(Edward's Letter)Após dez anos de relacionamento, desde aquele dia que nossos destinos se cruzaram naquela competição, até agora em que ainda estamos juntos e apaixonados, como ou até mais do que naquele primeiro dia, sem precisar gritar isso para o mundo todo ainda, percebo que essa história toda é sobre mais de duas pessoas. Mais de duas pessoas vivendo constantemente em diferentes extremos: ódio e amor, tristeza e felicidade. Mais de duas pessoas que, cedo ou mais tarde, sempre se encontram na busca por uma linha tênue entre esses extremos. Talvez, algo que eu não percebi antes é que essas pessoas se resumem em um único e especial amor, se resumem nele, em mim e no que eu aprendi com ambos os lados. O Edward e o William do começo eram garotinhos desesperados por sentir algo, não importava o que, eles não queriam mais viver naquele mundo sem emoções, escondendo quem realmente eram. Acho que esse foi o começo do extremo da felicidade, pois eles se entregaram totalmente a uma paixão, eles viveram um grande e inesquecível amor.
Depois, tempo depois, o outro Edward e o outro William perceberam que aquele desespero por sentir algo era na verdade o começo de uma grande queda e então, eles experimentaram o extremo da completa desesperança, da tristeza e solidão. Com isso, por muitas semanas, era como estar em uma montanha russa de emoções mesmo quando ambos, até mesmo parte daqueles garotos do começo, só queriam encontrar um caminho estável, reto e equilibrado. Os garotos do começo e os fantasmas que eles haviam se tornado se odiavam cada vez mais, dia após dia, ao mesmo tempo que às vezes se amavam e só queriam ser um pouco mais um como o outro. Era um misto de devoção e ódio exaustivo. Cada briga mental, eles só queriam se resolver, pois talvez com um desfecho eles não precisassem passar tantas noites em claro.
Então, por muitas vezes, a bebida foi a resposta. Não a certa, mas ela ajudava ambos os lados a lembrar daquele amor e reviver àquelas lembranças que os levava, de novo, a dois extremos: dor e prazer. Tudo que eles queriam eram um pouco de equilíbrio. Tudo era um verdadeiro teste de paciência, era como se os dois lados quisessem ter a resposta certa para enfrentar tudo e vencer a guerra ao mesmo tempo que eles tentavam aceitar que há coisas que nunca vamos realmente entender e que ninguém sai realmente vitorioso de uma guerra. Com isso, com o tempo, eles todos foram se aceitando e começando a perceber que talvez, se abrir à vida, dá tempo ao tempo e viver aqueles intensos sentimentos com honestidade, poderia ser o único jeito de se conhecerem melhor até que um dia eles poderiam, talvez, conviver em paz, descobrindo que luz e escuridão devem se aceitar, pois um sempre vai precisar do outro para sobreviver.
E é isso que somos agora. Eu sou aqueles dois Edwards e o William é aqueles dois Williams, em constância, em crescimento e eu sei que vamos ficar bem porque agora, depois de tudo, talvez, algo que eu não percebi antes é que a linha tênue nunca esteve fora daquele amor intenso, nunca esteve fora daquele desespero por sentir algo ou em qualquer outra coisa que eu poderia ou ainda poderei conquistar. Eu descobri que as nossas versões de diferentes extremos ficarão bem porque no final, com um pouco de paciência e reflexão, nós mesmos podemos ser o equilíbrio e isso, nós temos sempre em mente. Quando algo é forte o bastante para sobreviver a tantos auges e quedas, esse algo, esse amor sempre há de conquistar a Linha Tênue que tanto busca. E assim, desse jeito pacífico, mas longe de ser entediante, nós estamos bem, sempre iremos ficar porque sabemos que o nosso amor conquistou a eternidade.
(A carta que um dia será aberta por todos aqueles que sempre souberam, sempre sentiram no fundo de suas almas que o nosso amor é real)
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Between the WALLS we find the FINE LINE
أدب المراهقينTodos em algum momento já se perguntaram se aquela história era real, mas nunca tiveram nada além de vestígios explícitos entre melodias e olhares que no fundo queriam com todas as forças deixar o medo de lado e gritar para o mundo exatamente o que...