Capítulo 2

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MARINETTE

Acordo atrasada mais uma vez. O que já não é nenhuma novidade pela falta de um maldito despertador. Eu juro que ainda vou comprar um e espero que seja ótimo o suficiente para me tirar de um sono profundo.

Já que nem meu telefone da conta de me acordar. Muitas vezes eu levanto por intuição e susto.

Me olho no espelho pela terceira vez e suspiro me observando, acabando por me fazer lembrar de um dia em que voltei da rua molhada e triste.. Tinha ido no cemitério de meus pais. O vestido azul que cai muito bem em meu corpo, me trás muitas lembranças desse dia, mas ainda sim me sinto bem usando ele de certa forma.

A casa onde moro era nossa casinha, nunca tive coragem de me mudar ou algo do tipo. Tenho um carinho enorme daqui que só eu e minha avó podemos entender. Assim como eu não entendia o amor de meus pais pelo o Brasil. Já que ambos tiveram o velório aqui e não na França. Quando meus pais morreram eu fiquei morando com a minha avó por um bom período; que até então foram ótimos. Tirando aquela fase de paixonite em que tive lá e se Deus quiser que continue lá.

Dou uma olhada na janela e não encontro meu vizinho, mas também não é como se eu tivesse procurando por ele, mas é que poucas vezes eu pude perceber ele me olhando de lá, bom, eu acredito que ele não tenha culpa por isso e minha janela está sempre aberta, porém ele não me vê de forma estranha. Nunca nos falamos, mas ele parece ser uma boa pessoa.

Tirando o vizinho dos meus pensamentos, me concentro na maçã em minha mão e na porta do meu carro que logo é aberta por mim e, em seguida, entro no mesmo jogando a bolsa no banco do passageiro. Depois da minha avó, não tem mais nada do eu amo que não seja meu emprego e meus alunos.

Gosto muito da rotina não importa como eu possa complicar ela.

Por um tempo eu tive uma cabeça muito pequena em pensar que ter um marido e filhos fosse tudo para eu me sentir completa, mas foi com o tempo que eu pude perceber que as coisas não são assim. Mas espero que o tempo e a hora certa, estejam a favor de mim.



— Professora Marinette! - coloco a caneta no meu estojo e o fecho, saindo dos pensamentos com uma voz conhecida me chamando.

— Sim?

—  O sinal tocou. — Diz a Júlia, uma menininha bem inteligente com cinco anos.

Meus alunos têm entre cinco a quase seis anos de idade.

— Nossa, eu estava distraída.. Obrigada por avisar, querida.

Término de guardar minhas coisas na bolsa e no armário da escola e logo saímos da sala juntos.

— Não esqueça do dever de casa, abelhinha.

— Pode deixar, ladybug! — Lopes sorriu e acenou para mim antes de ir embora.

Sou conhecida como a professora ladybug e eu acho uma graça as crianças pensarem assim por causa do meu nome. Eu já disse poucas vezes com eles que não tem nada haver ou que não sou, mas não quero tirar o brilho deles.

Não são burros. Mas foi uma loucura quando contei que morei na França.

Ao chegar finalmente em casa, deixo minha bolsa sobre o sofá e retiro meus sapatos que estão me matando desde que estive em pé um uma enorme de uma padaria. Tudo isso por causa de uma torta de morango. Eu até poderia fazer, mas estou tão exausta que nesse momento eu escolho uma torta de padaria e meu sofá para assistir série.

Meu Vizinho Esquisito  - em revisão Onde histórias criam vida. Descubra agora