Passar o dia inteiro sentado em sua calçada de casa já estava se tornando um hábito, sempre observando o movimento dos carros, motos e também das pessoas. Havia sempre amigos que estavam por perto, então nunca se sentia sozinho, porém não era o bastante e isso o deixava confuso, o fato de não saber ao certo o porquê, mas na maioria das vezes Eduardo não tinha muito ânimo para fazer as coisas que pessoas comuns faziam na sua idade e por conta disso os dias pareciam mais vazios e sem graça.
Apesar do desanimo, uma das coisas que Eduardo mais gostava de fazer era caminhar, fazia com que pensasse com mais clareza, quando certo dia resolveu fazer uma caminhada um pouco diferente para descobrir o que tanto o incomodava, não precisou de muito tempo para perceber que de alguma forma sentia-se sozinho, mas não por falta de amigos. O que ele realmente desejava era uma pessoa especial para dividir momentos especiais, para tornar momentos comuns em algo mais intenso e valioso. Eduardo já havia passado por algumas experiências amorosas, no entanto, se tratava de algo superficial e sem grandes expectativas, ele sabia que queria um relacionamento mais emocionante, em que as peças se encaixassem e que tivessem um propósito. Não podia deixar de se sentir tolo e brega por querer uma coisa dessas nos dias de hoje, além disso, Eduardo sabia que um acontecimento assim não iria simplesmente cair do céu em seu caminho, teria que encontrar alguém que realmente valesse a pena lutar e arriscar seus sentimentos, não tinha certeza se queria dar esse passo, mas era isso ou continuar com sua rotina monótona.
Eduardo apesar de jovem não era muito de habilidoso quando se tratava de esportes, principalmente futebol, não fazia parte dos seus planos ser um jogador profissional, apenas gostava de jogar bola com seus amigos da vizinhança, Marcos era uma criança que tinha cerca de onze anos, Felipe, Luiz, Igor de treze anos e Nicolas de dezesseis. Em uma tarde tranquila todos estavam reunidos para jogar uma pequena partida que por sinal durou bastante, até Eduardo ouvir Marcos dizer que tinha que entrar porque se não ele receberia uma bronca e tanto de sua irmã, o que todos não sabiam é que Marcos tinha uma irmã que pelo visto era mais velha, porém não era algo que tinha muita importância naquele momento e mesmo Marcos tendo saído do jogo, ainda assim prosseguiram jogando. Alguns dias se passaram e tudo estava como antes, chato e sem graça. Quando Eduardo notou que havia uma garota subindo a rua em que morava, no início não conseguiu identificar muito bem quem era a garota, ela pareia estar bem cansada e um tanto quanto mal-humorada, afinal não tinha como ficar de bom humor subindo uma imensa rua íngreme com a temperatura de aproximadamente vinte e nove graus que deixavam qualquer com um péssimo humor. No entanto, o que mais chamou atenção de Eduardo foi quando a garota se aproximou do portão onde Marcos morava –Não pode ser—, aquela realmente era a irmã de Marcos? Ela não se parecia muito com ele e Eduardo ficou curioso por não saber nada sobre a garota que tinha uma beleza incomum, porém não havia surgido nenhum tipo de interesse, a não ser qual o nome dela.