CONTO 10- AINDA NÃO MORTO

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      CONTO 10: AINDA NÃO MORTO

Havia uma cidade pequena, chamada Tubarão, que tinha esse nome pela quantidade de tubarões em sua única praia, há dois séculos. Depois de uns tempos, os tubaroenses não viviam mais ameaças de tubarões, como antigamente. A verdade é que há anos não aparece um, por lá.
Conta-se que, há muitos anos, um homem havia morrido de forma brutal: fora furado com cinco tiros e jogado na boca dos tubarões.
Depois de alguns meses do ocorrido, foi provado que esse homem foi confundido com um outro que havia roubado duas pessoas na cidade. Muitas pessoas falavam: “ah, fazer o quê, né? Ele estava no lugar errado e na hora errada.”
Outras pessoas lamentavam o ocorrido, mas todos, no fundo, achavam que estava tudo bem, independentemente de um homem ter sido morto, sem motivos.

                                                                 
                  *              *              *

Certo dia, um dos moradores da cidade, resolveu ir tentar pescar, e relatou que viu o homem que foi morto sem necessidade.
“Ele disse que iria se vingar de todos os que acham a história dele normal, quem compactua com a injustiça que ele sofreu”, relatou o pescador.
Muitos acharam que era brincadeira, outros ficavam na dúvida, e outros, acreditaram.
-Cara, você só pode estar louco! –disse um homem, rindo.
-Talvez seja verdade, mesmo.  –retrucou uma mulher.
-Não sei, não, hein. –disse outra pessoa.
A real era que ninguém dava a importância que o caso merecia. Alguns até mesmo desdenhavam.

                                                              
                 *              *               *

Outro vizinho relatou o mesmo acontecido, agora vivenciando ele mesmo.
Uma semana se passou, e mais dois vizinhos relataram que viram. Mas ainda assim, muitos levavam na brincadeira, deixando de acreditar nas promessas do “morto”.

Havia um ditado na cidade, que era: “quem fica com um pé lá e um pé cá, uma hora vai voltar”. E foi utilizando esse ditado, que o homem morto voltou para a cidade, matando todos os que duvidaram da existência dele, com um objeto como uma espada, super afiado e manchado de sangue, por já ter penetrado em mais de dez pessoas.
As que acreditaram que ele estava vivo, diziam: “ainda não morto”, e continuavam vivas. As que não acreditavam, morriam pelas mãos de sua própria “lenda”.

Vidas Marcadas: Contos de Terror e SuspenseOnde histórias criam vida. Descubra agora