Rainha e o Bruxo

5

Acordo e já era de manhã. Na verdade madrugada pois olhei para o relógio e eram 5 da manhã. Abro a porta e estão lá dois baldes de água para encher a banheira.Bem era isso mesmo que eu iria pedir parece que aquela mulher leu meus pensamentos.
Pego nos dois baldes e os levo até à banheira enchendo a mesma com essa água. A água não tinha um cheiro muito agradável e eu tinha receio de ficar a cheirar aquilo. Ainda por cima não tinha roupa lavada pelo que teria de vestir a mesma que usava.

Tiro minha roupa e entro na banheira. A água está deveras gelada. Lavo meu corpo sem sabonete só mesmo com aquela água. Outras regalias que muitos não tinham. A população mais pobre para comprar sabonetes teria de prescindir de bastante comida.
Sentia que meu corpo ainda não está nada limpo e meu cabelo apesar de o lavar com aquela água continua sujo.
Saio da banheira e vejo que não havia toalhas, como eu iria secar meu corpo?
A única solução era usar o lençol da cama e é isso mesmo que faço. Visto minha roupa e desejo ter um perfume para passar mas nem isso tenho. Faço tranças em meu cabelo ainda molhado e quando estou pronta e dirijo-me à porta do quarto. Sou surpreendida por Geralt que entra no mesmo naquele instante.

- Ei eu podia estar nua. - refilo.

- Bom dia Storm, vamos embora. - diz olhando para meu corpo.

Sigo Geralt até à entrada da estalagem e eu pago nossas estadias sem o deixar pagar a dele. Ele fica chateado pois noto no seu rosto mas não diz nada. Vamos até seu cavalo e subimos continuando nosso caminho.

Passado duas horas chegamos a uma aldeia que fica mesmo no topo de uma montanha. A vista da mesma era esplêndida e Geralt foi buscar algo para comermos pois ainda não tínhamos comido nada desde que acordamos. Eu estou a apreciar a vista quando Geralt volta com duas sandes. Entrega-me uma e eu olho desconfiada para a mesma.

- Carne de porco.

Como a sandes e até era boa. Ficamos a ver aquela bela vista que a aldeia nos proporcionava enquanto comemos encostados aquele muro. Uns segundos depois de acabar de comer aparece um homem que pede para falar com Geralt. Eles saem da minha beira e enquanto falam eu começo a caminhar por aquela aldeia.

Sabia que Geralt me encontraria pois a aldeia era bem pequena, muito mais pequena do que a aldeia onde passamos a noite. Todas as pessoas que passam por mim olham e sorriam. Era algo bem estranho pois este não era meu povo. Uma menina pára na minha frente e faz um vénia.

- Rainha! - diz a menina

- Olá, como te chamas? - pergunto a ela.

- Esmeralda

- Que nome lindo.

- Obrigada vossa majestade.

- Toma.

Entrego a menina duas moedas que nesta aldeia valiam muito e ela salta de alegria mas logo olha para mim e pára.

- Desculpe. - ela diz.

- Não tens de pedir desculpa linda, foi um gosto te conhecer.

- Igualmente você é tudo que quero ser um dia.

Depois de ela dizer aquilo vai embora a correr. Por uma lado fiquei feliz que ela me visse com bons olhos mas por outro não quero que aquela menina seja como eu, ela merece melhor. Sim eu tenho riquezas sim eu tenho tudo que preciso, mas falta o mais importante, paz e felicidade.

- Que fazes aqui? - Geralt diz quando aparece.

- Vim dar um passeio.

- Bem tenho um serviço nesta aldeia, vamos ficar aqui até amanhã. - ele informa.

- Ok, que serviço é esse? - pergunto curiosa.

- Matar um monstro. - ele diz como se fosse a coisa mais normal de fazer-se.

- Oh, ok.

Sigo Geralt até fora da vilã e percorremos aquela montanha.

- Se calhar é melhor ficares aqui. - ele diz.

- Não.

Geralt não diz mais nada e continua a caminhar até encontrarmos uma gruta.

- Agora a sério fica aqui.

- Não.

Entro na gruta primeiro que ele ouvindo-o bufar. Ele corre passando à minha frente. Ele era mais alto que eu pelo que não conseguia ver nada a minha frente pois ele tapava tudo. Ouvimos um barulho e Geralt pega na sua espada. Logo o barulho fica mais intenso e sinto algo a tocar em meu ombro. Olho para trás e vejo um homem com um rosto totalmente deformado e suas mãos tinham picos.
Geralt empurra-me e eu desiquilibro-me caindo no chão. Geralt tenta acertar com a espada naquela coisa mas ele conseguia saltar bem alto desviando-se dele.
Sem Geralt contar ele salta para cima dele e a espada é lançada para longe. Geralt faz algo com as mãos e aquele ser é mandado contra a parede. Aquilo foi magia?
Geralt pega na sua arma e crava a mesma no peito daquela coisa. Ele morre naquele instante.

- Estás bem? - ele pergunta-me enquanto ajuda-me a levantar.

- Que é aquilo? - pergunto enquanto olho para o monstro.

- Bem não sei o nome deste género de criatura mas diria que ele era humano até sofrer transformações mutantes.

- Ah!

- Vamos voltar para a aldeia.

Saímos dali e voltamos para aquela bela aldeia. Quando lá chegámos todos nós esperam e batem palmas a nós. Sendo que aquelas palmas eram mais para Geralt pois eu não fiz nada. Ao que parece o seu serviço não era só a pedido de uma pessoa mas sim da aldeia toda.
Um homem vem ter conosco e entrega a Geralt uma bolsa que parecia estar cheia de moedas.

Duas mulheres veem ter comigo.

- Sou Mel e esta é Julie. Gostaríamos muito de tratar de vossa majestade dando-lhe um banho e oferecendo roupas enquanto lavamos as suas e as mesmas secam. - uma das mulheres diz.

- Seria ótimo, muito obrigada. - agradeço toda contente.

Sigo as mulheres até uma casa e esqueço-me de dizer a Geralt mas ele está ocupado com todas as perguntas que aqueles homens lhe fazem.

Ao entrar na casa noto que não era uma má casa, com certeza pertencia há pessoa mais rica desta aldeia. As mulheres despem minha roupa e depois Julie vai lavar a mesma enquanto Mel ajuda-me no banho.
Visto um vestido emprestado pela mesma enquanto minha roupa seca e ela penteia meus cabelos.

- Você é linda demais? - Mel diz.

- Obrigada.

De repente entram no quarto sem bater e como eu calculei só podia ser uma pessoa. Geralt de Rivia, o homem que não sabe bater nas portas.

Até ao próximo capítulo.