A comunidade no Orkut
Mais de dez anos depois, decidi utilizar a então popular rede social Orkut para descobrir mais sobre Setealém. Criei uma comunidade com esse nome, mas não escrevi exatamente do que se tratava o grupo. Eu queria que o nome trouxesse respostas. Foi uma maneira de verificar se meu delírio fazia algum sentido.
Após algumas semanas de marasmo, pessoas dos mais distantes pontos do País começaram a ingressar na comunidade perguntando o significado do termo Setealém. Ao mesmo tempo que perguntavam, também relatavam suas experiências incríveis que, de maneira geral, se assemelhavam muito com a minha.
A cada nova interação, uma história interessante surgia, até que, com o passar do tempo, o objetivo principal da comunidade se desvirtuou e acabou virando um fórum de histórias genéricas de horror e ficção. Como moderador, apaguei a comunidade, não sem antes copiar cada uma das histórias referentes a SeSetealém
Veja, abaixo, alguns relatos que encontrei nessas primeiras buscas de: Luciano
Relato: O Tambor é um portal
[RELATO NOVO] Nessa rotina intensa de pesquisas sobre Setealém, tenho coletado muito depoimento interessante. Desculpem a demora, mas quero ser bem criterioso quanto a Setealém, porque isso tem movimentado MUITA GENTE. Setealém não é meu, é nosso. É de todos que passaram pela experiência ou querem passar. DIVULGUEM.
Esse relato, em especial, mexeu comigo pela sinceridade do entrevistado. Abaixo, reescrevo o que ele me contou. Não estou autorizado a usar o vídeo, apesar de que ele não colocou obstáculos para a divulgação de suas imagens, porém, seus dois filhos – já adultos, uma moça e um rapaz - me pediram para não revelar a identidade de ninguém para não comprometer a família.
“Meu nome é Marcos B., sou morador do bairro da Saúde, em São Paulo. Quando me mudei para essa casa, encontrei um tambor grande dentro de um closet. Era um instrumento de um metro e meio de altura, com um raio grande. Nunca consegui identificar se era indígena ou africano. Na verdade, não parecia de lugar nenhum. A madeira era escura, dura, mas estranhamente leve e o couro...em nome de Deus...o couro parecia pele de gente...meu Jesus!
Bom, nunca mexi naquilo, mas também nunca joguei fora. O fato é que na primeira festa que dei aqui, um casal de vizinhos mais velhos aqui do bairro perguntou sobre o tambor. Chegaram a oferecer muito dinheiro por ele e eu concordei em vender, mas a transação em si ficou para outro dia.
Naquela mesma noite, após a festa, um homem tocou a campainha de casa. Ele se apresentou como filho do casal e pediu que eu JAMAIS vendesse o tambor aos idosos. Ele me contou que o tambor era um instrumento ritualístico usado POR UMA SEITA ANTIGA da São Paulo recém-inaugurada. Essa seita usava o tambor para PUNIR e PREMIAR as crianças. Funcionava assim: as crianças boazinhas eram colocadas individualmente debaixo do tambor. Então, o sacerdote batia DUAS VEZES no tambor e, segundo as lendas, a criança SUMIA por UMA HORA e depois retornava pelo mato. Essa criança, felizarda, dizia ter ido para um local feliz, com crianças belas, brinquedos, ‘estranhas máquinas flutuantes’, guloseimas e ‘animais bizarros nunca vistos’. Diziam brincar nesse ‘jardim azulado’, até que uma ‘moça boazinha’ vinha para levá-la de volta por um caminho da floresta. A criança, geralmente, afirmava ter passado um dia inteiro nesse local maravilhoso chamado Setealém. Não importava a hora, as crianças diziam ter passado ‘um incrível fim de tarde’.
O homem contou que essa seita PUNIA crianças levadas com o mesmo processo, porém, o sacerdote batia QUATRO VEZES no tambor, assim que a criança era colocada embaixo do instrumento.
De acordo com as lendas, essa criança SUMIA por cerca de CINCO HORAS e voltava por um caminho no mato completamente assustada. Apresentava, geralmente, arranhões, falta de cabelo, sangramento no nariz e permanecia traumatizada por muito tempo. Quando conseguiam narrar sem chorar, diziam ter ido a uma caverna ou a um pântano cheio de pessoas histéricas. Algumas dessas pessoas estavam em profundo sofrimento, outras se divertiam. A criança era açoitada com varinhas finas, em seguida era arrastada por uma carvoaria onde pessoas deformadas ‘saíam das paredes e do chão’ e a arranhavam. Obrigavam-na a comer algumas ‘baratas vermelhas e amarelas com centenas de pernas que se mexiam mesmo quando você as engolia’. Zombavam da criança, assustavam-na até que, num momento, um homem sujo, com longa barba e unhas apodrecidas, empurrava a criança para fora por um caminho da floresta. A criança dizia que havia passado de três a quatro dias no local e que era sempre noite. O local se chamava Setealém e havia outras crianças lá que pareciam ser ‘de tempo diferente’.
Após o homem me contar a história, ele implorou que eu destruísse o tambor e não vendesse aos pais dele. Segundo o homem, os pais dele e o antigo morador da minha casa haviam tentado ‘reviver a seita’ há alguns anos e que, quando ele era criança, testaram o tambor com o irmão dele. O homem afirmou:
- Meus pais colocaram meu irmão dentro do tambor. Só que eu, sem acreditar na história e com a intenção de zombar das crenças deles, bati no tambor não duas e nem quatro, mas SETE VEZES. As luzes piscaram e ouvimos meu irmão gemer.
O resultado daquilo foi que o irmão dele desapareceu PARA SEMPRE. Saiu na imprensa da época e qualquer um pode pesquisar sobre isso. A família foi acusada de sumir com o irmão dele, mas não deu em nada.
Bom, o fato é que não acreditei no homem, mas concordei com ele. Juntos, destruímos o tambor e, no dia seguinte, falei para o casal que havia deixado cair e quebrado.
Nunca esqueci a história do homem e nem o nome do local sinistro. Sempre contei essa história para meus filhos e quando eles viram essas matérias sobre Setealém vieram me mostrar e, por isso é que aceitei contar essa história para você, Luciano.”
Desliguei a câmera arrepiado e agradeci. O senhor Marcos me ligou dias depois assustadíssimo. Segundo ele, há mais quatro tambores desse sendo vendidos no Brasil. A filha dele me passou um dos links de anúncio. Não vou divulgar, mas encomendei um que, até agora, não foi entregue. Nas descrições, nada sobre Setealém é falado, porém, o anúncio (já tirado do ar) dizia que aquele tambor é um PORTAL e que ‘dá barato’ a quem ouve as batidas constantes.
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🔪Investigação sobrenatural📹
ParanormalAqui irei colocar tudo o que eu irei investigar sobre creepypastas e sobrenatural ao todo.