Sempre que começo a escrever me deparo com um enigma: o misterioso início. Se você, leitor, é escritor ou almejante a esse cargo que nem a pessoa que vos escreve, sabes que uma das coisas mais difíceis é o começo. A gramática, o sentido, o desenvolvimento, o clímax, tudo isso não se compara com a dificuldade de se iniciar uma história.
Sempre que começo a colocar letras após de mais letras, me pego pensando em como vou passar essa mensagem de curiosidade ao meu leitor desde o príncipio. Nunca consigo cativar de primeira, mas os meus devaneios e críticas conquistam o coração de todos. Sendo extremamente humilde, é claro. risos.
Queria inaugurar esse livro de contos com uma conversa. Um diálogo particularmente comum. Pensei em introduzir com um: como você está se sentindo hoje? mas sei que não vou conseguir ouvi-lo, nem ler o seu comentário, se é que você cogitou em comentar! No momento em que escrevo o único ser vivo com que eu converso sou eu mesma. Contudo, como você está se sentindo hoje? O que você fez de bom da sua vida? Algo novo que aprendeu... algum truque de mágica desvendado? Algum livro lido? mesmo que seja só duas páginas! risos.
Já pensou em quem você é hoje? Eu penso todos os dias! Sempre me lembro de como isso é importante, entretanto só realmente percebi como isso é deveras considerável ao ler as primeiras páginas do Mundo de Sofia. É de notória importância você, leitor, lembrar de fazer isso todos os dias! Como vou saber se você está interessado em ler minhas histórias se você não pensa no universo em sua volta? Enfim, filosofe, meu querido leitor!
Como que um livro deveria começar? Essa é a minha outra pergunta. Minha professora uma vez disse: sempre comece do começo! Mas qual é a graça? além de fazer uma brincadeira com a repetição de palavras? Por que não começar do fim? Ou do meio? Ou até mesmo nem começar! Nunca começarei essa história! Vá embora! Não há o que ler por aqui! Vá e não encha o meu saco, leitor!
Por que ainda está aqui?
Que maravilha! Ainda estas aqui! Desculpa por antes, minha insatisfação com a norma padrão de escrita se sobressaltou dentro de mim como uma fagulha. Não prometo que isso não acontecera novamente. risos. Desde que me deparei com a literatura modernista sinto que algo mudou dentro de mim, estou com vontade de inovar.
Por onde devo começar essa história? O que você acha, meu interessado leitor? Ah! espera, não consigo te ouvir... Então eu mesma pensarei em tudo! Como sempre.
Era um vez... não!
Ele estava deitado ao fim da tarde em sua cama. Esparramado por tudo! Cansado... cansado... cansado... Exausto demais para pensar em mais alguma coisa. O trabalho de ser escritor não era fácil! Pensar exigia uma extrema quantidade de calorias! Quem me dera ter dinheiro para me encher de doces! pensava.
Sua mulher, após o barraco com o vizinho Finécio, o Encrequeiro, chegou batendo os pés e encontrou o seu marido deitado que nem uma preguiça, babando que nem um bulldog! suado que nem um porco! espalhado que nem um ovo num prato! argh! Chutou-o nas pernas balançantes e lhe deu um xingão até a quarta geração de avós! Oxe!
- Estou gritando com aquele homem desde que tu decidira se enfornar em casa! Preguiçoso!
- Me desculpe, amor de mi vida! Eu te amo demais! O que posso fazer para deixá-la em paz?
- Converse com aquele homem insuportável! Roubou as cenoura do nosso pomar! A esposa dele, na verdade!
- E por que estava gritando com o homem se a culpa é da esposa?
- Por que ele sabia de tudo e não me falou nada!
O marido, carinhoso e afetuoso que era, a abraçou e a encheu de beijos. Ela até chegou a abrir um sorriso. A raiva havia passado. E as cenouras já não importavam mais.
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Contos - em Revisão e melhoramentos
General FictionCada conto uma ideia nova. Um sonho diferente. Um pensar variado. Uma história fechada. Gostos? Quem ousaria criar um livro de prosa com tantos temas e viagens diversificadas? Eu mesma! Sinto que as situações mais inusitadas serão postadas aqui. As...