Jennie's Half Asleep (JENLISA)

4: give me adrenaline (+18)

atenção: esse capítulo contém conteúdo para maiores de 18 anos.

5:20 DA MANHÃ EM SANTORINI, GRÉCIA.

- Pra onde você tá me levando mesmo Jasmine? - a mulher misteriosa que eu acabara de conhecer me guiava pela mão em meio ao cais*, não sabia se esse era o caminho pra minha morte, mas eu sabia me defender e ela me fez arriscar.

*Cais: uma estrutura/plataforma fica a beira d'água onde barcos/lanchas podem atracar.

Ou talvez fossem as 5 doses de whiskey que tomei nessa noite decidindo por mim.

- Pra um lugar bem divertido, eu prometo, confia em mim - ouvi a voz dela soar.

''Ah, claro vamos confiar nela Lisa até porque nos conhecemos fazem longos segundos e é tudo que precisamos pra seguir ela pela mão no meio de Santorini com uma venda nos olhos''. Meu lado do anjinho pensou comigo mesma.

Mas eu não estava em meu estado normal, então apenas pensei em seguida ''O que é uma aventura sem um mistério, não é mesmo?'' . Era o lado do diabinho falando.

Adivinha qual deles eu escutei?

- A gente já tá chegando? - pergunto ansiosa.

- Tá quase, aguenta mais um pouquinho - ela me respondeu.

- Ok... - concordo, sem escolha.

Ouço um barulho música alta invadir meu ouvidos aos poucos e tenho a impressão que estamos entrando em um barco porque sinto um leve balançar em meus pés. Mas não digo nada.

Sinto as mãos dela tocarem meu rosto e puxar a venda pra cima devagar.

E então posso ver seu rosto de novo. A maquiagem escura em seus olhos contrastavam perfeitamente com o batom vermelho sangue em seus lábios. Ela era tão bonita e misteriosa que eu me perdi naquele momento olhando pra ela. Ela estava tão próxima, podia ver cada detalhe singelo de seu rosto.

De repente, ela se aproximou mais ainda, levou sua boca até o pé do meu ouvido e disse ''Você não dançou comigo na boate, mas eu ainda quero dançar com você''.

Engraçado. Enquanto ela dizia isso parecia que eu só conseguia ouvir a voz dela, todo o resto parecia ser um som abafado e incerto.

Quando ela saiu de perto do meu ouvido a música pareceu me atingir como uma onda enorme: com força e sem aviso.

Olhei pra outro lugar que não fosse o rosto dela pela primeira vez naquele lugar e percebi que era uma festa de música eletrônica dentro de um barco grande. Havia muito daquilo em Santorini.

Ela me puxou pro centro do local com suas mãos e How Deep Is Your Love começou a tocar, aquele momento parecia tão sincronizado e perfeito que agradeci mentalmente ao destino por aquilo.

Nós começamos a deixar o ritmo da música nos levar, suavemente, aos poucos. Eu adorava dançar, frequentava festas como aquela semanalmente e já havia perdido as contas de com quantas mulheres eu já dancei.

Mas nenhuma das minhas experiências se comparava com aquilo, ela tinha um jeito único e completamente hipnotizante de dançar, como se seu corpo fosse levemente carregado pela música. Ela era sexy e me olhava como se eu fosse a única pessoa na Terra além dela. Eu amei aquilo.

Seguimos nos comunicando pelos nossos corpos e pelos nossos olhos até que na ponte da música, exatamente quando tudo ficava mais calmo para que o clímax final da canção nos atingisse, seu rosto se aproximou do meu mais uma vez e meu coração batia forte, mas minha respiração parecia desacelerar.