Teoria dos Três Amores | Rabia

Capítulo X - Uma nova fase começa

Claramente o primeiro encontro de Rafaella com Nicholas acabou sendo tranquilo, eles aproveitaram tudo que o rapaz proporcionou, o jantar em uma ala privada de um restaurante tranquilo e não muito caro, depois saíram para caminhar de mãos dadas até a moto dele e curtiram as luzes da cidade na noite até irem para casa. Ele a deixou na porta com um sorriso e uma promessa de um próximo encontro, além de um beijo que a fez sentir vontade de provar muitos outros, assim como muitas outras noites como aquela.

Não demorou para o primeiro encontro acabar se tornando um segundo, depois um terceiro e em algum momento eles haviam se perdido na conta de quantos encontros haviam tido e somente tinham vontade de estar juntos. Fosse nos almoços em família na casa de Rafaella, jogados no chão da sala no apartamento que o rapaz dividia com Matthieu para comer bobagens e ver filmes, nos ensaios que não haviam parado ou até mesmo na saída da escola dela para buscá-la.

A vida ao lado do rapaz parecia um sonho, um que ela não queria acabar mesmo com a proximidade da entrada na faculdade que parecia estar correndo em sua direção, Rafa já havia decidido que queria fazer moda e mantinha em sua mente o sonho de ser designer de sua própria linha de roupas.

Era engraçado, pois a faculdade que havia escolhido, seria também o lar de seus amigos pelos próximos anos e todos eles ainda teriam algum tempo para se habituar a vida adulta juntos. Mariana queria fazer educação física, Manoela estava apoiando a namorada, mas queria muito fazer cinema ou fotografia, já Miguel estava ligado com Venturotti que queriam fazer publicidade e propaganda, Bianca se decidiu por dança mesmo e tinha vontade de fazer administração ao mesmo tempo, enquanto Gizelly afirmava que todos eles eram loucos por essa ideia absurda de fazer coisas criativas e decidiu pelo Direito, Andreza estava focada em design e animada com a ideia.

Já do lado oposto, Bianca estava parecendo viver em seu inferno particular nos últimos meses. Ela sabia que sentia muita coisa por Bianca Venturotti, mas também sabia que a morena estava certa em dizer que ela estava tão focada em si mesma que não estava dando o mínimo de atenção para suas demandas e tudo que precisavam no relacionamento delas. Aquilo estava frustrando Bianca da forma mais complicada existente, ela não se sentia capaz.

Mesmo que elas estivessem dando um passo para o término, também haviam decidido que não deveriam se afastar e muito menos abandonar o canal do youtube que estava começando a trazer rentabilidade, assim como não queriam deixar que o afastamento delas se tornasse o afastamento dos amigos.

Assim, quando terminaram de vez o relacionamento que as mantinha como um casal, se tornaram algo perto de amigas que algumas vezes sentiam raiva de ser somente isso. Se viam praticamente todos os dias, viviam na casa de alguns de seus outros amigos, ou então até mesmo na casa uma da outra, mas não havia mais aquele mesmo nível de cumplicidade que elas tanto prezavam antes.

Não era por mal, ainda se amavam muito, ainda eram uma dupla imbatível e tinham um carinho imenso, uma vontade genuína de que a outra ficasse bem... Só não era para ser como um casal e isso não poderia mais ser evitado e levado com a barriga por muito tempo.

Com o passar do tempo se tornaram outra coisa, uma dupla para ver e competir quem ficava com a garota mais bonita, quem tinha a ideia melhor para o vídeo da semana, quem conseguia virar a latinha de garrafa pela bundinha mais rápido... Haviam se tornado uma melhor versão delas mesmas em forma de competições saudáveis, que as faziam sempre estimular uma competitividade natural delas e que gerava brincadeiras entre todo mundo do grupo.

Não se sentiam mal por não estarem juntas, diferente do começo, agora elas eram as melhores amigas que normalmente Bianca só seria com Rafa... Como era o caso da mineira com Manoela. Era bom.

Ainda eram B1 e B2 contra o mundo e isso bastava.

- Vous pode me dizer onde sua cabeça parou? - Questionou Nicholas enquanto observava Rafaella, seu português estava começando a sair menos enrolado, mas era muito categórico o fato que ele não perderia o sotaque. Nem o biquinho.