O Começo

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O fim de tarde no reino de Áquila estava agitada. A rainha Haruno Mebuki estava em polvorosa por descobrir que estava grávida; finalmente depois de tanto tempo esperando, ela havia conseguido conceber o herdeiro que seu marido tanto esperava; tanto quanto ela. A ansiedade para contar era tão grande quanto ver sua reação, afinal, em sua barriga estava o fruto do amor entre eles dois. Havia sido difícil esperar que ele estivesse finalmente sozinho em seu gabinete; quando descobriu a notícia, ele havia acabado de entrar em uma reunião com os conselheiros e mesmo que aquela fosse a melhor notícia do mundo, mesmo que fosse o mais esperado por ela e seu amado, a mulher de longos cabelos rosados e olhos castanho-claros não adentrou o aposento no qual ele estava, por mais que estivesse exaltada de alegria. A rainha não se conteve quando foi avisada sobre o fim da reunião, e se pôs a apressar o passo, mesmo que quisesse correr até onde seu marido ainda estava, adentrando o aposento de forma agitada, ganhando a curiosidade de seu amado, que não estava tão surpreso por vê-la adentrar sem que fosse anunciada; era algo que acontecia de forma corriqueira. Haruno Kisashi não esperava ouvir tal resposta dos lábios de sua amada ao perguntar o porquê de ela estar tão exultante. Não soube quanto tempo ficou olhando-a fixamente, com a voz dela em sua mente, passando e repassando, dizendo que estava grávida, mas não achou que demorou muito para se levantar com um grande sorriso nos lábios, se aproximando dela rapidamente, trazendo-a para seus braços, rodando-a algumas poucas vezes, demonstrando toda a sua felicidade naquele simples ato, antes de tocar seus lábios apaixonadamente. O homem de cabelos loiros um pouco escuros e olhos esverdeados quis comemorar com amigos e reinos vizinhos aquela novidade prodigiosa, e por isso decidiu fazer um banquete naquele mesmo dia, mais especificamente no começo da noite.


As surpresas não haviam acabado para a família real, e eles descobriram isso pouco depois de anunciar que sua esposa esperava um filho seu; o que foi algo que deixou todos polvorosos, afinal, aquela era uma notícia que todo o reino, até mesmo os vizinhos, esperavam. O reino de Cortona também teria um herdeiro, no caso, o segundo. Uchiha Mikoto, a rainha, estava grávida; e assim como eles comemoravam, o reino de Uchiha Fugaku também o faziam pelo mesmo motivo que ele.


Os meses se passaram de forma rápida, mas não menos feliz para ambos os casais de reinos diferentes, nos quais estavam ansiosos com a chegada de seus filhos; em especial os de Áquila, afinal, era seu primeiro filho. Mebuki percebeu que algo estava errado, quando começou a sentir dores fortes em uma manhã um pouco fria; as flores de cerejeira embelezavam cada uma das árvores daquele reino. Kisashi esperava impacientemente no andar debaixo, a espera de que o chamassem para conhecer o fruto do amor entre ele e a esposa; sabia que a demora era normal, sabia que não havia com o que se preocupar, afinal, haviam avisado que ela estava bem, apesar de estar sentindo dores, e mesmo assim, não deixava de se preocupar. Mas no instante em que ouviu o choro alto soar por seu palácio, ele sorriu, dizendo "nasceu" de forma exultante. Ao seu lado, estava seu conselheiro fiel, Sarutobi Asuma, que o felicitou pouco antes de descerem para chamar o rei.


Kisashi estava ansioso, tanto, que passou pela mulher que ajudou sua esposa a ter o filho - Sarutobi Kurenai -, sem lhe agradecer devidamente - mas ele o faria, depois de finalmente conhecer seu herdeiro -, e praticamente correu para o aposento no qual sua amada estava. Ao adentrar, agora com mais calma, afinal não queria assustar Mebuki nem o bebê, a encontrou com o mesmo em seus braços; ela sorria lindamente para a criança, a tocava com carinho e dizia palavras nas quais ele não conseguia compreender pelo simples fato de estar diante de uma cena na qual ele imaginou por anos. Seus olhos se encontraram com os de sua esposa, e imediatamente seu sorriso alargou. Ela o chamou baixinho, pedindo para que ele fosse conhecer o filho que estava em seus braços, e então percebeu os cabelos ralos e rosados, os olhos grandes e verdes, e o fato de que ao invés de um garotinho, era uma linda e delicada menina. E nem por isso ele desmanchou o sorriso ou se sentiu decepcionado. Na verdade, apesar de saber que o mais indicado fosse ter um filho varão, ele sempre se imaginou pai de uma garotinha, e por isso se sentia feliz por ter concretizado aquele sonho.

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