SUMÁRIO:CAP.1- ACONTECIMENTO ESTRANHO: ELE É EU.
CAP.2- UMA VIDA CONDENADA.
CAP.3- QUANDO O SOL SE PÕE.
CAP.4- ONDE ESTÃO?
CAP.5- TIC TAC.
CAP.6- OS PENSAMENTOS DAS SOMBRAS.
CAP.7- CARTAS PARA OS MORTOS.
CAP.8-MARCAS QUE MATAM.
CAP.9- ANTES DE IR.
CAP.10- AINDA NÃO MORTO.
CAPÍTULO/CONTO 1: ACONTECIMENTO ESTRANHO: ELE É EU.
-Hei! Hei você! –berrou uma voz meio rouca. Por incrível que pareça, a voz era, ao mesmo tempo, meio estridente.
Eu não sabia se a atendia ou saía correndo, pois no momento em que me gritou, levei um susto inexplicável. Parecia que eu de certa forma esperava por aquilo. Mas não.
* * *Chegando, em frente à pequena casa de madeira que havia na rodovia 68, senti uma pontada de medo que não sabia explicar. Minhas pernas ficaram meio bambas, quando ouvi uma voz grave rasgando a noite nublada que encharcava o ar de frieza, naquele ambiente sombrio. A voz vinha do meio da estrada, mas não havia ninguém lá. Não que eu visse.
Resolvi voltar para o carro, mas quando cheguei lá, deparei-me com algo horrível. Uma criatura que aparentava ser um homem, com um rosto deformado, um líquido meloso, num tom de um vermelho vinho escorrendo por seu rosto, indo até a barriga. Aquilo foi tão horrivelmente assustador para mim, que gritei bem alto e algo que eu não esperava, aconteceu: a coisa desapareceu.
Corri rapidamente em direção ao carro, atirando-me porta dentro, tentando ligá-lo, mas não aconteceu. Meu desespero começou a ascender ainda mais. Eu sentia que havia algo de errado ali, mas não conseguia decifrar exatamente o que era. Minha mente estava um turbilhão, e isso só piorou tudo para mim.
Resolvi sair do carro, disparando para a estranha estrada , tropeçando-me em meus próprios pés, correndo como um louco, sentindo um enjôo de uma agonia enorme.
Quanto mais eu corria, mas sentia vontade de acelerar. Eu achei que iria vomitar, mas nem me dei o luxo de parar para que o fizesse. O máximo que consegui fazer foi olhar rapidamente para trás, para me certificar se estava sendo ou não seguido. Não havia ninguém. Respirei e diminui a velocidade de minha corrida cambaleante.
Olhei para os lados e vi um muro. Senti vontade de pulá-lo e tomar outra direção, mas era mais alto que eu. Um homem de um metro e setenta jamais subiria em um muro de mais de dois metros sem nenhum suporte, como uma escada. O pavor quis novamente me dominar, mas prometi para mim mesmo que não iria deixar que isso acontecesse. Era uma promessa meio tosca, já que eu sentia o horror em mim há muito tempo.
Respirei novamente, tentando me acalmar de alguma forma.
Olhei para a estrada e resolvi ir por lá, mesmo. E esse foi um dos meus maiores erros.Corri para a estrada e prossegui em direção ao fim da rodovia, mas antes que eu chegasse na metade do caminho, aquela criatura apareceu novamente. Meu desespero só me fazia correr, mas isso não me livrava da coisa, pois me seguia na mesma velocidade. Percebi que aquilo tinha um corte enorme na barriga, mas o sangue não vinha dali, e sim, da face.
Desisti de correr, percebendo que de nada adiantava minha tentativa de fugir daquilo. Tirei coragem não sei de onde e perguntei:
-O que você quer?
Então, com olhar de perplexidade, ele me respondeu em uma voz grave e rouca:-Só quero que saiba quem você é!
Em resposta, disse:-Você não sabe nada sobre mim. Aliás, não sabe nem mesmo quem é você! –tentei ser sarcástico, mas meu tom entregou meu pavor.
Então, para o meu pânico, ele me deu a pior resposta que já ouvi na vida:-VOCÊ é quem não sabe! Eu sou você!
Essas palavras acabaram com minha vida de vez. Um grito horrível saiu de minha garganta.
E então, aos gritos, eu acordei.
* * *-Amor! O que houve? –quis saber minha esposa, assustada.
-Ele é eu! Ele é eu!- eu gritava, como um louco.
-Calma, meu bem. Eu estou aqui contigo. Ninguém vai te fazer mal com sua esposa policial por perto, não é? Foi apenas um sonho. Ou melhor, um pesadelo. Está tudo bem.
Enquanto pronunciava as palavras, minha esposa acariciava meu rosto, acalmando-me. Mas não era o suficiente para me acalmar completamente. O que eu tinha vivenciado era muito real. Aquilo não podia ser apenas um sonho. E eu não estava louco, tinha quase certeza disso.
Meus olhos estavam arregalados, e minha esposa, ao perceber, encorajou-me a ir ao banheiro, tomar um banho para relaxar e facilitar o sono.
Chegando ao banheiro, decidi lavar meu rosto, primeiro. E foi lá, olhando-me no espelho que vi meu reflexo. Era a coisa do meu ´´sonho´´.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Vidas Marcadas: Contos de Terror e Suspense
HorrorE-BOOK COMPLETO Obra autoral de Raiy Amoriym (Raissa Amorim), de gênero misto (conto, terror e suspense). Esta obra é completamente instigante. Expõe as experiências sobrenaturais das personagens e mostra uma visão sobre a curiosidade extrema e seu...