3 meses depois
"Declaro a ré Macarena Ferreiro, acusada dos crimes apresentados..." - o Juiz pronunciava, diante de todos. Macarena já não ouvia mais, seu coração estava destruído e com os olhos cheios de lágrimas, olhava incrédula para o homem que lhe jurava amor. Não admitia ter sido enganada, ele havia prometido a ela, que deixaria sua esposa e os dois viveriam juntos pela eternidade. E agora ela pegaria 7 anos de cadeia, só de pensar em passar todo esse tempo atrás das grades, entrava em desespero.
Ele tinha convencido a loira de passar os imóveis dele para seu nome, com a justificativa de que se a mulher dele soubesse dos dois, iria tentar tirar tudo dele. Ele a coagiu para pegar 2 milhões de euros e levar para ele no estacionamento do prédio onde trabalhava, e ela assim o fez. Ele prometeu que a defenderia caso algo desse errado, mas agora no tribunal, ele afirma que ela era uma louca apaixonada por ele, que o seguia há um tempo.
Simón era um homem bem mais velho que Ferreiro, era casado e tinha duas filhas. Era chefe e amante de Macarena, lhe jurava amor eterno. E ela não podia acreditar no que estava acontecendo, seria presa por causa do homem que amava. Tentou se convencer mentalmente que poderia ser alguma jogada dele, mas quando este não quis dar satisfação para ela, a loira soube que realmente havia sido enganada. E agora, o que diria a sua mãe? Ao seu pai? Leopoldo e sua mãe, Encarna, sempre ensinaram para ela e seu irmão o certo e o errado, e sempre lhes avisaram da capacidade das pessoas. Não poderia fazer isso com seu pai, sabia que ele havia se entregado as bebidas e não vinha mais para casa. Sua mãe, estava em uma depressão profunda e a situação de Macarena, só iria piorar tudo. Não queria contar à Román, seu irmão mais velho, este estava prestes a casar e ela não desejava estragar sua felicidade. Em meio a tanto caos que era sua família, Román arrumara uma forma de ser feliz. Então quando ligou para sua mãe, ao invés de dizer que em algumas horas estaria atrás das grades, ela alegou estar indo viajar com um amigo e Encarna acreditou.
No segundo que colocou os pés na prisão, sentiu todo seu corpo tremer e seus pêlos arrepiarem. Um agente bastante simpático a encaminhou pelos corredores, de onde dava para ouvir o desespero das presas ao ver uma 'carne' nova no pedaço. A prisão lhe dava medo, sempre ouviu seu pai contar histórias sobre como as prisioneiras eram e sobre como eram tratadas. Suspirou fundo quando Palácios - o agente que a guiava - passou um pequeno cartão amarelo na frente de um monitor e viu o portão feito de grades enferrujadas, se abrir."Detenta Macarena Ferreiro, foi designada para a cela 234." - Palácios dá caminho para que a loira entre na cela e a mesma o faz.
"Mas que mierda é essa, Palácios? Estamos lotadas!" - uma mulher de longos cabelos castanho e uma pele morena, rebate com o agente.
"Ainda sobra uma cama, Vargas. É melhor que se acalme." - o homem adverte.
"Mas que porra. Zulema? Pode me dar uma força aqui?" - a detenta pede ajuda a sua colega de cela, e fiel amiga. Zulema Zahir. Macarena congela, já tinha ouvido falar da árabe através de seu pai, que deixa bem claro seu ódio pela mesma.
Zahir que até então estava sentada em sua cama, se levanta e anda até a Saray Vargas, ficando de frente para a loira.
"Palácios, Palácios.. nós dois sabemos que é melhor para todos que está niña fique em qualquer lugar, menos aqui." - a morena põe suas mãos na cintura, tomando uma pose que lhe dava certo poder. Ela não havia reconhecido a filha de Ferreiro, sabia que Karim - tio do seu agora falecido amante - estava planejando mas não sabia da chegada da loira.
"Zulema, não fode as coisas. Recebi ordens para que ela fique aqui, e aqui ela ficará." - Ele diz e aponta para a cama vazia, que ficava acima da cama de Zahir.
"Mira, Palácios, eu não quero criar problemas com você. Sabe que você é o que eu menos desgosto aqui, sí? Então, dê meia volta e tire essa loira oxigenada daqui antes que eu peça para meus amigos fazerem uma visita a tua preciosa mamá." - dito isso, Zulema faz um sinal para fora e ele se estremece. Antonio Palacios era um homem correto, com um bom coração e não se atreveria colocar sua mãe como alvo de Zahir. O agente conhecendo a fama da árabe e sabendo do que era capaz, deu alguns passos para trás e vira-se para a saída da cela.
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Infierno Personal
Fanfiction"Acabou, Zulema." - Leopoldo diz, apertando as algemas nos pulsos da árabe. "Não, seu puto. Não acabou. Apenas começou. Eu quero que lembre-se desse dia, do dia que cavou a própria cova. Tua e da tua família. Eu vou atrás de vocês, de cada um de voc...