Capítulo 66

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Eduarda

Olha sinceramente, meu espírito de velha chora quando eu vejo os morros que eu tenho que subir. Sem contar os escadão, não é fácil. Mas vou tentando subir na força do ódio mesmo, por que eu ainda não sou uma princesa.

O bom é que enquanto tu sobe, dá pra ir pensando em altos bagulhos e se resolver na mente. Tô indo encontrar o Menor, já que eu tomei minha decisão ontem. Enfim, a questão é que eu resolvi dar uma chance pra ele, vamo ver no que vai dar.

Com muito custo cheguei em cima do morro, ou melhor em cima da montanha por que isso aqui não é normal, não.

Vi que a sorveteria já estava aberta e sorri indo pra lá. Comprei um açaí e sentei ali na calçada pra tomar, toda tranquilona e plena. Mandei mensagem pra ele perguntando se estava chegando e ele falou que em 5 minutos tava aqui. Fiquei mechendo no celular e fui olhar que a Débora me mandou 136 mensagens.

Meopai amado.

Mandei mensagem pra ela, mas ela não respondeu. Fiquei nervosa e liguei.

Ligação 🗣️

- Oque cê tem?

- Vem pro postinho, Eduarda. - Falou rápida e parecia nervosa.

- Mas oque cê tem? - Disse tranquilinha tomando meu açaí.

- Caralho, vem logo.

- Me fala oque você tem inferno. - Ela me xingou. - Acabei de subir o morro, mano. Como é que eu desço isso aqui.

- Eu tô com sangramento.

- Jesus Cristo, toma água.

- Vem logo. -Gritou e eu desliguei na cara dela.

---

Respirei fundo olhando o morro que eu ia ter que descer de novo. Tanto esforço pra nada, toma no cú. Fui descendo, mas era mais fácil eu ir rolando até lá em baixo, só não fiz isso por que iria derramar meu açaí e eu não tô cagando dinheiro.

Quando cheguei no postinho nem precisou perguntar qual era a sala da Débora, os gritos dela dava pra escutar na recepção.

Fui até o lugar onde ela tava e vi ela deitada na maca xingando a doutora.

Xxx- Moça, sangramentos são normais. Isso é apenas estresse.

Débora: Não custa tu fazer o ultrassom, né minha filha? - Revirei os olhos e fui jogar meu copo ali na lixeira. - Vai saber se aconteceu alguma coisa aí dentro.

Eduarda: Pede com educação boba, quem sabe ela te faz esse agrado. - Ela me encarou com raiva. - Doutora é melhor tu fazer isso, se não essa garota não vai parar de te infernizar nunca.

Xxx: Vou trazer os materiais. - Respirou fundo e saiu da sala.

Débora: Muito puxa saco, mesmo viu. - Me olhou. - Tô pedindo isso a meia hora e ela não fez, aí tu pede e ela vai na hora?

Eduarda: É que eu não arrumo barraco com qualquer um que vejo na rua. - Puxei um banquinho e sentei. - Eae, oque tu teve?

Débora: Sangramento, tá surda?

Eduarda: Sou obrigada a te aturar não, em garota. Me irrita que eu vou embora e te deixo sozinha aqui.

Débora: Estresse, até eu tô achando que tô ficando maluca.

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