3. Mensagem

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Uma semana havia se passado desde a cômica e inesperada visita de Camila ao escritório de Lauren. Ambas as mulheres odiariam admitir, mas o segundo encontro e conversa em particular que tiveram sobre o passado ficou em suas mentes na maioria dos dias que se passaram. Camila se questionava se realmente tomou a melhor decisão em pedir para que a hispânica permanecesse no projeto, com medo de seus próprios sentimentos, enquanto Lauren se culpava em ter aceitado o pedido da latina, tentando de alguma forma lidar com a estranha sensação que teimava em crescer dentro dela.

A hispânica sempre foi boa em manter situações ruins longe. Desde pequena, quando algo a magoava, Lauren fazia anotações mentais do que fazer e do que não fazer para que a situação jamais voltasse a se repetir, e se lembra perfeitamente de exibir aos seus pais o seu treinamento anti-perigo, arrancando risadas do casal sempre que falava sobre. Estando agora na fase adulta, acha engraçado pensar que isso ainda não mudou, talvez tenha aprendido a ser mais discreta, mas as anotações mentais continuam presentes. Era agoniante pensar que mesmo com tudo isso, seu corpo respondia involuntariamente quando o assunto era Camila. Lauren sabia que a latina representava perigo iminente sem placa de aviso prévio, mas não conseguia evitar de sentir um frio na barriga quando ouvia seu nome ou ao concordar com qualquer baboseira que era dita por ela, era como se os olhos castanhos tivessem o poder de desarma-lá, mesmo dezesseis anos depois.

Lauren pensava nisso enquanto dirigia para o prédio de sua empresa, onde iria encontrar Normani para que juntas fossem até o local onde seria realizada a obra do empresário Andrew e sua maldita noiva. Em uma conversa com sua melhor amiga, recebeu como conselho da mesma que quanto mais rápida fosse, mais rápido ela deixaria de ver Camila.

A hispânica sorriu ao ver que Normani já esperava por ela, entretida em seu celular, totalmente distraída encostada em um poste do lado de fora da Olympus. Lauren buzinou alto enquanto parava o carro ao lado de sua melhor amiga, caindo na gargalhada ao ver o susto que a mesma tomou.

- Porra! - Gritou Normani após se recuperar do susto enquanto abria a porta do carro para entrar, enchendo Lauren de tapas depois disso. - Sua sorte é que eu não sou cardíaca.

- Até parece que eu não iria dar dessas se você fosse.

Normani beliscou a bochecha da hispânica arrancando mais risadas da mulher, que não demorou para dar partida no carro e sair dirigindo rumo ao local da obra após digitar o endereço no GPS.

- Pensando bem, acredito que a cardíaca é você. - Lauren desviou o olhar da estrada rapidamente para olhar sua melhor amiga, que sorria maliciosamente. - Será que seu coração aguenta ver a Cabello mais uma vez?

Lauren revirou os olhos ao ver a negra gargalhando, pensando se realmente aguentaria ter que lidar com o cinismo de Camila mais uma vez.

- Você é muito chata, deveria ter convidado um outro engenheiro.

- Você sabe que eu sou a melhor. - Normani se gabou enquanto a hispânica dava de ombros. - E é você que está muito chata! Acho que preciso te levar para a terapia encher o rabo de cachaça, o que acha?

- Nem pensar! Você sabe o que aconteceu da última vez que eu participei dessas suas terapias.

A negra riu enquanto dava um fraco tapa na cabeça da hispânica, que revirou os olhos novamente enquanto ligava a rádio em um volume baixo.

- Mas falando sério, estou te sentindo esquisita já faz um tempo. - Disse Normani com um tom preocupado. - Se sair comigo está fora de cogitação, por que não chama Keana para um encontro, então?

- Keana? - Lauren riu. - Namoramos na faculdade, Normani, sequer temos contato hoje em dia. E eu também não estou procurando por alguém.

- Eu sei disso, só estou preocupada e quero te distrair. Fazia um certo tempo que não te via tão avoada.

Demons Of The PastOnde histórias criam vida. Descubra agora