Coração Partido

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Notas do Autor


Olá meus queridos, tudo bem com vocês, voltando à programação normal de postagens. Já que da última vez o capítulo saiu depois de Fios do Destino.

Eu quis trazer meio que um sentimento de confusão então não sei se a escrita aqui foi boa, mas tentei. Esse capítulo também tem um propósito então eu quero que vocês deixem ele guardadinho na memória.

Boa leitura a todos!!!


~***~

Capítulo 12 - Coração partido


Clarisse não era a melhor pessoa para relacionamentos, mas até mesmo alguém como ela sabia reconhecer que algo ali não estava se encaixando. Ela dera o espaço que julgou ser necessário, ah sim, ela tentou não agir de forma estúpida como normalmente algum de seus irmãos faria - e completamente sem remorso -, mas Silena não estava colaborando muito para que mantivesse a cabeça no lugar. Em um momento elas estavam bem, felizes, traçando planos para um futuro que devido suas condições de semideusas poderia não chegar – principalmente com La Rue sendo filha de Ares -, mas mesmo assim queriam arriscar e no outro estava lhe tratando como um nada.

Após o encontro com Afrodite as campistas não conversaram, quando as coisas ficaram estranhas no Olimpo elas se separaram, sequer trocaram algum olhar em meio aquela confusão, uma vez talvez, mas nada mais que isso; ter algum diálogo com outros semideuses curiosos compactados em um mesmo espaço? Não, obrigada! Completamente sem chances. Ela não era fã de plateias, muito menos quando se tratava de sua conturbada vida pessoal e se fosse para Silena acabar com tudo preferia que fosse longe de terceiros.

Se ela dormiu? Definitivamente não, nem se quisesse muito séria capaz... Em um momento pensava na conselheira, nos belos olhos azuis, na feição bonita e feliz se convertendo em desapontamento, se sentia impotente; em seguida as palavras de Afrodite em sua mente, a própria deusa do amor tentara da forma menos dolorosa possível lhe dizer a verdade, não queria admitir, mas seu receio sempre foi a confirmação daquilo que suspeitava; depois as cenas horripilantes que tivera quando seu pai lhe dirigiu o olhar, aquilo foi tão real que sequer conseguiu se mexer, não foi o "oi" mais amigável que já recebera, mas finalmente tivera a oportunidade de saber quem era seu o seu pai.

Ficou em um looping quase que infinito, para logo em seguida se afogar em dúvidas e questionamentos. Como algo poderia ser tão complicado? Polos deuses, ela preferia mil vezes ter que lutar contra uma horda de monstros diretamente do submundo do que aquilo. Será que Beauregard tinha dúvidas quanto aos seus sentimentos? Bem, ela sabia que não era nem de longe das criaturas mais fáceis, mas ela estava se esforçando para se abrir e demonstrar o suficiente. Ambas resolveram se arriscar naquele envolvimento, Silena tinha total conhecimento da sua confusão pessoal, ela sabia sobre a ligação, sabia sobre a filha de Athena, algo que nunca compartilhara nem mesmo com Mark e ele era a pessoa com quem mais conversava.

Aquele maldito fio, era tudo culpa dele, mas nem mesmo assim ela conseguia sentir raiva de Harmonia, ela só queria entender o propósito... Olhou para o pulso esquerdo quase como se carregasse algum tipo de maldição, se não fosse por aquela ligação ela e Silena não estariam daquela forma. Agora mais do que nunca se perguntava qual o sentido de estar presa a uma pessoa que nem mesmo sentia alguma falta da sua presença, que lhe ignorava como se não existisse. Sentiu um leve aperto no peito e isso lhe deu vontade de socar a própria cara, contudo não queria que achassem que estava louca.

Porque até mesmo quando estava confusa com relação a sua namorada - que sequer sabia realmente se ainda era sua namorada - ela pensava na filha de Athena? Não era justo com Silena, muito menos com ela que estava tentando levar alguma espécie de vida "normal" pela primeira vez. Será que Beauregard finalmente constatara que merecia alguém melhor e que não precisava lutar por uma filha de Ares que jamais corresponderia aos seus sentimentos de forma plena?

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