Capítulo 3

887 170 57
                                    

Estou postando o capítulo mais cedo para vocês aproveitarem o feriado para ler ❤❤

Estou postando o capítulo mais cedo para vocês aproveitarem o feriado para ler ❤❤

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Rodrigo

Dinheiro compra tudo, menos o silêncio de uma adolescente histérica.

Está decidido: vou sair do Imperium! Eu odeio todo mundo daquele colégio! Só tem idiotas lá! Você é o meu tutor e tem obrigação de atender meus pedidos!

Meto as mãos nos meus cabelos, cravando as unhas no couro cabeludo. Sofia e eu estamos trancados na biblioteca da mansão de minha família. Saí da Lanzarini às 19h, depois de um dia infernal, repleto de reuniões e dores de cabeça. Vim direto para cá, determinado a ter uma conversa tranquila, ponderada, madura com a minha sobrinha. Afinal, ela está enfrentando um momento delicado, e eu não sou a porra de um insensível. Contudo, assim que adentramos o cômodo preferido do meu pai (ele tinha paixão por sua coleção de cinco mil livros, distribuídos em seis estantes, que vão do chão ao teto), a pequena loira de olhos azuis (uma miniatura da mãe) descarregou seu fuzil contra mim.

Sof, esfrie essa cabecinha. Sente-se e vamos conversar com calma peço, num tom baixo, indicando a poltrona, em frente à estante de clássicos italianos. Sento-me na ponta da mesa rústica, da qual meu pai comandava a empresa quando estava em casa, e cruzo os braços. Me conte, por favor, o que está acontecendo no seu colégio. O que realmente está motivando sua fúria?

Ela revira os olhos, sem mudar um milímetro a postura desafiadora pernas separadas, mãos na cintura, olhar fulminante. Retenho um suspiro de irritação. Costumava ter uma boa relação com os adolescentes. Talvez porque, devido ao meu estilo de vida despojado, me sentisse mais próximo deles do que dos adultos da minha idade. O problema é que... Cacete, tudo mudou! Eu mudei! Fui obrigado a mudar, quero dizer. Estou tentando administrar tantas mudanças e um pouco de cooperação da minha família não faria mal algum. Mas a pequena encrenqueira e minha mãe têm o dom de tirar a paciência até de um santo!

Você é surdo? Que parte não entendeu do "odeio todo mundo daquele colégio"? E ela recarrega sua AK-47 e mira na minha cabeça. Aiuto!(socorro!). — Eles me tratam como se eu fosse uma deficiente porque sou órfã. Não preciso da piedade daqueles idiotas!

Não é piedade, é compaixão, Sof. Você também agiria assim se um amigo seu tivesse perdido os pais. Isso demonstra que são seus amigos de verdade, cara mia. Lanço-lhe um sorriso carinhoso. Não vou mentir: apesar de nutrir um afeto profundo por Sofia, e possuir um senso de proteção gigantesco em relação a ela, nós nunca fomos muito próximos. Minhas viagens constantes e, sobretudo, o fato de passar a maior parte do ano na Itália não me permitiram criar um vínculo estreito com minha sobrinha. Nós nos encontrávamos somente nos almoços de domingo, quando eu estava no Brasil, e em datas comemorativas. No entanto, estou disposto a estreitar nossos laços e (nunca imaginei que diria isso) exercer um papel similar ao de pai para ela.

Guinada do Destino [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora