2 - 𝑃𝑜𝑘𝑒́𝑚𝑜𝑛

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   A porta do Derek batendo com força no andar de cima foi o responsável por me acordar, e quase infartar

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   A porta do Derek batendo com força no andar de cima foi o responsável por me acordar, e quase infartar. De verdade, eu não sei como as molduras de gesso ainda se mantinham inteiras nos rodapés da casa, mas eu não tenho dúvidas que as rachaduras que andam surgindo em um canto ou outro pelo teto, são consequência dessa sua mania irritante.

  Com o corpo todo dolorido tentei me mexer, sem sucesso, até perceber que passei a noite toda na beira do sofá, dividindo espaço com o folgado do Dylan. Só não cai, pois ele estava me abraçando com pernas e braços.

 Ia me levantar aos berros, mas escutei duas risadas masculinas aproximando-se com som de passos descendo a escada. Uma era do Derek, a outra não conhecia e por precaução, fechei os olhos fingindo que estava dormindo. Acabei por enterrar meu rosto na almofada, sabia muito bem como acordava de manhã e não iria arriscar alguém me ver toda amassada.

— Olive, acho, eu sei lá. Nunca ouvi falar. — Minhas orelhas dobraram de tamanho. Derek falava desinteressado, enquanto o outro ainda ria.

— Aí, Derek. Esses dois estão assim até hoje? — a voz desconhecida pergunta como se já nos conhecesse, provavelmente era da escola, embora o timbre seja familiar, nenhum rosto me vem a cabeça.

— Muito pior — responde meu irmão. — Dois carrapatos! 

O dono da voz desconhecida apenas riu.

— Ele pelo menos conseguiu dar uns pegas nela nesse tempo todo? 

Faltou muito pouco para eu não saltar do sofá e xingar até sua próxima geração.

— Cala a sua boca. Está falando da minha irmã arrombado, e não, o rapaz é firmeza, se não fosse não estaria assim com ela. — Derek me defendendo, isso sim surpreendeu até meus antepassados. — Mas, acho que eles namoram sim, ela só não fala nada. 

  Abri minha boca em formato de "o", jamais esperava ouvir isso do meu irmão. 

— Que pena, pelas fotos ela parece ter... hum, evoluído bastante! 

Chega. Quem é o atrevido que fala de mim com tanta presunção?

— Fica na sua Matteo! 

Desgraçado!

  Estava nervosa, com tamanha repulsa que sentia meu sangue ferver em meus ossos. Não acredito que esse Matteo saiu do buraco do inferno para vir falar de mim como se eu fosse um Pokémon.

  Eu podia imaginar seu sorriso emparelhado e o cabelo cobrindo seus olhos caído de tanta ressaca. Me lembro até da sua touca preta e o cheiro de cigarro que impestiava minha casa. Eu nem precisava descer para saber que tinha chego a Maria Fumaça.

 — Primeiro que nenhum bastardo no mundo faz a Ana tirar os olhos do carrapato, segundo que se der em cima da minha irmã, eu te seguro pro Dylan te arregaçar — ameaçou Derek. Por um momento esqueci até como respirar.

Cupido, Traz Mais Um Clichê!Onde histórias criam vida. Descubra agora