Capítulo 17

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Acordo numa sala, penso que seja a enfermaria, olho em volta e não tem ninguém, tento levantar-me, mas estou com, penso que é soro, e o aparelho para medir a tensão, ouço vozes virem em direção onde estou, mas não conheço...

- Já acordou, como se está a sentir?

- Um pouco tonta e enjoada. Mas o que aconteceu?

- Você desmaio, fizemos analises e alguns exames, você está com anemia, vamos ter que controlar isso e posso dar-lhe os parabéns pelo bebe.

- Eu o que? Não, repita as analises, porque deve de haver algum erro.

- Posso repetir as vezes que quiser. A enfermeira vai acompanha-la para fazer uma ecografia.

Acompanho a enfermeira, mas as pernas parecem que não obedecem, sinto que caiu uma bomba na minha cabeça, e agora o que vou fazer, estou na melhor fase da minha carreira, o Chris não me encara sequer, como irá ele reagir? Ai santinho dos aflitos o que faço? Tudo isto me assusta, a ideia de um filho agora não era opção.

- Olá sou a doutora Felícia.

Ela senta-se, coloca as luvas, passa o gel na barriga e começa a ecografia. Ela explica tudo ao pormenor, mostrando cada detalhe da vida que cresce em mim, ela diz que estou de quase quatro meses, ouvimos o coraçãozinho e olho para o monitor e um flash vem ã minha cabeça, lembro-me de tudo e começo a sentir o coração e a respiração a acelerar.

- Tenho que sair daqui preciso de ar.

- Tenha calma mama, respire devagar, o seu bebe está bem.

- Desculpe doutora, mas preciso mesmo de apanhar ar.

- Vamos fazer o seguinte mamã, eu já vi tudo o que era necessário, vou abrir um pouco a janela e você vai levantar-se devagar para que não tenha nenhuma tontura ok. - Aceno que sim, ela passa-me um papel para limpar a barriga, e abre a janela. - Da minha parte está tudo, quando sentir que está melhor pode ir, o médico depois ligará para marcar as suas consultas de pré-Natal, tem alguém consigo para a levar para casa?

- Sim, um amigo.

Assim que ela sai, não aguento e desmorono, as lagrimas correm a fio, estou sozinha e um medo aterrador apodera-se de mim, arranjo-me e saio, os corredores parecem não ter fim.

- Finalmente encontro-te, ninguém me dizia nada. Como é que estás?

- Tive de fazer uns exames e analises, basicamente estou com anemia e muito stress. E a minha irmã, há novidades?

- O Erick está ali com o Chris. - Ele sorri e abraça-me. - Olhem quem está de volta.

- Que se passou cunhadinha?

- Muito trabalho e poucas horas de descanso. E ela como está?

- Está um pouco complicado, não percebi muito bem, estavam a falar na possibilidade de uma cesariana.

- O quê? Mas se há complicação, porque não fizeram já? Desculpa Erick...
É impensável esta situação, são duas vidas que estão em risco, entro pelo bloco de partos e ouço os gritos da minha irmã, o que me faz ficar ainda mais irritada, ouço alguém atrás de mim a dizer que não posso estar aqui, mas não quero saber, entro no quarto e ela está a contorcer-se de dores e ninguém para a ajudar.

- Tem calma mana, respira, vai ficar tudo bem.

- A menina não  pode estar aqui, apenas o acompanhante da grávida.

- EU O QUE? O ACOMPANHEITE DA GRÁVIDA VOCES MANDARAM SAIR. ELA ESTÁ AQUI SOZINHA E VOCES O QUE ESTÃO A FAZER? NADA, CHAMEM UM MÉDICO, ESTÃO DUAS VIDAS EM RISCO E VOCES NADA FAZEM.

Poder de amar - Christopher Velez (CNCO)Onde histórias criam vida. Descubra agora