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Marrom: Por que você nos chamou aqui?

Laranja: Eu pensei que algum de vocês teria morrido. Ouvi a grade da ventilação bater quando tudo estava escuro.

Vermelho: Bem...pelo visto ninguém morreu- ele se senta e apoia os cotovelos numa mesa.

Amarela: Mas por que ele faria algo assim?

Roxa: Talvez quisesse nos distrair de algo...eu realmente não sei.

Preto: Olha querem saber? Pra mim chega, eu quero o módulo de fuga dessa nave.

Branca: Você sabe que só uma pessoa pode sair nele, e além disso não tem comida suficiente ali.

Preto: Ora sua- ele cerrou os punhos - já que não podemos fazer nada, o que me diz querido capitão- ele diz em tom debochado -o que acha que devemos fazer?

Os olhares se voltaram para o Vermelho, que olhava fixamente para um ponto da mesa pensando.

Marrom: Quem diria, fui resgatado para não morrer e agora vou morrer de todo jeito! Por que me colocaram nessa maldita nave, me deixem no planeta inóspito, eu os imploro.

Verde: Ai, cala a boca aí vai. Eu preciso de você pra reduzir a minha pena.

Todos os olhares se voltaram para a Verde, como se a frase dela desse um estalo na cabeça de todos.

Preto: Espera... você também...agora faz sentido, pelo visto não foi um acaso.

Roxa: Então é isso? Somos todos criminosos?

Marrom: Vcs estão de palhaçada comigo não é? Me enfiaram numa nave cheia de criminosos e um genocida?!

Verde: Você pode parar por um segundo? Você não é o único em risco aqui, caso não tenha percebido o Rosa morreu e muito provavelmente era um criminoso também.

Vermelho: Essa informação não vai nos acrescentar em nada, passamos mais de um mês aqui dentro sem sequer saber disso, acho que deveríamos andar em duplas a partir de agora.

Azul: Mas o número é ímpar...não dá pra andar em duplas.

Roxa: Então trios..? Não acho seguro como as duplas.

Vermelho: Continuem em duplas, eu vou ficar nas câmeras.

Laranja: Olha cara a ideia foi boa, mas caso alguém aqui morra, saiba que a primeira suspeita será a única pessoa que estava sozinha e sem nenhuma testemunha pra provar sua inocência.

Amarela: Isso é um fato...

Vermelho: vão ser 3 duplas e um trio então...fica bom assim?

O Laranja continuava com seu olhar de desprezo debaixo do capacete, mas aquilo era uma ideia melhor mesmo.

A divisão foi feita: Azul, Vermelho e Roxa; Amarela e Marrom; Branca e Preto; Laranja e Verde.

Embora fossem fazer tarefas, eles vez por outra verificavam quem já havia passado seu cartão de registro através do banco de dados. O Vermelho se inocentou ao passar, Azul também e a Roxa o mesmo. Mais uma vez as luzes apagaram, mas por um período Extremamente curto já que o Preto já estava na sala dos disjuntores e a consertou. Ainda assim foi possível ouvir um grito feminino estridente vindo da enfermaria, temendo pela segurança de qualquer um que estivesse ali eles correram até lá.

A cena horrenda que se seguia, o Marrom ajoelhado, segurava a Amarela nos braços...o sangue pingava dela, escorrendo da sua barriga e formando uma poça abaixo dos dois.

Branca: Não...não, não, não! Desgra-

Antes que ela terminasse de falar o laranja puxou o Marrom pela roupa e o bateu no capacete uma, duas, três vezes. Até ser segurado pelo Preto e pela Verde, o Marrom tossiu, pelo som era sangue.

Azul: Como pode ser você...se nós fomos mandados para te resgatar?

Marrom: Não cometam esse erro! Não sou eu! Como a Azul mesmo disse, eu fui resgatado!

Vermelho: Realmente isso não faz sentido...

A branca ficou de cócoras e pegou o braço da Amarela, mediu seu pulso e confirmou o que temiam: ela já não estava entre eles.

Preto: Eu queria te bater, mas parece que o Laranja já fez isso por mim.

Vermelho: Vamos te dar uma chance...de explicar o que aconteceu. Pode começar.

Marrom: Eu vim até aqui coletar as amostras e ela foi até o Rosa, eu virei de costas e em pouco tempo a luz apagou...eu ouvi sons de faca e depois a tubulação ser fechada.

Roxa: Isso me cheira a mentira...e uma das bem contadas, por que você segurava ela nos braços?

Marrom: Ela tentou me dizer alguma coisa quando foi olhar o Rosa, mas não conseguiu dizer...eu segurei quando ela caiu e tentei estancar o sangue com minhas mãos porque estava escuro...- ele disse olhando suas mãos ensanguentadas.

Eles se entreolharam, a Branca não tirava os olhos dele e do corpo de sua amiga.

Vermelho: Marrom, chegamos á conclusão de que não vamos jogar você pra fora da nave.

O rosto dele pareceu se iluminar ao ouvir isso, embora não desse para vê-lo.

Marrom: S-sério?

Verde: Sim, mas você vai ficar sob observação nos fundos. Vamos prender você e te dar comida, te soltaremos se percebermos que você disse a verdade.

Marrom: É justo...- ele dá um suspiro e se levanta.

Preto: Me acompanhe.

Os dois saíram de lá, o Marrom estava conformado já que não seria jogado da nave. O Vermelho e a Azul resolveram analisar a cena, os demais permaneceram no lugar para entender o que teria acontecido.

Azul: Vejamos...ele disse que o impostor entrou e saiu daqui pela ventilação...- ela disse enquanto ia pro lugar onde o Marrom disse estar quando a Amarela foi morta- ele estava neste exato ponto coletando as amostras.

Laranja: Se me dá licença, eu acho improvável ele ter ficado aqui esperando as amostras. Ninguém faz isso, todos deixam a máquina trabalhar e só voltam quando o tempo acaba, isso é regra.

Roxa: Isso é verdade...mas e se ele ficou só esperando que ela olhasse o que queria no Rosa? E então decidiu esperar as amostras para passar o tempo.

Branca: De que lado você está?!- ela se exaltou.

Verde: Não tem um "lado" aqui, sei que eram amigas mas não se deixe levar assim- ela disse isso e seu olhar passou pelo Laranja - temos que olhar os fatos, não adianta ter pego ele, se o impostor ainda está solto e pode muito bem estar entre nós nesta sala.

Vermelho: Bem...temos que limpar essa sujeira, Laranja me ajuda a levantar ela.

Assim que os dois fizeram força para levantar o corpo, escutaram algo metálico cair. Os olhares na sala se direcionaram para a faca inteiramente ensanguentada caída no chão.

Branca: A faca...ele enfiou a faca inteira na barriga dela- sua voz tinha uma pitada de repulsa.

Verde: Mas que porcaria...qual o problema dele? Já não bastava matar...tinha que ser brutal. Não estamos lidando com uma pessoa comum, eu tenho certeza de que é um psicopata...ele não matou por matar, mas porque gosta disso.

Laranja: Você parece entender bastante sobre isso não é? De onde vem esse conhecimento?

Verde: Eu estive num manicômio, e não era como médica.










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