20. sonho e realidade

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Uma dor intensa me atingiu, irradiando do meu peito, eu já não conseguia respirar, mas eu percebi que estava deitado, a maldita nao me matou.
- Bella me mate.- sussurrei para ela, usando quase todas as minhas forças, algo foi forçado na minha boca, um gosto horrível, eu tive náusea e quase vomitei, apaguei de novo.
Eu estava sentado, num banco, eu reconheci o local, minha mãe e eu íamos no parque quando eu era criança, tudo estava exatamente igual, então como eu cheguei aqui? Eu a vi chegando e se sentou do meu lado, ela estava cheirando à gardênia, era seu cheiro favorito, ela era como eu me lembrava dela, alta, bonita e elegante, seu vestido ia até os pés, e o cabelo estava preso em um coque.
- Oi mãe.
- oi meu filho, você parece cansado.
- eu estou mãe, o que estamos fazendo aqui?
- eu vim matar a saudade, fazem muitos anos, você é um homem adulto agora.
- eu também senti saudade mãe, lembrei de você no Natal. Mãe, eu morri?
- ainda não, mas essa é uma opção se você quiser.
- quiser?
- Sim você tem uma opção, mas se resolver voltar vai ter dor, por algum tempo, se ficar, podemos ir juntos.
- eu acho que vou com você.
- antes de ir comigo, eu preciso que você saiba, há duas coisas inesperadas por você , te esperando.
- que coisas?
- Não sou eu quem deve dizer, mas você vai querer ver.
- e a dor?
- vai passar, pode demorar um pouco mas vai passar.
- me conte mais sobre as coisas.
- uma vai ter o espírito da andorinha, e a outra será lunar.
- eu não entendo.
- você irá, na hora certa.
- você fala igual o Dumbledore, eu não entendo as vezes.
- tenha cuidado, ele é bem intencionado,mas ninguém consegue ver tudo.
- eu sei.- eu a abracei, e o cheiro dela invadiu todo o meu ser, eu me sentia criança de novo, me senti aquecido e amado, eu sentia muito falta dela e do seu jeito de fazer as coisas, eu a amo tanto.
- nos veremos novamente meu querido, mas espero que não tão cedo, precisa de um pouco de felicidade.
- obrigado mãe, eu te amo.
- eu sei querido.
Ela saiu andando, e sumiu, eu caminhei por aquele parque, havia um sol morno ,e uma sensação boa, mas senti que era hora de voltar.
Puxei ar pra dentro dos meus pulmões, ardeu feito fogo, eu estava queimando por dentro, tanta dor.
- Bella por favor me mata.
E mais líquido foi colocado na minha boca, a garganta reclamou, e as mãos me puxavam para baixo, me asseguravam, me impediam de tentar cuspir o líquido fora, ela ia me matar, eu libertei minha mão e tentei alcançar minha garganta, eu fui impedido de encontra- lá.
A dor diminuiu e eu estava um pouco mais lúcido, havia barulho ao redor,eu não conseguia abrir os olhos, coisas batendo, e passos rápidos, haviam vozes mas eu não conseguia distinguir o que diziam.
- Bella, já chega, me mate.- sussurrei, e suspirei.
Eu estava confuso, minha cabeça girava, eu vomitei, não tinha força para me virar, estava na minha boca, no meu nariz, alguém me virou, e limpou minha boca.
Quando acordei de novo, estava tudo silencioso, não tinha ninguém por perto, consegui abrir os olhos, e estava escuro, mas eu estava tão cansado, que logo os fechei de novo, eu não conseguia ficar acordado.
Meus sonhos eram desconexos, eu corria floresta a fora, eu fugia, e tentava me esconder , ela sempre me achava, Bellatrix era uma maldita louca, um verdadeiro pesadelo, por que não me matar logo, passar todo esse tempo comigo, o tempo tornava tudo mil vezes pior, não havia descanso, só havia dor, dormir pouco e tudo recomeçar.
Eu corri, galhos batiam no meu rosto, começou a chover e um frio intenso invadiu meu corpo, tudo estava congelando, havia gelo no chão, e a medida que vou avançando, me deparo com Lílian, ela estava deitada no chão, mas estava tão frio, ela ia ficar doente, me aproximei dela, mas ela não era a Lílian, e sim Bella, que me olhou e sorriu, um sorriso de satisfação, ela me agarrou, e me derrubou eu não tinha defesa, ela me subjugou, e me bateu, com os pés e mãos, por que eu não podia me defender? E então ela me lançou uma cruciatus, e a dor atingiu cada célula do meu corpo, tudo doeu, e eu não podia respirar, quando ela parou, e eu pude puxar ar, meu pulmão queimou, como se eu tivesse respirado fogo puro.
Quando eu abri meus olhos, havia tanta luz, que eu tive que fecha-los novamente, mas voltei a abrir, estava bastante borrado, mas havia alguem do meu lado, sentada numa cadeira, seu cheiro, eu conhecia, não conseguia lembrar, minha cabeça estava vazia, não conseguia pensar direito.
- olá dorminhoco, que bom que acordou.
- oi.- sussurrei.
- estava ficando preocupada.
Então dormi de novo, mas o cheiro não era de algo ruim, era algo familiar e agradável, meus sonhos estavam menos ruins.
Eu sentia essa companhia, sabia que não me faria mal, então pude descansar mais tranquilo.
Acordei novamente, a pessoa com o cheiro bom, estava do meu lado, colocando um pano na minha testa, ela me olhou e sorriu.
- oi de novo.
- oi.- suspirei
- eu fiquei preocupada, você estava apagado faziam dias.
- quanto tempo?- disse guardando minhas forças.
- duas semanas, quase o tempo todo dormindo, e você falou bastante.
- como.- eu achei que ia desmaiar de novo, o cansaço bateu em mim.
- quando você estiver mais forte conversamos, agora durma, ainda está muito fraco.
Alguns dias passaram assim, eu acordava e dormia,cada vez um pouco mais de tempo.
- eu quero tomar banho.
- tem certeza?
- Sim.
- Tudo bem, vamos lá eu te ajudo.
Ela passou a mão por trás das minhas costas, e por baixo da minha axila, eu levantei, minhas pernas bambas, e ela me ajudou a entrar na banheira, e mexeu sua varinha, água morna.
- vou colocar a minha água de banho, e qualquer coisa você me chama.
- tá bom.
O cheiro de camomila invadiu o ar, olhei para o meu corpo, eu estava quase esquelético, minha pele quase transparente, todas as minhas veias eram visíveis, passei a mão pelos meus cabelos, estavam caindo, eu não tinha sujeira, mas tomar banho era algo tão bom, sair da cama era bom.
- El me ajuda a levantar por favor.
- Sim senhor , como pode você estar tão magro e pesar tanto .- eu ri.
- Não me faça rir, doi. - ela riu muito, e me levou para deitar.

Outra Vida Para Harry- Snape e LillyOnde histórias criam vida. Descubra agora