Capítulo 2

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Nós estávamos na Espanha. Havíamos chego dois dias antes da família para alguns preparativos essenciais, que se resumia à morte de um ou dois seguranças para que pudéssemos incluir alguns dos nossos dentro da equipe que finalizava as preparações para receber integrantes dos Jones de todo o mundo.

Até então, tudo perfeito. Tudo conforme planejado. As equipes estavam a postos nos lugares corretos, os relógios nos pulsos de cada um cronometrados perfeitamente, para que nenhum segundo fosse desperdiçado. O plano inicial havia sido arquitetado para ser executado em apenas uma hora.

Olhei meu relógio. 4 horas se passaram e ainda estamos aqui.


Flashback

– John! Tira Nicole daqui! – ouvimos falarem quando Drew havia acabado de matar os Jones próximos à sala de visita, onde convenientemente havia uma passagem secreta. Europeus e suas manias de sair às escuras.

Sinto o olhar surpreso de Kamila em minha nuca, enquanto recebo a notícia com a mesma reação que ela. Não sabíamos que havia mais um na família. Não fomos informados disso e não havia esse dado registrado em nenhum sistema do mundo. Olhamos para Martin, que terminava de verificar o pulso do integrante o mais velho dos Jones. Sem se exaltar, ele se vira, ignorando todos nós, e fala calmamente na rádio que todos dividíamos, encaminhando-se para as escadas e sussurrando um leve:

– Eu cuido dele.

Eu Kamila concordamos com a cabeça e então andamos atrás dele, enquanto maneio a cabeça para que os demais participantes siga o plano conforme o combinado. Seguiram para a sala de jogos, onde provavelmente estaria o resto da família, se divertindo. Retiramos as armas e as empunhamos em alto, prontos para alguns disparos rápidos.

Uma característica de nós, Lords, é que não gostamos de matar uma pessoa pelas costas ou dormindo, a não ser que seja extremamente necessário – ou pedido. Quando se trata de matar, a maioria dos seres humanos acreditam ser um ato de misericórdia fazer com que os outros morram sem saber. Mas nós sabemos que apenas covardes fazem isso. Se você tem a audácia de querer matar alguém, então faça direito. Isso é ter misericórdia deles.

Enquanto eles adentram em uma sala improvisada, antecedente à bagunça que ocorria no salão ao lado, os integrantes do clã que iam à frente eliminavam os seguranças e câmeras de segurança antes que pudessem nos perceber ou captar. Desvio meu caminho para outro corredor, onde segui com facilidade por entre as diversas portas, como se a residência fosse minha. Decorar o lugar onde irá se infiltrar é uma das coisas mais importantes a se fazer antes de atacar.

Subi algumas escadas do imenso castelo e fui de um lugar para outro, em meio às sombras. Sem desviar minha atenção e com foco em um único lugar, segui até à última porta do corredor mais alto. Esta, inclusive, mostrava muita proteção, conforme a equipe que havia tomado conta das câmeras havia me informado pela rádio. O maior quarto do corredor ainda estava sendo ocupado, era óbvio. Com minha arma silenciosa, atirei nos quatro seguranças espalhados pelo corredor, sem lhes dar tempo de reagir apropriadamente. Sempre disse para quem me perguntasse, que contratar seguranças era burrice, já que suas armas ficavam sempre escondidas dos olhos, o que tornava difícil de sacá-las em momentos como este

Silenciosamente, encostei meu ouvido à porta, ouvindo um quase silêncio. Sorri e olhei para meu relógio. Doze minutos antes. Um novo recorde. Era ali o lugar em que eu cumpriria a minha missão.

Abri a porta sorrateiramente e o sorriso sumiu na mesma velocidade que surgiu. Não gostei nada do que vi: uma cama vazia, um quarto escuro e as janelas escancaradas, com as cortinas esvoaçantes.

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