(Edward's POV)
Após semanas viajando, finalmente estava de volta para minha casa, para o meu amor e eu não podia estar mais ansioso para vê-lo, principalmente porque tínhamos passado o nosso aniversário longe um do outro e eu ainda não tinha dado o meu presente para ele. Ele também não tinha dado o meu presente, mas fizemos uma vídeo chamada um dia antes do aniversário e ele, como péssimo mentiroso que é, deixou escapar que tinha comprado uma guitarra pra mim, mas não qualquer guitarra, era uma guitarra exclusiva de um dos meus guitarreiros favoritos.
De todo modo, eu estava um pouco preocupado porque já era quase noite quando desembarquei em Londres e desde a noite passada, quando trocamos mensagens de parabéns, ele não respondia minhas mensagens ou atendia minhas ligações. Tentei colocar na cabeça que talvez fosse porque ele devia estar em estúdio, mas mesmo assim eu não pude evitar ficar preocupado. Com isso, fui o mais rápido possível para casa, esperando abrir a porta e correr direto para os seus braços, para os seus beijos doces e carinhosos que faziam todo o estresse e cansaço desaparecerem como num passe de mágica. Porém, o que eu encontrei quando abri a porta foi um verdadeiro caos que me assustou tanto que eu pensei que meu coração ia sair pela boca.
No primeiro momento, eu só pensei que um ladrão tinha entrado ali, revirado tudo e de alguma forma poderia ter machucado o William o que me fez gritar por ele desesperadamente até encontrá-lo deitado no chão da sala, encolhido entre a mesinha de centro e o sofá, com olhos inchados, mas com um olhar tão perdido que nem parecia notar que eu estava ali. Então, me abaixei rapidamente o puxando para os meus braços, o segurando tão forte que eu conseguia sentir as batidas do seu coração. Foi nesse momento, quando ele agarrou a gola da minha camisa como se procurasse algo em que se agarrar, como se estivesse sem forças, que eu percebi, pelos seus punhos machucado que foi ele mesmo que fez aquela bagunça no nosso apartamento.
— O que aconteceu?
— Me desculpa, Edward, mas eu não posso, eu não sei... — Falou, saindo do meu abraço e se levantando — Eu vou organizar tudo isso, ok?
— Não, calma! Primeiro me explica o que aconteceu? — Pedi, segurando suas mãos e puxando ele para sentarmos no sofá — O que tem de errado?
— "O que tem de errado?" — Riu ironicamente — Eu sinto que a gente sempre está tendo essa conversa, repetidamente, sobre o mesmo assunto.
— É sobre a gente ter que fingir?
— Acho que não está dando certo.
— O que, William? Você precisa me explicar melhor ou eu não vou poder ajudar.
Assim, William logo me mostrou o vídeo e me contou sobre a conversa que ele teve com o Phillip e sobre todas as ameaças que ele fez a nós dois. Aquilo me encheu de uma raiva tão grande e nem foi porque minha carreira estava sendo ameaçada e sim pelo fato de Phillip pressionar tanto o William que ele chegou ao ponto de destruir parte do nosso apartamento com os próprios punhos, eu conseguia sentir o quanto ele estava sobrecarregado, eu também estava um pouco. Na minha mente não cabia entender como alguém tinha a coragem de machucar uma pessoa tão amável e doce quanto ele.
— Ok! — Suspirei profundamente — O que você quer fazer sobre isso?
— Eu não queria te perder.
— Não! Isso nem está entre as alternativas. Nós não vamos deixar eles nos separarem.
— Você não pode prometer isso, baby. — Falou, forçando um sorriso que partiu meu coração — Quando a gente era mais jovem, talvez a gente ainda pudesse escolher jogar tudo para o alto, mas agora...
— A gente ainda é jovem, amor.
— É, mas agora a gente tá totalmente envolvido nessas mentiras. Eles podem jogar com isso, virar o jogo, fazer parecer que nós somos os mentirosos aqui. Isso acabaria com tudo.
— Você não sabe. As pessoas podem acreditar na gente.
— Mas elas também podem não acreditar. É tudo muito incerto, Edward e tem gente que depende da gente, o pessoal das nossas bandas, nossas famílias...
— Tudo bem. Eu entendo, eu realmente não sei onde essa decisão nos levaria, mas eu quero que você saiba que aconteça o que acontecer, eu sei que pertencemos um ao outro e por nada nesse mundo eu vou desistir da gente. — Declarei, segurando seu rosto e enxugando suas lágrimas com meus polegares.
— Às vezes, eu acho a gente vai cansar, sabe? Nós dois somos cabeças duras e sempre que nos descuidarmos, vamos discutir sobre como você precisa se controlar ou sobre como eu preciso relaxar. Isso é difícil, Edward. Provavelmente essa casa vai ficar muito pequena para dois corações como os nossos, presos em uma gaiola.
— Não! Essa casa não vai ficar pequena porque você é meu verdadeiro lar e enquanto eu estiver contigo, mesmo brigando ou não, eu saberei que estou exatamente onde eu sou destinado a estar.
— Você é o meu lar também, meu baby cake. — Disse, finalmente sorrindo verdadeiramente o que me fez sorrir também.
— Eu te amo, meu sweetcheeks. — Respondi, dando um beijinho do seu nariz.
Depois ele me abraçou e ficamos ali, naquele sofá, aconchegados um no abraço do outro, onde estávamos seguros, onde podíamos ser nós mesmos sem sermos incomodados e onde sabíamos que sempre poderíamos regressar, sem se importar com o tanto de caos que estivesse nos rodeando. Então, resolvi deixar o presente para depois, pois já que era uma viagem romântica para a Itália, fazer aquele convite agora só ia pressioná-lo mais a correr riscos que claramente não estávamos podendo correr.
Com isso, apesar daquela paz momentânea dos nossos abraços, eu estava apavorado com a possibilidade daquilo não ser o suficiente, que ele podia se afastar outra vez e voltaríamos a ser aquelas duas pessoas correndo um do outro; eu seria de novo o cara sentado no corredor, esperando ele voltar para podermos falar tudo que realmente sentimos porque, provavelmente voltaremos a ser as pessoas que pensam demais um no outro, mas nunca admitem porque nunca conversam o que deveriam, nunca falam o suficiente e pensar nessa possibilidade me deixa paralisado, pois a dor de perdê-lo outra vez, logo agora que o tive tão vividamente, era inimaginável pra mim.
E talvez eu devesse contar para ele sobre esses meus medos. Imagino que ele também não esteja falando tudo, mas acho que naquela situação de pressão, nos acostumamos um pouco com o fato de que nunca realmente falamos sobre tudo por causa do medo. Aquele medo cruel que pessoas cruéis com preconceitos cruéis instauraram em nossas almas, pois era como se sempre nos colocassem andando em uma corda bamba, sendo que eu sei que o que mais me impulsiona a continuara até o fim da linha é saber que o encontrarei no final, pois seria insuportável imaginar que mesmo quando meu mundo estivesse fora do eixo, àquelas circunstâncias pudessem me afastar do meu doce porto seguro... Do amor da minha vida.
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Between the WALLS we find the FINE LINE
Teen FictionTodos em algum momento já se perguntaram se aquela história era real, mas nunca tiveram nada além de vestígios explícitos entre melodias e olhares que no fundo queriam com todas as forças deixar o medo de lado e gritar para o mundo exatamente o que...