Capítulo VI - A Floresta

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O estranho vazio que sentia perdurou pelos meses que se passavam após Castiel desaparecer, ele era como um vício que desenvolvi para aturar o castelo, e me via em perigo se isso viesse a acontecer mais vezes, já que eu me assegurava ser autossuficiente. A medida que o tempo passava, as memórias antes nítidas que eu possuía do feiticeiro se misturavam a qualquer paisagem distinta que se apresentava diante de meus olhos. Quase me esquecendo de sua voz.

Mas isso era bom de certa forma, era o que minha mente se forçava a acreditar, eu estava o esquecendo, mas de alguma forma, o som da música relembrava uma paixão estranha pelo desconforto em meu coração.

As flores dos jardins que ele cuidava não tinham o tom vibrante que por um mistério oculto ele podia torna-las deslumbrantes, mas mesmo assim, era bonito de ver.

Minhas manhãs gradativamente voltaram ao normal, e percebi o quão idiota eu fui por deixar meus sentimentos afrouxarem como se eu não tivesse controle sobre eles. Mas mesmo assim, eu estava curioso sobre o mundo do qual eu ainda desconhecia.

Quando em uma noite de frio inverno a insônia me consumia, desci as escadas do castelo, os guardas vigiavam as torres e muralhas e como um ladrão silencioso, me direcionei a estufa após uma breve caminhada, praguejei pelo caminho o quão idiota eu era para então decidir de uma vez por todas que desistir de um amor inconstante e ligeiro fosse a melhor escolha.

Talvez meu destino fadado dês de meu nascimento fosse me tornar um rei de um grande império, destronado pela subjeção sob meu povo, não atendendo seus grandes propósitos em extinguir pessoas apenas por serem algo do qual sua mente tardia não tem a capacidade de entender, ou até obter a benção da misericórdia.

A antiga estufa opunha sua atmosfera obscura de modo desconcertante, sossegado e silencioso enquanto me aproximava gradativamente, fechei minha sobrecasaca azul marinho pelos ventos frios de um outono adjacente.

Espreitei-me na janelas empoeiradas e uma turva visão de silhueta floresceu o nervosismo, talvez ele estivesse ali? Adentrei o lugar estalando os galhos secos no chão de madeira corroída por minhas botas, mas o estranhamento percorreu meu corpo assim como a vertigem de perigo.

— Ele não está aqui. — Sussurrou a voz feminina, o timbre que ouvi certa noite quando Castiel desapareceu. Um sobressalto me alertou de sua presença. — Está cuidando do Conselho por exibir magia em frente a um humano. — Girei meus calcanhares para ver quem se posicionava detrás de mim e percebi Priya e seus olhos azuis celestes curiosos .

— O que está fazendo aqui? — Perguntei, meus olhos a seguindo enquanto rondava meu corpo, medindo com seus olhos cintilantes cada parte do meu corpo.

— Ele me mandou para se certificar que está bem. — Disparou. — Castiel anda preocupado com você, mesmo que não demonstre isso fielmente, já que ele foi descuidado para que isso acontecesse.

— Isso não faz sentido, já que ele simplesmente desapareceu. — Proferi a observando, meu olhar sério instigando sua total atenção.

— Parece que você o dispensou rápido, não? — Especulou assentando em uma mesa antiga de madeira, exibindo suas pernas pelo corte provocante em seu vestido. — A aventura de vocês foi tão escassa, assim? — Provocou.

— Você esperava um casamento com poucos encontros escondidos com um bruxo? — Retruquei irritado.

— Isso. — Apontou para mim e logo desceu da mesa se aproximando. — Era essa resposta que eu queria. — O tom de sua voz diminuiu, sussurrando em meu ouvido. — Você não sobrevive em um mar de tubarões como esse com regras de etiqueta que te obrigam a seguir, Nathaniel, príncipe de Amorís. — O tom brincalhão parecia transformar toda a situação em apenas um teatro comovente e cômico.

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⏰ Última atualização: Jul 07, 2022 ⏰

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