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Aquela sala estava fedendo, decidiram fechá-la pois ninguém aguentava sequer passar perto dali. Sirenes soaram, era o oxigênio de novo. Correram até os dois locais que precisavam que a senha fosse digitada corretamente, o Laranja acabou ficando para trás pois perdeu o fôlego então a Verde parou e voltou em sua direção.

Laranja: Se for me matar agora... faça algo indolor pelo menos.

Verde: Você é problemático, acha que se eu fosse o impostor viria assim? Pelo que vi ele não é bobo e calcula seus movimentos, aliás tira esse capacete, você vai acabar sufocando. Como mandaram alguém que sofre de falta de ar pro espaço?

Laranja: Sai de perto...de mim- ele começou a se segurar na parede para não cair mas logo desmaiou.

Verde: Ei! Ei! Já não bastam as desconfianças... você me arma uma dessa maldito...

O alarme parou de soar e a Verde estava tentando reerguer o Laranja quando uma voz conhecida a assustou.

Preto: Agora tenho como provar minha inocência, você fez os outros com bem mais cuidado.

Verde: Não fui eu seu idiota...ele tem falta de ar.

Preto: Conta outra...só não conto o que vi...porque se não for você e você acabar morrendo, eu serei o próximo. Mas que fique claro, meus olhos estarão em você.

Do outro lado da nave, na sala de navegação, a Roxa conversava com a Branca tentando deixá-la mais alegre, porém sem sucesso.

Roxa: Ei...deixa pra lá, eu queria te perguntar uma coisa mas acho que essa não é a melhor hora...

Branca: Tudo bem...pode falar.

Roxa: O que você fez pra vir para aqui?

Branca: Ah, fala do crime?

Roxa: Isso.

Branca: Mas nos disseram para não revelar nossas identidades...

Roxa: Mas eu não vou saber quem você é, só o que você fez. Acho que se conhecêssemos uns aos outros, saberíamos se algo estivesse errado aqui dentro...

Branca: Tudo bem, é uma história um pouquinho longa, mas vou tentar resumir pra você. Eu invadi um dos servidores...dessa empresa que nos mandou até aqui, na época eu fazia parte de um grupo terrorista que planejava derrubar o governo começando pela tecnologia que eles tinham. Eu causei uma explosão de uma nave no espaço, é provável que você tenha visto na televisão.

Roxa: Espera, foi você?!

Branca: Depois disso eu acabei sendo rastreada e pega...e você o que fez?

Roxa: Não foi nada tão grande assim...eu matei dois tripulantes da última vez que estive no espaço, mas não é o que você pensa...eles tinham pego uma doença desconhecida que já estava começando a se espalhar e quase me fez pegar também. Foi a sangue frio mas se eu tinha que escolher entre a minha vida ou a deles, eu não exitaria. Depois disso me denunciaram sem contar direito o ocorrido.

Branca: Não foi tido como legítima defesa? Acho que você é uma das únicas que não merecia estar aqui.

Roxa: Acho que todos nós acabamos vindo para cá pagar por nossos erros...mas fomos seguidos pelas consequências...

Azul: Eu achei vocês! Não sumam assim, temos que ficar em alerta...

Branca: E você Azul?

Azul: Eu? Eu o quê?

Roxa: O que você fez para estar aqui?

Azul: Bem...- ela suspira como se fosse um fardo contar essa história -eu esfaqueei o capitão da minha nave em minha última missão.

As duas mulheres esperaram o resto da história, que não veio. Elas arregalaram os olhos e continuaram olhando a mulher.

Roxa: Mas...por que...?

Azul: Eu estava enlouquecendo dentro daquele lugar, era minha primeira viagem e estava durando demais...eu era muito perturbada na época...

O Vermelho andava sozinho enquanto os outros conversavam. Ele sentia olhos o fitando de longe mas não conseguia saber de onde. Andou bastante pela nave e enfim achou a Verde, que conversava com o Laranja.

Vermelho: enfim encontrei alguém...já estava começando a ficar desesperado.

Laranja: Hum...andando pela nave sozinho né?

Verde: Lá vem você com isso de novo! Chega Laranja! Guarde as desconfianças para quando tivermos provas!

Laranja: Que seja... cadê o Preto hein?

Vermelho: Como eu saberia?

Preto: Voltei...pra assombrar vocês.

Vermelho: Preto...era você que estava me observando?

Preto: Sim...querendo ou não na situação que estamos é estranho alguém andar...sozinho.

Vermelho: Eu não encontrava ninguém...- seu olhar vai até a Verde -eu queria perguntar algo a você, Verde. Você nunca foi de se enturmar com ninguém daqui, mas de repente se aproximou do Laranja...

Verde: O que tem demais nisso?

Vermelho: Sei lá...só achei meio conveniente depois de termos descoberto que há um impostor você ter resolvido criar laços com alguém.

Verde: Até você?! Credo...já que eu preciso mesmo livrar minha barra, eu explico. Eu vi o rosto dele, eu conheço ele de antes dessa missão e é o único que sei quem é.

Laranja: Você...me conhece?

Verde: Você se lembra do vôo 836... não?

Um flash pareceu se acender na cabeça do homem.

Laranja: Você...era a capitã não é?

Verde: Então lembrou de mim.

Preto: Só pra desencargo de consciência, podem explicar essa história?

Laranja: Eu me envolvi numa missão para matar o presidente, não lembro bem o motivo mas ele faria uma viagem á lua em prestígio a alguma coisa. Ela era a capitã do vôo, depois da tentativa eu quase fiquei cego e só nós dois se sobrevivemos.

Vermelho: Hum...e a história do manicômio?

Verde: Eu era sádica, gostei de assassinar a tripulação. Me mandaram para um manicômio depois de um interrogatório longo sobre meus motivos. Já respondemos demais, que tal provarem que têm uma história também?

Vermelho: Eu era um assassino de aluguel.

Preto: Espera...mas o que isso tem a ver com espaço?

Vermelho: Você não sabe em quantos lugares eu fui para cometer os assassinatos.

Preto: Eu também era um assassino, mas não era pago para isso...tive meus motivos para invadir naves.

Laranja: Invadir naves parece tão familiar...onde será que já vi isso- havia uma pitada de ironia em sua voz.

Preto: Para com essa merda, eu já falei minha história.

Eles enfim perceberiam o erro, de não terem criado laços antes. Ou pior ainda, de terem criado laços quando o impostor sabia que havia sido descoberto, ele sabia que deveria criar uma história...quem acreditou faria com que pensassem que era inocente.













Among Us: a história por trás das telasOnde histórias criam vida. Descubra agora