capítulo 16

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Graças a deus amanhã é o ultimo concerto da tour, depois ficarei em casa da Sara e do Erick, para acompanhar esta fase final da gravidez, a banda está em digressão e o Edu pode nascer a qualquer momento e como tia e madrinha tenho todo o gosto em acompanhá-la na hora do parto se necessário. Tomo um banho relaxante que o dia foi longo e amanha será igual.

Acordo super enjoada, levanto-me e sinto tudo a andar á roda, preciso mesmo de umas boas férias. Desço até ao restaurante do hotel mas, não consigo comer nada, bebo um café e sigo para o local do concerto, tudo tem de estar perfeito.

- Lisa, no teu solo fazes a entrada normal, mas depois sobes para aquele lado, uma luz irá focar-te.

- Ok, e mantém-se o alinhamento? Acho que essa alteração ficaria melhor ser em primeiro ou em último.

- Sim, sim. Vais cantar em ultimo, será o encerramento do concerto.

Os ensaios correm bem, como o resto do dia. O concerto é brutal, estamos super cansados, mas de coração cheio.

Finalmente em casa, é estranho entrar aqui e não ver as coisas do Martin, saber que não o vou encontrar ou ouvir a sua voz… mas o mais importante é que estamos bem como amigos e não há ressentimento. Largo as malas e vou direta para casa da Sara, estou louca de saudades dela e daquele barrigão.

Chego e já vou entrando pela casa, chamo a Sara e ela responde da cozinha.

- Como está a minha barriguda mais linda.

- Cada vez mais pesada, cansada e muito ansiosa.

- Menina Lisa seja bem vinda, quer comer alguma coisa?

- Obrigado, Bia. - vou até à bancada onde estao a fazer o jantar e destapo um dos tachos, ho meu pai, este cheiro embrulhame o estomago. – Deixa que eu faço um chá.

- Ora essa menina, deixe que eu mesma faço.

- Lisa estas bem? Ficas-te um pouco palida derrepente.

- Muito stress, poucas horas de sono, alimentação péssima dá para calcular não dá?

- Sei como é.

- Entao e a mãe? Que amigas são essas?

- Nem te digo, farto-me de rir com ela e com as amigas, conheceram-se no clube aqui perto…

Olho as horas e já são três da manhã, nem demos pelo tempo passar com a conversa, a Sara vai para o quarto dela e eu fico no do Edu, deito-me, mas não consigo dormir, a imagem de nos dois aqui deixa-me inquieta, quero muito tê-lo, quero muito tentar de novo, quero voltar a sentir o olhar dele em mim, mas tenho tanto medo, não posso negar que o que sinto por ele é puro, verdadeiro... sou arrancada dos meus pensamentos com um grito da Sara, corro até ao quarto e ela está sentada na cama com lagrimas nos olhos.
- Que se passa?
- Lisa ajuda-me. - ela levanta o lençol e a cama está com sague, sinto a minha mente a viajar para aquele dia, quero ajuda-la mas não me consigo mexer, vá Lisa acorda, tens de ajuda-la, logo sinto o meu corpo voltar a si e corro para a ajudar.

- Consegues andar?

- Sim, mas estou com dores.

- Tem calma. Agora vamos, no caminho ligo para o Erick. Cuidado, desce de vagar as escadas.

- Ai Lisa, estou a fazer xixi. - Olho e uma grande poça se forma aos seus pés.

- Sara as dores que sentes são seguidas ou com intervalos?

- Com intervalos, mas...

- Vamos embora, que se deus quiser ainda hoje conhecemos o nosso menino. Vamos começar a contar o tempo entre os intervalos, vou ligar para o hospital.

Chegamos ao hospital e já está uma enfermeira à nossa espera, uma senhora muito querida, senta a Sara numa cadeira e leva-a para dentro enquanto faço a ficha dela. O meu telefone toca e é o Erick.

- Sim cunhadinho.

- Como é que ela está?

- Ela já foi encaminhada para o quarto, eu estive a tratar da papelada e estou a ir agora para lá.

- Mas já sabes se...

- Calma, eu ainda não sei de nada, assim que souber ligo-te, quando vêm... Hã quando vens?

- Estamos aí logo de manhã.

Desligo e entro no quarto, o médico está aqui e aproveito para saber como estão as coisas.

- Esteja descansada a sua irmã entro em trabalho de parto, agora é só aguardar, se notar qualquer alteração chame, uma enfermeira virá aqui de vez em quando para ver como está a dilatação, o bebe...

- Doutor ela em casa perdeu sangue, não era muito, mas deu para assustar.

- É perfeitamente normal, já sabe qualquer coisa é só chamar.

Ele sai e eu sento-me perto da Sara que está desconfortável com as contrações.
O dia está a clarear e o médico volta, faz uma catrefada de toques, tira apontamentos da maquineta que está ligada à barriga dela. Ela já está com seis centímetros de dilatação, mais um pouco e teremos o nosso príncipe. Uma enfermeira vem pedir para sair, é hora da passagem de turnos, vou para a sala de espera até que me voltem a chamar e eles estão aqui, sim eles todos.

- Lisa, Lisa! - faço sinal de que os vi. - Como é que ela está?

- Apesar das dores, até está bastante calma, eles estão a passar o turno, quando sai ela já estava com uma boa dilatação, depois podes ficar com ela e ver o teu filho nascer.

- Com essa roupa até pareces uma doutora.

- Que engraçado que o menino Joel está, como vais entrar agora tu eu vou é livrar-me disto que faz um calor que se farta.

- Erick queres que ligue para os teus pais?

- Eu já liguei obrigado e liguei para a tua mãe, mas ela disse que vocês tinham ligado.

Olho de canto e vejo o Chris sentado numa cadeira a mexer no telefone, a enfermeira vem até nós e o Erick segue-a, eu aproveito e vou até a cafetaria, estou a precisar de um café e bem forte.
As horas passam e nada, encosto-me a parede e deixo o meu corpo escurar por ela ficando agachada. Só estava eu, o Chris e o Zabdi, o Chris ainda não me dirigiu uma única palavra.

- Vou buscar café vocês querem? - ele nem se mexe.

- Eu vou contigo. - Faço sinal que sim. - Chris qualquer coisa liga.

- Ok.

Começo a sentir-me mal com este novo Chris, ele está literalmente a ignorar-me, mas quem sou eu para lhe exigir o que quer que seja... peço um café duplo e sento-me na mesa.

- Não queres comer nada? Só tens estado a beber café, uns atrás de outros.

- Não obrigado, depois de uma viagem e de não dormir a noite toda, estou a sentir-me como uma verdadeira zombi.

- Vai para casa descansar.

- Só saio daqui depois de saber que está tudo bem com os dois.

- És mesmo teimosa, ainda ficas aqui a fazer companhia á tua irmã.

- Eu depois como qualquer coisa, agora vamos. - Levanto-me e sinto uma ligeira tontura e apoio-me na mesa.

- Lisa tu tens de comer, por favor.

- Eu prometo que depois como, agora vamos.

Chegamos à sala de espera e o Chris está junto à janela, quando nos sente olha e volta para a cadeira, sinto-me bem pequenina, as lagrimas ameaçam sair, mas eu não posso, não aqui, não há frente dele. Sento-me numa cadeira junto da janela, sinto o quentinho do sol, o sono começa a ser mais que muito, não posso dormir, tenho de passar agua na cara, levanto-me para ir à casa de banho e de repente tudo fica preto.

Oi oi amorinhas espero que gostem, boa semana e boas leituras 😘😘😘

Poder de amar - Christopher Velez (CNCO)Onde histórias criam vida. Descubra agora