Acordo numa sala, penso que seja a enfermaria, olho em volta e não tem ninguém, tento levantar-me, mas estou com, penso que é soro, e o aparelho para medir a tensão, ouço vozes virem em direção onde estou, mas não conheço...
- Já acordou, como se está a sentir?
- Um pouco tonta e enjoada. Mas o que aconteceu?
- Você desmaio, fizemos analises e alguns exames, você está com anemia, vamos ter que controlar isso e posso dar-lhe os parabéns pelo bebe.
- Eu o que? Não, repita as analises, porque deve de haver algum erro.
- Posso repetir as vezes que quiser. A enfermeira vai acompanha-la para fazer uma ecografia.
Acompanho a enfermeira, mas as pernas parecem que não obedecem, sinto que caiu uma bomba na minha cabeça, e agora o que vou fazer, estou na melhor fase da minha carreira, o Chris não me encara sequer, como irá ele reagir? Ai santinho dos aflitos o que faço? Tudo isto me assusta, a ideia de um filho agora não era opção.
- Olá sou a doutora Felícia.
Ela senta-se, coloca as luvas, passa o gel na barriga e começa a ecografia. Ela explica tudo ao pormenor, mostrando cada detalhe da vida que cresce em mim, ela diz que estou de quase quatro meses, ouvimos o coraçãozinho e olho para o monitor e um flash vem ã minha cabeça, lembro-me de tudo e começo a sentir o coração e a respiração a acelerar.
- Tenho que sair daqui preciso de ar.
- Tenha calma mama, respire devagar, o seu bebe está bem.
- Desculpe doutora, mas preciso mesmo de apanhar ar.
- Vamos fazer o seguinte mamã, eu já vi tudo o que era necessário, vou abrir um pouco a janela e você vai levantar-se devagar para que não tenha nenhuma tontura ok. - Aceno que sim, ela passa-me um papel para limpar a barriga, e abre a janela. - Da minha parte está tudo, quando sentir que está melhor pode ir, o médico depois ligará para marcar as suas consultas de pré-Natal, tem alguém consigo para a levar para casa?
- Sim, um amigo.
Assim que ela sai, não aguento e desmorono, as lagrimas correm a fio, estou sozinha e um medo aterrador apodera-se de mim, arranjo-me e saio, os corredores parecem não ter fim.
- Finalmente encontro-te, ninguém me dizia nada. Como é que estás?
- Tive de fazer uns exames e analises, basicamente estou com anemia e muito stress. E a minha irmã, há novidades?
- O Erick está ali com o Chris. - Ele sorri e abraça-me. - Olhem quem está de volta.
- Que se passou cunhadinha?
- Muito trabalho e poucas horas de descanso. E ela como está?
- Está um pouco complicado, não percebi muito bem, estavam a falar na possibilidade de uma cesariana.
- O quê? Mas se há complicação, porque não fizeram já? Desculpa Erick...
É impensável esta situação, são duas vidas que estão em risco, entro pelo bloco de partos e ouço os gritos da minha irmã, o que me faz ficar ainda mais irritada, ouço alguém atrás de mim a dizer que não posso estar aqui, mas não quero saber, entro no quarto e ela está a contorcer-se de dores e ninguém para a ajudar.- Tem calma mana, respira, vai ficar tudo bem.
- A menina não pode estar aqui, apenas o acompanhante da grávida.
- EU O QUE? O ACOMPANHEITE DA GRÁVIDA VOCES MANDARAM SAIR. ELA ESTÁ AQUI SOZINHA E VOCES O QUE ESTÃO A FAZER? NADA, CHAMEM UM MÉDICO, ESTÃO DUAS VIDAS EM RISCO E VOCES NADA FAZEM.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Poder de amar - Christopher Velez (CNCO)
RomansaLisa tem 25 anos, é uma jovem mulher que ja passou por situaçoes muito complicadas na sua vida, mas sem nunca baixar a cabeça, ela alcançará os seus objetivos, ao mudar-se para Nova Iorque reencontrará um amor passado, irá o medo falar mais alto que...