"Não tenho nada de especial.
Sou um homem normal, ordinário. E, como todo homem normal, perco minha mente com o tempo. Preciso me permitir enlouquecer às vezes, lentamente, ou então minha vida deixará de fazer sentido."
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Depois de visitar mamãe, quis fazer uma visita ao meu amor.
A você, meu amor. Por muito tempo ficamos distantes, e por muito tempo achei que meus sentimentos por você haviam evaporado.
Eu deveria saber. Um sentimento assim nunca vai embora realmente. Deveria ter percebido que eu estava muito fundo nisso quando te olhava pegar o ônibus todos os dias.
Eu amo suas mãos, e o modo que elas me empurram enquanto dançamos calmamente, ouvindo a tempestade lá fora. Os anjos choram, pois finalmente lhe possuo. Seus pés pisam nos meus, pois sempre foi um pouco desastrada. Seu canto, estridente, me seduz, como o de uma sereia, e eu sei que você me quer mais do que eu a quero.
Não há necessidade de gritar que não, querida.
Não sabia de que você sentia tesão em fugir de mim, mas está me excitando. Suas mãos, agora, empunham um objeto afiado, e sua respiração ofegante me diz que você quer continuar. Esse objeto não vai me levar à um lugar melhor, meu amor. Finalmente somos os amantes que eu sempre sonhei, e não posso deixar que você estrague isso.
Não agora que eu sei que você também deseja me cobrir de amor.
A morte está sentindo medo de me levar com ela, portanto me fazer sangrar não adiantará.
Você se prendeu em sua própria armadilha agora, como um pássaro preso na gaiola. Eu te caçaria quantas vezes fossem necessárias.
Você me deixa louco. Todos os meus sentidos são seus. Corpo e mente. Você me tem por completo.
E eu tenho você.
Somos um do outro. Dançamos como astros anônimos, os fantasmas dessa casa nos observam e sorriem. Nada mais existe.
Somos intocáveis. Eu e você. Eternamente, como o brilho mórbido das estrelas no céu noturno.
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