El Egipcio

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Boa leitura :)

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Um assalto a um carro-forte parecia o plano perfeito para se conseguir 11 milhões de euros, este era planejado pela mente brilhante que era Zulema Zahir, e executado por ela e seu parceiro - que também era o seu amante - Hanbal Hamadi, conhecido nacionalmente por El Egipcio.
Tudo estava exatamente onde eles precisavam; dois carros que eles encontraram em um ferro velho, ambos dado como perda total. Atearam fogo neles, no meio da rodovia que era cercada por mato, árvores e montanhas. Eles haviam calculado, o carro-forte passaria por ali, apenas precisavam ter paciênia e esperar. Os dois carros forjava um acidente, Zahir tinha a testa e o corpo todo coberta com sangue, e suas roupas estavam rasgadas.
Quando Hanbal recebe um sinal por um de seus informantes que acompanhava o carro de longe, ele sabe que é hora de agir. O plano que levara semanas para se pôr em prática, estava finalmente concretizando. O carro era escoltado por policiais armados, três no total. Haviam duas viaturas atrás mas foram impedidas por atiradores - que estavam em algum lugar atrás das árvores - que dispararam em direção aos carros, fazendo-os bater entre si e capotarem. Quando o carro-forte aponta após fazer uma curva, Hamadi pega Zahir nos braços e sai de trás do carro em chamas, gritando por ajuda.
Os policiais que não reconheceram o casal, pediram para que o motorista parasse e desceram para prestar ajuda. Ajuda essa que foi recebida por quatro armas, pois enquanto desciam, Zulema já sacava da cintura suas armas, e Hanbal faz o mesmo, apontando para os policiais.
Após pegarem exatamente 11 milhões de euros, eles entraram no carro que havia chegado no segundo que eles desarmaram os policiais. Mas alguém atira em um dos pneus. Zulema não contava com isso. Quando olha para trás, encontra Ferreiro com uma arma apontando para eles, e do outro lado, Castilho.

"Hijo de puta!" - Zulema grita, chutando o banco a sua frente.

Leopoldo Ferreiro era inspetor chefe da polícia nacional, ele seguia o caso de Zulema e o Egipcio bem de perto, trabalhava para pegá-los há anos. E quando recebeu uma chamada por rádio, avisando que havia uma movimentação estranha naquela rodovia, ele sabia muito bem do que se tratava. Conhecia Zahir o suficiente para saber do que era capaz, então foram armados e levaram consigo mais duas viaturas, que cercaram o perímetro. A árabe não se entregaria fácil, ela lutaria. Ele sabia disso. Então, autorizou para que atirassem, atirassem para matar. Ele estava cansado, suas rugas estavam mais visíveis desde o último ano. Foi uma temporada difícil, quando não estava atrás de alguma pista para pegar Zahir, estava com um copo de uísque barato na mão, em meio a pilhas de papéis. Não ia mais para casa, ficava em seu escritório e mal via sua família. Sua esposa estava preparando para deixá-lo mas ele não sabia, estava obcecado demais para perceber que aos poucos, sua família ia se desfazendo. Seu coração também já não era mais o mesmo, e ele sabia que precisava se aposentar, afinal era o que Castilho - seu parceiro de longa data - lhe dizia o tempo todo.

Zulema abre a porta do carro com tamanha raiva, e fica por trás da mesma, enquanto que Hanbal faz o mesmo. Era possível ver um sorriso travesso estampado no rosto de Zahir, ela não iria sair daquele lugar sem antes lutar. Não era de seu perfil recuar.

"Olha só, meus dois velhos amigos. Eu vou dizer como vai ser, vocês nos deixa ir e em troca, eu não mato os dois e ainda lhes dou 1 milhão de euros para dividir entre si. Que tal, hum?" - tenta negociar, de forma sarcástica.

"Não negociamos com você." - Leopoldo, afirma.

"Elfo del puto infierno." - pragueja quase inaudível, o parceiro do inspetor.

"Tudo bem, eu aumento para 2 milhões! Ah, vamos lá. Vocês recebem uma mixaria por ano e mesmo quando aposentarem, vão ter suas esposas reclamando do fracasso que se tornaram." - Zulema fala enquanto segura as armas que antes estavam em sua cintura.

"Podemos fazer isso de um jeito fácil, Zulema. Não precisa haver sangue." - Castilho diz ignorando a proposta da árabe, que por mais tentadora que fosse e ele sabia que ela tinha razão, não iria fazer um acordo com ela. Sabendo o quanto lutaram para aquele momento, o momento em que ficariam cara a cara com os perversos que há tempos vinha destruindo a vida de Ferreiro, ele não estragaria tudo isso. Em troca, ele recebe uma gargalhada da mulher que agora mirava com duas armas para eles.

"Até parece que não me conhece, velhote. Eu não fujo de uma boa troca de tiros, e vocês sabem disso." - diz El Escorpión, era como Castilho havia nomeado a árabe.

"Desista, Zahir! Está cercada por todos os lados. Apenas se entregue." - agora é a vez de Ferreiro se pronunciar.

"Jamás!" - e a palavra saiu como um grito de guerra, pois começaram a disparar balas.
Tudo aconteceu muito rápido, um Castilho baleado e caído no chão, foi o suficiente para Ferreiro disparar em direção ao peito de El Egipcio. Em câmera lenta, Zulema vê uma bala perfurar a camisa cinza e atravessar a pele no corpo de seu amante, com tamanha agressividade ela atingiu o coração que por muito tempo batia por Zahir. A árabe rapidamente deu a volta pelo carro e no mesmo momento, o corpo de Hamadi colidia fortemente com o asfalto da rodovia. Ela pôde ver a dor que seu amado sentiu, e parecia ter ouvido seu último suspiro mas primeiro, seus lábios se abriram e pronunciaram algumas palavras em árabe que fez o coração da morena se apertar.

"Aistiqbal almawt khayr min aistidbarih."

Encontrar a morte é melhor que tentar ignorá-la.

Outros policiais armados se aproximam para socorrer Castilho que apertava fortemente o local onde fora atingido, enquanto xingava Zulema por vários nomes.
Ferreiro ainda em choque por atingir um dos homens mais procurado, caminha lentamente até o onde estava Zahir abraçada ao corpo, agora sem vida, de Hanbal. Ela o solta com um enorme cuidado e volta sua atenção a Leopoldo que estava ao seu lado com uma arma apontada em sua cabeça. Seus olhos estavam mais verdes agora, e o que era branco fervia em um vermelho de raiva, ódio. Seu maxilar travado, quase era possível ouvir seus dentes rangendo e após perceber que não havia mais saída, ela se levanta com as mãos para cima, em sinal de rendição. O inspetor pôde perceber uma ou duas lágrimas que escorreram, mas Zahir não deixaria transparecer mais que isso, eles não poderiam saber o quão quebrada e frágil ela estava agora. Ela sempre acreditara que o amor era uma fraqueza, mas Karim - o homem que deu uma casa e foi o mais perto de um pai que ela teve - fez questão de apresentar Hanbal, seu sobrinho. Um jovem de 19 anos, atraente, que seguia firme com os negócios da família, e fez o seu coração disparar e suas pernas tremerem.

"Acabou, Zulema." - Leopoldo diz, apertando as algemas nos pulsos da árabe.

"Não, seu puto. Não acabou. Apenas começou. Eu quero que lembre-se desse dia, do dia que cavou a própria cova. Tua e da tua família. Eu vou atrás de vocês, de cada um de vocês, seus vermes!" - e finaliza sua ameaça com um cuspe na face do mais velho, e ele sentiu suas entranhas revirar. Sabia que ela falava sério, podia ver isso no olhar do escorpião.
Ela queria sangue, queria vingança. Vingança por Hanbal, vingança por ter sido pega. E ela o faria.

Mas antes, conheceria seu próprio infierno personal. E para isso, Zulema não estava preparada.

______________continua_____________

E aí, pessoas?

Um comentário sobre Castilho ter sido baleado: ou ele está perdendo algum parceiro ou está levando tiros hahaha

Não sou fluente em árabe e muito menos espanhol, mas tenho pesquisado bastante para poder escrever e caso haja algum erro, comentem aqui por favor.

Até a próxima, pessoal

Besos xx

Infierno PersonalOnde histórias criam vida. Descubra agora