Capítulo 1

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Vamos de capítulo todinho do Rodrigo? (Estou loucamente apaixonada por esse homem, sou uma periguete literária assumidíssima😂). Obrigada demais a todos que leram o prólogo❤❤

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Rodrigo

Estou me afogando, perdendo todos meus pontos de apoio, em pânico. Faz quatro semanas que olho à minha volta e sinto como se as paredes fossem ondas gigantes quebrando sobre mim, enquanto eu afundo aprisionado num terno.

Três meses que perdi meus ídolos.

Um mês que jurei dar continuidade aos seus legados.

Arranco a gravata, jogando-a longe, e abro dois botões da camisa branca Hugo Boss (nem o tecido luxuoso alivia a sensação de estar sendo engolido vivo!). Esse é o último dia que uso essa merda. Milhões de executivos comparecem às suas empresas sem esse acessório e não se tornam menos competentes por isso.

Talvez, Rodrigo, isso aconteça porque eles sabem o que estão fazendo; ao contrário de você, que não tem a mais remota ideia!

Escondo meu rosto entre as mãos, apoiando os cotovelos na mesa de carvalho que um dia pertenceu ao meu pai. Cazzo! Onde estava com a cabeça quando, após os advogados lerem os testamentos do meu pai e do meu irmão, pulei da poltrona, na biblioteca da mansão da minha família, e declarei, olhando para minha avó, minha mãe e minha sobrinha:

— Eu vou assumir a presidência da Lanzarini. Não vou permitir que o patrimônio de nossa família vá parar nas mãos de alguém mal-intencionado.

O caso é que eu não podia fazer diferente. Meu pai estava apostando todas as fichas em Luca para sucedê-lo à frente dos negócios. Meu irmão estava sendo preparado a fim de assumir essa missão desde os quinze anos de idade! E ele, por sua vez, passaria para as mãos de Lavínia, sua esposa e nossa diretora financeira, o comando se algo lhe acontecesse.

Sempre soube que a maior meta de papà era assegurar que a empresa não deixasse de ser familiar. Os italianos têm uma ligação muito poderosa com a família. Tudo gira em torno dela. E quando poderíamos imaginar que uma tragédia de proporções cataclísmicas se abateria sobre a nossa família?

Levanto-me da cadeira e ando pela sala, com as mãos nos bolsos da calça social preta feita sob medida por um ateliê paulistano, que é referência em alfaiataria italiana (tampouco isso está me impedindo de sentir que a peça pesa duas toneladas).

Meu pai tinha verdadeira paixão por esse escritório. Lembro-me, como se tivesse acontecido há poucas horas, do dia em que ele reuniu a família em volta da mesa do almoço de domingo (esses almoços sempre foram sagrados para os Lanzarini) e comunicou, junto com Luca e Lavínia, que havia adquirido seu sonhado imóvel num dos mais importantes polos econômicos de São Paulo na Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, no Brooklin. Um edifício de dez andares. E o último andar seria reservado para montar sua desejada sala espaçosa, na qual poderia receber um grande número de pessoas.

Guinada do Destino [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora