Amor de Mãe

Explicações part. 2

Pov. Narradora

Demi: Conhecemos Lauren quando ela tinha 5 anos, fomos contratadas para "vigiar" ela já que eles saíam cedo e só voltavam a noite, não sabemos para onde eles vão ou o que estão fazendo, não temos o direito de pergunta nada. - Demi tomou a frente, sua esposa ainda estava muito nervosa então ela ficou encarregada de explicar toda a história - Eles diziam que tinham medo dela se machucar mais eu sabia que era mentira, eles tinham medo que ela fugisse e contasse para alguém o que fazem com ela naquela casa. As semanas foram passando e nos encantamos por aquela criança inocente e ingênua, que não podeia se defender de monstros como aqueles dois, ao invés de "vigiar" começamos a cuidar dela, dar carinho, atenção e amor. - a essa altura o coração de Camila faltava saltar do peito, ela se perguntava quem seriam eles. - Alguns anos se passaram e percebemos que ela continuava muito infantil pra sua idade, afinal não é comum uma criança de 10 anos agir como se tivesse 3, então conversei com uma amiga minha que é psicóloga, expliquei toda a situação pra ela e em uma das nossas conversa ela pediu para conhecer a Lauren. Depois que elas conversaram minha amiga entendeu tudo, nos explicou que o que Lauren tinha se chamava infantilismo.

Ally: Eu percebir que ela falava de um jeitinho fofo.

Demi: Sim, depois dessa descoberta passamos a ter o dobro de cuidado com ela, também tivemos a ajuda das nossas filhas, quando elas não tinham aula iam com a gente. Tentamos esconder ao máximo o infantilismo dela, não sabiamos o que poderia acontecer caso eles soubessem disse, mas foi em vão, em algum momento ela descobriram e tudo que já estava ruim piorou. Os mau-tratos ficaram mais frequentes que o normal, perdemos as contas de quantos dias chegamos e encontramos ela chorando por está com dor, foi ainda mais doloroso ouvir da nova dela o que eles fizeram. - todas já estavam com os olhos marejados e Selena já não conseguia mais segurar o choro que estava prendendo. - Sempre que isso acontecia ela regredia, ficava ainda mais neném e tínhamos que tomar cuidado ao extremo com ela, quando podíamos  levávamos ela para passear ou tomar um sorvete sem que eles percebessem, Lauren ficava muito feliz, mas o vazio nos olhos dela novamente apareciam sempre que precisávamos voltar para aquele inferno. Até hoje cuidamos dela, não nos importariamos de não receber, só queremos ficar perto da nossa pequena. - Camila sentiu um aperto inexplicável no peito, não entendendo o porque de sentir isso por ouvia a mulher a sua frente se referir a menina como delas. - Não sabemos o ela é daqueles dois, o que querem com ela, ou o que pretendem fazer, mas estamos cansadas de ver ela sofrendo por algo que não tem culpa.

Camila: O que aconteceu com ela hoje? Foram eles?

Demi: Foi sim, quando chegamos hoje de manhã encontramos ela no quarto, deitada na cama chorando e muito machucada, não pensamos em nada só pegamos ela e trouxemos para o hospital.

Camila: Não sabem nem o nome deles? - perguntou parecendo... esperançosa? No fundo Camila queria que essa garotinha, que nem se quer tinha visto, fosse sua filha perdida.

Selena: Ouvimos uma vez - se pronunciou pela primeira vez - Eles evitam falar seus nomes perto da gente, talvez por medo? Não sabemos, mas um dia escutamos uma briga deles, falavam algo sobre "eles estão perto demais, vamos acabar sendo pegos" e depois ouvimos em chamando o outro de... - fez uma pausa, parecendo lembrar os nomes - Alejandro e Sinu. - Camila gelou, era os nomes dos seus pais, nome dos monstros que roubaram sua filha de seus braços.

Camila: Tem certeza que esses eram os nomes? - ela estava aflita, existia a possibilidade de que essa garotinha fosse sua filha.

Demi: Sim, são esses os nomes.

Ally: Nos dêem um momento sim? - o casal concorda - Vem Camila. - segurou a mão da amiga e a puxou para fora da sala.

Camila: Ela pode ser minha filha Ally! - disse com lágrimas nos olhos.

Ally: Não temos certeza Mila, pode ser só coincidência. - a loira também estava nessa de acreditar ou não, tinha esperança de encontra a afilhada mais não queria se iludir. - Liga para a Dinah e fala pra ela vim pra cá o mais rápido possível, depois que ela souber a história toda começa a investigar pra ver o que descobre ok?

Camila: Tudo bem - respirou fundo - Pode pelo menos me dizer qual é o quarto em quê ela está? Quero vê-la, saber como ela é. - Ally pensou um pouco, não havia nada de mais em Camila visitar uma paciente.

Ally: Certo! Segundo andar, quarto 243.

Camila: Obrigada Ally - beijou a bochecha da loira e seguiu para o elevador.

Quando já estava dentro do elevador seu coração faltava saltar do peido, suas mãos estavam suando, sua garganta seca. Ela estava nervosa para ver um garota que nem tinha certeza de que é mesmo a sua filha, mas ela tinha esperança.

As portas de ferro se abriram chamando a atenção de Camila, respirou fundo e começou a caminhar em direção ao quarto de número 243. Abriu a porta devagar e viu a menina dormindo serenamente na cama, fechou a porta e foi até ela, sentou na poltrona, segurou a mão dela É ficou a admirando.

Pele branca como a neve, cabelos compridos e negros, sobrancelhas grossas, nariz fino, rosto delicado. Camila reparou que ela tinha algumas características iguais as suas, mas poderia apenas ser coincidência, então deixou sua mente viajar.

Será que ela é minha filha?

Quantas coisas mais essa menina deve ter passado?

Essas e outras perguntas a perturbavam, não queria imaginar isso, só de pensar seu coração apertava. Talvez seja a expectativa que ela tenha de que essa menina, deitada nessa cama de hospital, com vários hematomas pelo pequeno corpo, seja realmente sua filha, o que faz com que seu peito se aperte ainda mais.

Ficou bons minutos ali, ao lado da cama, segurando a mão de Lauren, apenas a admirando, e teria ficado mais se não fosse Ally a chamando.

Ally: Mila? Elas querem vê-la agora! - falou chamando a atenção da latina.

Camila: Ok Ally. - se levantou enxugando as lágrimas que não paravam de cair.

Olhou mais uma vez para a menina de pele alva e por puro impulso lhe deu um demorando beijo na testa, antes de sair com Ally em direção a sua sala.