INIGUALÁVEL | REPOSTANDO

• Capítulo XL • REPOSTAGEM

Jessie • Jéssica Vincenzo.

Três meses depois(...)

Gorda e com a barriga tão enorme, que se por um acaso caísse pelas escadas, com toda certeza sairia rolando e batendo como uma bola para todos os lados! Mas, brincadeiras à parte, é justamente com o medo de que eu possa cair, que agora tenho uma escolta para tudo! Seja para ir ao banheiro ou na cozinha. Sim! O Lion, se superou no quesito pai super protetor.

Claro que com a minha barriga e os seios enormes como estão, parecendo ter duplicado de tamanho, as massagens dele são sempre muito bem vindas. Além disso, estou nas últimas semanas e a médica disse que Mia pode chegar a qualquer momento ou esperar o último minuto. Então, o Lion está uma pilha de nervos, estudando sobre "como ser pai" e "os primeiros cuidados com a bebê recém-nascida". Em todo caso, uma coisa peculiar e engraçada que descobri nos últimos meses sobre grávidas é que: se algo caiu no chão, porque lá agora é o seu novo lugar para ficar.

Além dos empecilhos cotidianos, meus calcanhares inchados, às vezes chorar com as coisas mais sem sentido possível e imaginável, também estou quase colocando um balde ao meu lado, pois não tenho condições de ir ao banheiro a cada minuto. Isso é terrível! E pior, desde ontem à noite, um desconforto em meu ventre e a vontade de fazer xixi estão piores, assim como as dores pulsantes do meu quadril. A Mia está muito agitada.

— Vai com calma minha filha, logo estará fora daí. Faltam poucas semanas... — converso com ela, enquanto acaricio minha barriga.

Eu achava que o período negro da minha gravidez, era o enjoo... Tão iludida!

Pelo menos posso trabalhar sentada. Foi exatamente isso que pensei há algum tempo. Infelizmente, tenho um amor que nem sempre é tão amor assim, que pega minha mão e me faz caminhar, fazendo alongamentos e os exercícios que aprendeu em seus estudos. Segundo ele, faz bem para a mãe e o bebê. Isso não seria ruim, se por pura coincidência, não fosse em todas às vezes que eu tenho uma ideia nova para os meus projetos e estou inspirada.

Deixei a administração da empresa com as meninas, já que estamos na fase de marketing, entre outras coisas, e contratei pessoas exclusivamente para isso. Agora mesmo, cá estou, plena, sentada na minha nova cadeira confortável com suporte para minha coluna, aliviando a minha dor, feliz da vida com um coque frouxo e nem aí para o que vão pensar de mim se me virem assim.

Com dez esboços de roupas em minha mesa, sinto-me a produtiva do ano.

Mas, logo meu sossego é interrompido, pois o "super pai" parece ter uma ideia diferente para o dia.

Ele aparece subitamente na minha sala, me avisa que tenho trinta minutos para me arrumar e que logo virá me buscar para algo. Fico curiosa e concordo. Apresso-me, mas sem ideia de como deveria me vestir, principalmente estando com esse tamanho todo. Por fim, opto por um vestido simples e bonito de cor preta, que poderia ser usado em um evento simples ou elegante.

Quando estou em meio a uma guerra contra a protuberância da minha barriga e quase dando um jeito nas minhas costas, apenas para colocar minha sandália, ele chega muito bem vestido, usando um fraque. Seus cabelos estão bem penteados, assim como a barba aparada. Ao mesmo tempo, que o admiro, concluo que minha maquiagem é simples demais, estou toda básica demais em comparação. Ele por sua vez, parece não se importar. Vem até mim, ajoelha-se no chão e me ajuda com a sandália. Levanta-se e me estende a mão.

— Vamos?

— O que aconteceu? — pergunto, sobrepondo a sua mão com a minha. — Me tornei a Cinderela, mas pulei a cerca para ficar com a Fera? Com certeza, por causa do tamanho do pau!