Ferret In My Shoe

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O dia inteiro foi gasto praticamente sem fazer nada. Malfoy deixou claro várias vezes que estava entediado e começava a importunar Harry, aparentemente tentando irritá-lo de propósito, que à certa altura, explodiu e ameaçou jogar Malfoy de volta na pequena gaiola caso ele não parasse de incomodá-lo. O furão deixou claro seu aborrecimento, mas foi se enroscar na cama e dormir mesmo assim. Harry apenas suspirou e voltou ao seu estado meio adormecido olhando pela janela.

Foi mais tarde naquela noite que algo finalmente aconteceu, embora Harry descobrisse que preferia continuar mergulhado no tédio. Ele estava sonhando com algo, nada significativo, quando sua porta se abriu com tanta força que bateu contra a parede adjacente, fazendo-o saltar e cair de forma deselegante de sua cadeira com um grito, ao passo que Malfoy se atirou sob o travesseiro de Harry (seu recém-descoberto lugar seguro) assustado.

Harry se virou, esperando que seu tio estivesse parado na porta, e ficou ligeiramente surpreso ao ver Duda ali, sorrindo maliciosamente.

"C-certo, Potter, o que cê fez com meu furão?"

Harry piscou e ergueu as sobrancelhas. "Duda, você está ... bêbado?" Ele perguntou, surpreso que o menino ousasse voltar para casa em tal estado.

Os olhos redondos de seu primo se estreitaram e ele franziu a testa o primo. "Não, n-não tô bêbado", murmurou.

O nariz de Harry torceu, pois podia sentir o cheiro do garoto do outro lado da sala. "Oh, bem ... você cheira a álcool e fumaça."

"Cale-se!" Duda disse asperamente a ele, e avançou o mais rápido que pôde, agarrando-o pela gola da camisa e levantando-o. Harry o encarou, agarrando inutilmente a grande mão que o segurava no lugar. "Então? Onde ele tá?" Duda perguntou novamente.

"Morto" Harry respondeu com uma expressão impassível. "Você o deixou faminto e ele está morto, porra. Agora, me larga."

Malfoy observou em sua posição embaixo do travesseiro, com leve admiração. Ele tinha certeza de que nunca tinha ouvido a voz de Potter soar tão perigosa. Isso porque passara anos hostilizando o garoto. Era estranho que o ódio por seu rival de escola nem ao menos chegasse aos pés daquele direcionado a sua família. Ele se descobriu realmente percebendo, pela primeira vez, que talvez Potter de fato fosse mais do que acreditava que fosse. Seu ressentimento e inveja foram mal direcionados durante todos esses anos?

"E por que eu deveria?" Duda zombou, enfatizando sua vantagem ao empurrar Harry contra a parede. "Já faz um tempo que não conversamos, hein?"

"Sim, e vamos manter as coisas assim, certo? Afinal, não gostaria que você cansasse seu pobre cérebro sobrecarregado", Harry respondeu, com uma espécie de diversão sombria em sua voz. Malfoy revirou os olhos com o comportamento do Grifinório. Potter gostava de provocar seus inimigos?

Duda fez um ruído estrangulado de raiva e puxou a mão para trás. Com isso, Harry estreitou os olhos. "Eu não faria isso se eu fosse você."

"E porque não?" Duda perguntou, obviamente não vendo nenhuma ameaça nas palavras de Harry.

"Porque ..." Harry explicou lentamente, como se estivesse falando com uma criança. "Vou contar para sua mãe e seu pai o que você realmente faz enquanto eles pensam que você está tomando chá com seus amigos.

Os olhos de Duda se estreitaram. "Eles não iriam acreditar em você", rosnou o garoto com confiança óbvia em seu tom.

Harry zombou. "Eles acreditariam quando percebessem o quão forte você cheira a fumaça e álcool", ele retrucou, levantando uma sobrancelha como se desafiasse Duda a negar o fato.

Os olhos do garoto maior se arregalaram um pouco, antes que os estreitasse novamente. Ele encarou seu primo por um longo tempo, obviamente irritado com a confiança nos olhos verdes de Harry. "Tudo bem", finalmente admitiu. "Mas não espere se esconder de mim para sempre." E com um empurrão forte de forma que a cabeça de Harry batesse contra a parede, virou-se caminhando (ou mais precisamente cambaleado com raiva) para fora do quarto.