A fuga das garotas (não) rebeldes

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Ryujin nunca pensou que a ansiedade pudesse engolir as pessoas de diferentes maneiras, nunca mesmo.
Se encontrava andando de um lado para o outro no quadro com o maldito envelope em mãos e em sua cabeça só rondavam coisas como: "Eu deveria desistir?" ou "Ela deve gostar de outra pessoa."

Estava perdida, confusa e tentando compreender pra onde fora toda sua confiança. Era só uma simples carta, não? Então, porquê estava tão nervosa com isso? Porquê queria desistir sem nem ter tentado?

Sentia-se uma completa idiota fazendo aquilo e foi com aquele sentimento de "Sou uma tremenda estúpida." parou de bater os pés contra o chão do quarto em frente a própria cama, jogando o corpo sobre o colchão e afundando o rosto no travesseiro macio com o braço esquerdo livre, solto pela cama e o direito segurando desajeitadamente a carta que agora estava um pouco amassada.

Poderia esquecer aquilo, certo? Nem tinha como entregar a carta para a loirinha, ao menos era assim que se deixava pensar. Além de que tinha quase certeza que a Hwang não gostava da sua pessoa daquele jeito.

Quase, pois querendo ou não, Ryujin era uma garota insistente e tinha nem que fosse 1% de esperança de quê a loira gostava dela, nem que fosse pelos seus fios azuis ou por ser tão desastrada que chegava a ser cômico e por isso a deixava entrar na biblioteca para lhe fazer companhia e matar tempo.

Bufou contra o travesseiro apertando mais os dedos contra a carta.

Não sabia quanto tempo havia ficado no quarto, nem sabia se as garotas em sua sala haviam adormecido ou não, o que poderia ser um problema, já que Yuna é extremamente preguiçosa na hora de levantar, quanto a Jisu e Chaeryeong, não acordavam nem se uma bomba atômica explodisse ao lado de ambas.

Enquanto os minutos passavam a sua frustração aumentava cada vez mais o que resultava em um misto de irritação e tristeza.

Shin Ryujin, veterana, capitã do time de basquete apaixonada e não sabendo como lidar com isso.

Só podia ser piada.

Enquanto seus pensamentos trabalhavam apenas para afundar a sua mente, ouviu uma batida frequente e leve na porta de seu quarto, claro, não esperava por isso, quero dizer, que horas exatamente eram? virou o rosto na direção na porta suspirando, parecia uma fracassada daquele jeito mas já não importava como parecia ou com qual sentimento de frustração era aquele com que estava lidando, pelo menos não importava para ela mesma.

Ainda fitando a porta do quarto, decidiu que deveria permitir quem quer que estivesse atrás dela entrar, piscou lentamente os mirantes castanhos antes de finalmente proferir algumas palavras.

— Está aberta. — fora a única coisa que saiu contra os lábios, nem tão alto e nem tão baixo.

Sem antecipações a porta foi aberta, alí relevando uma Choi Jisu e sua leve feição de preocupação estampada não só no rosto mas também no sorriso singelo e tranquilizador que foi se formando enquanto entrava no quarto, deixando a porta aberta, ela andou até a cama da Shin e se sentou ao lado da silhueta alheia ainda sorrindo encarando sua expressão desanimadora.

— Já sei o que está pensando Ryujin. — proferiu de um jeito suave deixando uma azulada confusa juntar as sobrancelhas encarando seus olhos.

— Não me olhe desse jeito, ainda acho a ideia sem noção. — Ryujin relaxou sua expressão como se não estivesse surpresa pelas falas da outra.

— Mas isso não significa que eu acho que você não deveria fazer isso Ryu.

Jisu suspirou em compreensão levando a mão direita até as costas de Ryujin depositando um carinho alí.

Match me! [ ryeji ]Onde histórias criam vida. Descubra agora