Clarissa Morgenstern é aquela típica garota rica e problemática. Está sempre metida em encrenca e acabando com a paciência dos pais, principalmente de sua mãe.
Então como uma última esperança de melhoria no comportamento de Clary, sua mãe Jocelyn a...
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Acordei com um cheiro maravilhoso de bacon, ovos e café. Demorei um tempinho para conseguir abrir os olhos e me acostumar com a iluminação.
Droga. Esqueci de fechar as cortinas.
Meu quarto continua do mesmo jeito que estava ontem. Cheio de malas pelo chão. Suspirei, pensando no trabalho que terei para arrumar tudo isso.
Me levantei e caminhei pelo corredor até parar na cozinha amarela. Valentim está de costas para mim, fritando bacon no fogão.
Como eu faço agora? Eu não o vejo desde que se separou da Jocelyn. Só nos falamos pelo celular e a última vez que isso aconteceu foi há 4 meses atrás. Eu devo dar bom dia ou talvez falar: “ Oi pai, há quanto tempo. Como vai?”
Hum... Acho que a primeira opção é a melhor.
Dei uma tossida forçada.
— Oi. Bom dia. - eu disse.
Valentim se virou abruptamente e seu rosto ficou pálido ao me observar da cabeça aos pés.
— Nossa, você cresceu. - Disse parecendo realmente chocado.
Franzi o cenho e dei de ombros, me sentando no baquinho alto e apoiando meus cotovelos no balcão.
— Hum, espero não estar incomodando, o que provavelmente estou. Mas eu não tive opção, sabe. -Falei.
Valentim envelheceu bastante, eu mal lembrava de seu rosto, e os pedaço de memória que eu as vezes consigo recuperar, ele está muito novo. Seu cabelo loiro-platinado está praticamente branco e ralo. Ele parece ter emagrecido, ao lado dos olhos escuros há pequenas e leves rugas, mas seu sorriso continua o mesmo do qual eu me lembrava. Caloroso e cheio de ternura.
Eu tenho raiva do meu pai por ter ido embora de casa e não ter me levado junto. Ele nem mesmo me visitou uma única vez, preferiu me deixar com Jocelyn que me culpou todos esses anos por seu abandono.
— Está tudo bem, querida. Não é incômodo algum tê-la em minha casa. - ele sorriu e voltou a ficar de costas.
Valentim desligou o fogão e jogou o bacon em um prato, adicionou torradas e ovos. Ele veio até à mim e colocou o prato no balcão em minha frente.
— Agora nossa casa. Bem vinda, filha. - sorriu e voltou a fritar mais bacon no fogão.
Dei de ombros e comecei a comer. Estou cagada de fome, cara. Após terminar, bebi um grande copo de leite. Valentim me contou sobre a cidade e o que fazia da vida. Ele não me abraçou e nem nada, na verdade parecia hesitante comigo. Descobri que ele é gerente do supermercado principal daqui da cidade e que é amigo íntimo dos vizinhos do lado. Eu perguntei sobre o Jace e Valentim me falou que ele é um bom garoto, trabalhador, educado e muito simpático. Disse que Jace tem mais dois irmãos, o Alexander e a Isabelle Lightwood. Também descobri que a família Lightwood são proprietários do supermercado onde meu pai trabalha. O Jace trabalha em uma farmácia, ele é o atendente farmacêutico de lá. Alec é o supervisor do supermercado da família e Isabelle está fazendo um curso na área de beleza e pretende abrir seu próprio negócio em breve.
