprio jogo.

Chegando na cafeteria entrou na área da cozinha, indo em direção á gaveta de talheres. Um ruído de metal no chão o fez ficar em alerta, passeando sua lanterna rapidamente pelo chão ele encontrou o objeto. Não iria até a faca, em sua cabeça se abaixar ali seria morte na certa. Ele continuou virando sua lanterna para todos os lados em busca do culpado, mas uma voz o fez estremecer os ossos.

???: Ué... você veio até aqui se armar não foi? Por que não pega e partimos para um duelo?

Preto: Um aparelho que distorce a voz, você se preparou muito para isso não? Não quer se descuidar e sabe que eu fugiria para te denunciar.

???: Tenho muitas precauções, enquanto estiverem aqui dentro estão na palma da minha mão, estão no meu tabuleiro.

Preto: E se eu não quiser jogar com você? Nada me impede de sair daqui e voltar a dormir tranquilamente.

???: Pode tentar, mas isso seria em vão não acha?

O homem demorou um tempo olhando em volta, calculando em quanto tempo conseguiria chegar á porta. Até que enfim correu, tinha experiência em fugas rápidas e concentrou sua energia apenas nos pés, fixando o peso na frente do pé a cada impulso dado.

Até que, ele tropeçou num fio, um fio afiado que fez um corte em sua panturrilha esquerda manchando sua roupa de sangue. E fazendo com que ele tivesse que apoiar seus punhos no chão para não cair.

???: Eu te avisei- o impostor assobiava, chegando cada vez mais perto.

Preto: Te peguei.

O Preto saltou em direção ao ser que estava se aproximando, segurou-o pois ele se debatia bastante. Ele conseguiu saber quem era com a lanterna em mãos, mas logo vieram facadas.

???: Então está querendo brincar?! Pensei que tinha dito que não entraria no meu joguinho!- uma risada saia dele e se tornava cada vez mais alta.

O Preto começou a bater nele até que perdeu as forças e caiu no chão.

???: Mas que rapaz teimosinho, não vou te matar... você já vai morrer sozinho depois, mas para garantir- se aproximou do rosto do preto e levantou seu capacete -vou te ensinar a não falar demais.

A hora de acordar chegou, com excessão do Preto todos os outros tripulantes saíram de seus quartos. Apenas para ver aquela cena, o Preto manchava o chão com seu sangue e se rastejava até a tubulação. A Verde então correu até ele.

Verde: Preto quem fez isso com você?!

Ele balbuciou algumas palavras em meio ao sangue que escorria de sua boca, sua língua cortada e a hemorragia deixaram sua visão torta. A única coisa que pôde fazer antes de morrer, foi apontar para a tubulação em que viu o impostor entrar.

Roxa: Merda! Merda, merda, merda!

O Vermelho passava a mão no capacete como se buscasse respostas.

Branca: Já chega pra mim- ela entrou na tubulação que o Preto apontou antes que qualquer um pudesse dizer alguma coisa.

Verde: Ei espera aí!

Um grito veio de onde a Branca entrou, a primeira coisa que o Laranja fez foi olhar ao redor, mas todos estavam bem ali com excessão da Branca.

Roxa: Ei! O que aconteceu?!

Sem respostas. Era o que pensavam pelo menos, a grade se ergueu e de lá um braço se apoiava para fazer força e tirar o resto do corpo.

Azul: Você tá maluca? Quase nos mata do coração- ela foi até a Branca e a ajudou a subir.

Foi aí que todos perceberam, aquele grito não foi em vão. Um dos braços da mulher não estava mais lá.

Laranja: Como isso é possível?! O que tirou o braço dela?! Estamos todos aqui!

Vermelho: Uma armadilha, seja lá quem for sabia que o Preto indicaria a tubulação, sabia que alguém iria investigar- ele cerrou seus punhos.

Verde: Nós...somos metade do que um dia já fomos agora...

Roxa: Qualquer um...menos você...- ela começou a soluçar.

Vermelho: Ei...olhem...

Os olhares se voltaram para a parte da frente da área da cozinha, mais uma mensagem pintada em sangue.

"Tic tac, o tempo de vocês está esgotando"

Laranja: De novo essa porcaria?! Eu já não aguento viver como num maldito jogo!

A Azul a tirou da ventilação e colocou no piso. Colocou a cabeça sobre o peito da mulher, conseguia ouvir a respiração apesar de agora ela já ter desmaiado.

Azul: Ela tá viva!

O Laranja a pegou nos braços e correu até a enfermaria. Passaram horas ali, ele e a Verde, enfaixando e suturando a ferida para que ela ficasse estável.

As luzes se apagam novamente, por sorte a cirurgia havia acabado. Tudo no mais profundo silêncio entre os sobreviventes, não se atreveram a se comunicar ou emitir ruídos para não alertar sua localização.

O Vermelho foi até as luzes, as consertou. Tomou um susto da Azul que também estava a caminho de lá.

Azul: Onde você...onde você estava?

Vermelho: Tá desconfiando de mim?

Azul: Bem... é que você sempre ficou mais perto de mim...se repente você se afastou só queria saber.

Verde: Meu...Deus...que porcaria é esta?!

Ela gritou a última frase, fazendo com que os outros viessem até onde ela estava, a parte de baixo da nave onde o lixo é eliminado. Lá estava flutuando no espaço o corpo da Roxa...se congelando a cada instante que permanecia no vácuo sem ar, o traje que todos usavam não era feito para missões externas, mas para proteger enquanto estivessem dentro da nave.

Laranja: Ele resolveu simplesmente...matar três de uma única vez...

Azul: Essa porcaria tá indo longe demais, onde está o módulo de fuga?

Vermelho: Eu não pude comandar nenhum de vocês... Me perdoem por falhar.

Laranja: Não aja como um superior, você só recebeu esse título mas pode morrer como qualquer um aqui.

Azul: Não briguem por favor...estamos em uma situação crítica demais pra se fazer isso...


Among Us: a história por trás das telasOnde histórias criam vida. Descubra agora